 | A greve dos docentes da UnB foi perfidamente golpeada pela direção da ADUnB, que colocou em votação o fim da greve numa Assembleia convocada com pauta única para deliberar sobre o adiamento das eleições para reitor. Vamos aos fatos.
1. Após ter ignorado a solicitação do Comando Local de Greve e impedido seguidas vezes a Assembleia dos Docentes de deliberar sobre o adiamento das eleições para Reitor, a diretoria da ADUnB, traiçoeiramente, buscou um acordo e solicitou o consentimento do CLG na reunião de sexta para convocar duas Assembleias: a primeira em 17de agosto, 6º feira, com pauta única, para votar a suspensão do calendário eleitoral até o fim da greve; a segunda, com a greve em pauta, para 3º feira, 21 de agosto.
2. A assembleia convocada com pauta única para deliberar o adiamento das eleições para reitor, com a presença maciça da base de apoio reacionária e anti-sindical das candidaturas "timotistas" (ligadas à
base de apoio do ex-reitor Timothy, derrubado pela ocupação estudantil da reitoria em abril de 2008 em meio a denúncias de corrupção generalizada na UnB apresentadas pelo Minstério Público) e conduzida
pelo presidente da ADUnB, Rafael Morgado, começou com um golpe na pauta para colocar em votação o fim da greve.
3. Feito isso, votou-se a restrição das falas para que não houvesse tempo dos docentes ausentes saberem do golpe que ali se preparava e acorrerem à AG a tempo de impedi-lo. A pressa da diretoria e a
violenta pressão do bando de golpistas para colocar em votação o fim da greve aumentava à medida que crescia o número dos que resistiam ao golpe, alertando os colegas por mensagens e telefonemas para que corressem ao anfiteatro a fim de evitar que o golpe fosse consumado.
4. Por fim, quando colocaram em votação o fim da greve, sob protestos da assembleia, foram 130 votos contra 115 (na primeira votação da AG, os que defendiam a greve eram apenas 54, e os que vieram para golpear a assembleia eram 108, o que sugere que, com mais alguns minutos, o golpe poderia ter sido sido derrotado).
Após ter boicotado o movimento desde seu início, criado todo tipo de restrições autoritárias ao funcionamento do CLG e golpeado sistematicamente o Regimento da ADUnB, a Assembleia dos Docentes e seus encaminhamentos durante todo o processo de greve, a direção da ADUnB "coroou" sua traição à maior greve da história da educação federal, ao movimento docente, aos Comandos Local e Nacional de Greve, aos nossos aliados na luta e aos docentes da UnB e de todo o país com um golpe ardilosamente preparado e inescrupulosamente executado.
Neste momento, à medida que as informações sobre o golpe circulam, a indignação vai tomando conta dos docentes, estudantes, técnico-administrativos e de toda a comunidade da UnB. Nas redes sociais, está sendo convocado espontaneamente, com adesão maciça e crescente, um protesto para 2º feira, dia 20, às 10 hs, no Ceubinho. Um movimento visando a destituição da diretoria da ADUnB está tomando
corpo na Internet.
É hora de cerrar fileiras e impulsionar o movimento da comunidade da UnB contra a diretoria golpista da ADUnB e a direita reacionária e "timotista" da UnB. É hora de a comunidade universitária dizer em alto
e bom som que a UnB não aceita mais o padrão de comportamento cínico e imoral da diretoria da ADUnB e de sua base de apoio. É hora de lutar para que a Assembleia Geral da ADUnB marcada para a próxima
terça-feira, com a greve em pauta, de fato aconteça, e nela os docentes possam deliberar livre, legítima e democraticamente sobre a greve e os rumos do movimento. É hora de lutar para que as eleições
marcadas para os dias 22 e 23 sejam suspensas e os estudantes e a comunidade universitária possam participar ativamente da campanha e do debate democrático antes de escolher o próximo Reitor da UnB: eleições para Reitor sem direito à campanha e ao debate democrático com a UnB em funcionamento é um golpe na democracia que não podemos aceitar! É hora de tirar da obscuridade a história recente da UnB para a grande maioria dos que aqui não estavam em 2008, denunciar as candidaturas ligadas ao "timotismo", repudiar a impunidade que lhes foi concedida pela Reitoria José Geraldo e lutar com todas as forças contra o retorno do "timotismo" à administração da UnB.
Quem não conhece seu passado, está condenado a repeti-lo. Assim como
em 2008, é hora de lutar, com toda firmeza e unidade, pela democracia
e pela ética na UnB!
PSTU-DF |
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