Prezado Relinaldo,
Parabéns pelo trabalho que estão realizando!
Seguem alguns comentários baseados em suas perguntas:
(1) Sim. Em minha opinião, PMD estão sendo produzidas a partir do trabalho de vocês. Muito interessante o que já vem acontecendo e o que ainda pode vir a acontecer a partir do engajamento dos estudantes e seu trabalho enquanto docente.
Dois comentários: (i) É fundamental refletir sobre alguns "critérios" para a parodução de PMD, ou seja, quais seriam alguns parâmetros para a produção de "boas" PMD? (ii) Além da criação de um acervo, sugiro que as PMD sejam submetidas ao Math+Science Performance Festival (http://www.mathfest.ca/). Com a produção de PMD, além da matemática estar sendo comunicada com a utilização de modos não convencionais emergentes com as artes (seja o drama ou a música), a publicação das PMD em foruns sociais como o Festival possibilita que a matemática dos estudantes esteja presente em locais públicos, não estando restrita somente a sala de aula. O uso de tecnologias digitais (a mobilidade dos celulares, a edição de vídeos, etc) também tem impacto na comunicação e produção de sentido matemático.
(2) Sim. Há grande potencial para que estas atividades sejam foco de uma investigação em educação (matemática). E digo mais: pesquisas sobre a produção de PMD em sala de aula regular são necessárias. Contudo, esse caminho entre a atividade em sala de aula (a prática docente, por exemplo) e a realização de uma pesquisa não é imediato. Precisa ser lapidado, "sistematizado"... mas isso depende da concepção de pesquisa assumida pela comunidade com quem voce quer dialogar.
Em minha opinião, um passo fundamental é a elaboração de um projeto de pesquisa que contenha alguns elementos como: uma problemática investigativa (objetivos e pergunta diretriz), uma visão sobre o que já foi pesquisado, procedimentos metodologicos a serem conduzidos que gerem dados que possibilitem a discussão sobre o que propoe investigar, argumentos que justifiquem que a realização destes procedimentos estão em harmonia com perspectivas teóricas assumidas que os dados produzidos oferecerão meios para discutir o que se propõe investigar, dentre outros elementos.
Mas não perca esta grande chance em produzir conhecimentos para a EM.
Já tenho bastante interesse em conhecer o desenvolvimento de seu trabalho e resultados.
(3) Tenho acompanhado com grande admiração grande parte dos trabalhos realizados pelo professor João Batista do Nascimento, da Faculdade de Matemática da UFPA. Certamente, uma grande referencia sobre o uso do teatro em sala de aula de Matemática. Mas não sei se ele é professor no programa de pós ou se há outro professor do programa que orientaria nesta área.
(4) Grande parte da literatura sobre PMD está inglês, visto que ela foi originalmente proposta por George Gadanidis e Marcelo Borba em um projeto financiado por uma agencia canadense. Mas novas publicações têm sido realizadas em português. Segue uma lista de referências e links que possar ajudar:
SCUCUGLIA, Ricardo. R. S. On the nature of students' digital mathematical performances: when elementary school students produce mathematical multimodal artistic narratives. 1. ed. Saarbrucken, Deutschland: Verlag / Publisher: LAP LAMBERT Academic Publishing, 2012. v. 1. 308p .
http://researchideas.ca/documents/05-Gadanidis.pdf
SCUCUGLIA, Ricardo. R. S., GADANIDIS, G. Performance Matemática: Tecnologias Digitais e Artes da Escola Pública de Ensino Fundamental. In: Marcelo C. Borba & Aparecida Chiari. Tecnologias Digitais e Educação Matemática. 1 ed.São Paulo : Editora Livraria da Física, 2013, v.1, p. 325-363.
SCUCUGLIA, Ricardo. R. S. . Students' digital mathematical narratives: windows into a multimodal matheracy. In: V SIPEM - Seminário Internacional de Pesquisa em Educação Matemática, 2012, Petrópolis, RJ. Anais do V SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA. Brasília, DF: Sociedade Brasileira de Educação Matemática (SBEM), 2012. v. 1. p. 1-20.
SCUCUGLIA, Ricardo. R. S. ; GADANIDIS, G. ; BORBA, M. C. . Thinking Collectives and Digital Mathematical Performance. In: ICMI Conference Study 21 - International Commission on Mathematical Instruction, 2011, Aguas de Lindoia. Proceedings of the ICMI Study 21 Conference: Mathematics Education and Language Diversity. Sao Paulo: ICMI, 2011. v. 1. p. 348-355.
Gadanidis, G. & Geiger, V. (2010). A social perspective on technology enhanced mathematical learning - from collaboration to performance. The International Journal on Mathematics Education 42, 91-104.
GADANIDIS, G. ; SCUCUGLIA, Ricardo. R. S. . Windows into Elementary Mathematics: Alternate public images of mathematics and mathematicians. Acta Scientiae (ULBRA), v. 12, p. 8-23, 2010.
GADANIDIS, G. ; BORBA, M. C. ; HUGHES, J. ; SCUCUGLIA, Ricardo. R. S. . Tell me a Good Math Story: Digital Mathematical Performance, Drama, Songs, and Cell Phones in the Math Classroom. In: PME34 - Conference of the International Group for the Psychology of Mathematics Education, 2010, Belo Horizonte. Proceedings Conference of the International Group for the Psychology of Mathematics Education. Belo Horizonte: PME, 2010. v. 3. p. 3-17-3-24.
Gadanidis, G. & Borba, M. (2008). Our lives as performance mathematicians.For the Learning of Mathematics, 28(1), 42-49.
Gadanidis, G., Hughes, J. & Borba, M. (2008). Students as performance mathematicians. Mathematics Teaching in the Middle School, 14(3), 168-175.
Gadanidis, G.(2007). Imagination and Digital Mathematical Performance. Proceedings of the 2006 Canadian Mathematics Education Study Group, University of Calgary, 79-86.
Atenciosamente,
Ricardo
De: relinaldo pinho <relinaldo@hotmail.com>
Para: "profmat@googlegroups.com" <profmat@googlegroups.com>
Enviadas: Terça-feira, 28 de Maio de 2013 12:42
Assunto: [Profs Mat:7073] Ajuda - Performances Matemáticas Digitais
Caros colegas, do grupo, bom dia!
Estou desenvolvendo um trabalho com alunos do primeiro ano do ensino médio de uma escola da periferia de Belém no Pará; nossa clientela é feita basicamente em sua maioria de alunos oriundos do interior do estado, com baixo poder aquisitivo, porém essa situação não é empecilho para aquisição do seu aparelho celular( isso em hipótese alguma pode lhes faltar), isso é a "febre" na escola, "é celular pra cá é celular pra lá", por conta disso no inicio desse ano letivo(18 de abril), resolvi escolher o tão temido celular como parceiro para me ajudar em minhas aulas de matemática e física:
O primeiro momento comecei a disponibilizar minhas aulas para o alunos, enviando para os e-mails de cada um, até para observar o interesse deles, para minha surpresa a procura foi tamanha que não consegui atender a todos, então pedi ajuda ao meu irmão que é jornalista, e desde do inicio de maio criamos um blog onde disponibilizo as aulas, exercícios, espaço para perguntas, duvidas, comentários, sugestões sobre as aulas e os assuntos, etc., além de orientar os alunos na utilização do celular para gravar através de vídeos, tirar fotos as discursões e as explicações dos assuntos em sala de aula.
O próximo passo é colocar os alunos para discutir os assuntos já estudos através de seminários, onde iram produzir vídeos através do celular, peças teatrais desses encontros, depois editá-los e organizá-los por assunto, pra que possamos criar uma acervo digital na escola criados e organizados pelos próprios alunos para que num futuro bem próximo possam ser disponibilizados ao restante da escola, para que sejam instrumentos de auxilio aos estudos.
Por enquanto estamos realizando o primeiro passo, mencionados acima.
Depois de já te começa esse trabalho tive conta com o artigo " Cedo ou tarde, matemática: uma performance digital criada por estudantes do ensino fundamental" dos Professores: Ricardo Scucuglia Rodrigues da Silva, Marcelo C. Borba, Gerorge Gadanidis, publicado na Revista Rematec, Editora da UFRN; pag.39 , edição: 11 Ano: 7, Jul-dez-2012, onde o trabalho realizado com os alunos é conduzido através das "Performances Matemáticas Digitais - PMDs" depois desse contato surgiram algumas inquietações(dúvidas) que compartilho com vocês, para que possam me ajudar a responde-las:
1º - O trabalho que já estou realizando com meus alunos, podem ser consideradas PMDs (Performances Matemáticas Digitais)?
2º - As reflexões e analises acerca desse trabalho poderia ser uma intenção de pesquisa para um futuro mestrado?
3º - Moro e trabalho em Belém, e pretendo cursar o mestrado aqui, essa intenção de pesquisa poderia ser apresentado no processo seletivo do mestrado em Educação Matemática e Ciências da Ufpa (Universidade Federal do Pará)?
4º - Poderiam me sugerir leituras que pudessem melhorar meu entendimento a respeito do assunto PMDs (Performances Matemáticas Digitais)?
Desde já agradeço, o apoio e ajuda de todos.
Att. Relinaldo Pinho de Oliveira.
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