{ListaRepea} O Nº 16 da revista O Comuneiro - Alguns trabalhos sobre Ecologia e Capitalismo, Ecossocialismo, etc



---------- Mensagem encaminhada ----------
De: João Monteiro <angelonovo@sapo.pt>
Data: 3 de abril de 2013 20:58
Assunto: [ebem] O Nº 16 da revista O Comuneiro está em linha
Para: ebem@yahoogrupos.com.br


 

Introdução

A khatarsis do sistema bancário cipriota veio elevar a um patamar superior a crise das dívidas soberanas europeias. Agora sabemos que o diretório central europeu (Chancelaria-Bundesbak-Comissão Europeia/Banco Central Europeu) arroga-se o direito, não apenas de ditar o nível de vida que acha adequado para os países da periferia, mas também as atividades económicas a que estes podem legitimamente dedicar-se. Declarações recentes do ministro das Finanças Woflgang Schäuble, sobre uma suposta "inveja" de que seriam alvo os alemães, vêm recordar que os demónios do velho continente estão bem vivos. Nada aprenderam e nada esqueceram. Está em curso uma política, agora sem rebuço, de conquista, sujeição e amesquinhamento. É certo que, passado quase exatamente um século sobre o início da última "guerra dos trinta anos", o domínio da Europa já não é hoje uma questão central no mundo. Mas velhos hábitos de cupidez e hubris custam a morrer. Sob o mesmo chicote material da sede do lucro, nas cabeças decrépitas do "homem branco" ainda se entumescem as mesmas cabeleiras da ira e do desprezo. O fascismo e a guerra não andam longe.

Abrimos este número dezasseis de O Comuneiro com um artigo de John Bellamy Foster, que procura achar bases essenciais para uma crítica ecológica do capitalismo, relevante para os dias de hoje, na teoria do capital monopolista, de Paul Sweezy e Paul Baran, remontando daí até Thorstein Veblen. Dentro do mesmo âmbito de preocupações, nestes tempos de aquecimento global incontrolado, Michael Löwy traz-nos uma exposição tersa das razões e estratégias do ecossocialismo.

Um texto escrito a duas mentes foi o que resultou da iniciativa de João Esteves da Silva traduzir o capítulo final de um livro de Dany-Robert Dufour. O alvo é o "novo homem" que se perfila como horizonte no admirável mundo novo neoliberal. Uma rarefação democrática contínua, a morte da cultura e o aniquilamento antropológico do sujeito será o resultado do processo de mercantilização total da existência social. Como complemento, João Esteves da Silva oferece-nos também, da sua pena exclusiva, um pequeno scherzo sobre as danças loucas do dinheiro.

Há uma nova esquerda reformista na Europa, a que circunstâncias históricas excecionais, com sucessão rápida e apertada de acontecimentos imprevisíveis, podem ainda vir a forçar a desempenhar um papel revolucionário. Jacques Généreux, secretário nacional para a economia do Parti de Gauche francês, é um dos mais completos e articulados pensadores desta nova realidade política no velho continente. Pela segunda vez, em números consecutivos da revista, damos a conhecer um texto seu, desta vez um extenso ensaio, publicado originalmente em livro. Nós podemos! é um manifesto de grande clareza de propósitos, por uma outra Europa, além de uma aposta em grande estilo num novo despertar do galo francês. À suivre.

A descida aos infernos da austeridade prossegue em Portugal, com muita gente apostada em não mergulhar docilmente nessa imposta treva. O nosso editor Ângelo Novo analisa os acontecimentos mais recentes em terras lusitanas, situando-os na confluência entre três crises: a crise estrutural do capitalismo, a crise da União Europeia e a crise bem específica do projeto nacional burguês pós-colonial com sede em Lisboa. Por seu lado, Miguel Judas traz-nos uma ambiciosa reflexão estratégica para a superação da crise nacional, num sentido socialista e retomando, curiosamente, as ideias federalistas que foram dominantes no pensamento da primeira vaga do movimento operário português. Propõe-se também uma plataforma de reflexão política denominada `Portugal com Futuro'.

A teoria do dinheiro é o objeto do estudo da Prabhat Patnaik, revisitando oportunamente algumas antigas controvérsias científicas, lidas à luz dos paradoxos e estrangulamentos do atual sistema capitalista mundial dominado pelos E.U.A.. É também dos presentes impasses no domínio mundial do imperialismo norte-americano, agora na sua faceta militar e geo-estratégica, que nos fala o artigo de Jorge Beinstein.

A ciência que temos e vamos produzindo está inteiramente subordinada às necessidades de valorização do capital, não apenas no que diz respeito à pesquisa aplicada e tecnológica, mas quanto ao próprio programa de investigação nos saberes essenciais. Desde o ascenso do inovacionismo associado à ofensiva neoliberal dos anos 1980, está assim quebrado o paradigma humanista da idade clássica, do renascimento e do iluminismo, que todavia ainda tinha vigência no imediato pós-guerra e no período dos "trinta anos gloriosos". Esse percurso, surpreendido em obras doutrinais e em declarações de intenções de política científica, é relatado pelo artigo de Marcos Barbosa de Oliveira. São também objeto de atenção as críticas dirigidas a esta mercantilização total da ciência e o esboço de uma alternativa democrática.

Agradecemos toda a divulgação possível do conteúdo deste número do O Comuneiro, nomeadamente em listas de correio, portais, blogues ou redes sociais de língua portuguesa. Comentários, críticas e sugestões serão benvindos. A luta continua, pois que a humanidade é irrepetível.

Os Editores

Ângelo Novo

Ronaldo Fonseca

www.ocomuneiro.com

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MARIO MARIANO RUIZ CARDOSO
Educador


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