[MEEF] Texto sobre a greve


2012: A MAIOR GREVE DO ENSINO SUPERIOR DA HISTÓRIA DO BRASIL! Refletir sobre realidade atual se torna indispensável quando se percebe que algumas pessoas não chegaram à compreensão do título. Não perceberam que um movimento como este com articulação nacional das três categorias que formam os corpos das universidades brasileiras e a unificação dos comandos de greve dos estudantes, dos técnicos-administrativos e dos professores, representam um avanço sem precedentes na história recente da luta contra o sistema capitalista, especialmente contra a política educacional proposta.

Essa análise está focada nos avanços e nas perspectivas da greve para o movimento estudantil. A articulação nacional dos estudantes em greve, indignados com o governismo da entidade que há muito tempo defende os interesses do governo (FMI e Banco Mundial) em detrimento dos interesses  estudantes/classe trabalhadora a União Nacional dos Estudantes (UNE) e com a superficialidade/falta de inserção na base da outra entidade auto proclamada representante estudantil a Associação Nacional dos Estudantes Livres (ANEL), organizam o Comando Nacional de Greve Estudantil (CNGE) composto por delegados eleitos pela base por meio de assembléias gerais realizadas praticamente em todo território nacional.


A derrocada da UNE

Como de costume a UNE se posiciona de forma a impedir a deflagração da greve, tentativa que não obteve êxito, a partir do inicio da greve nacional estudantil a UNE se coloca em condições de negociar a mesma greve que tentou impedir. Mas o CNGE com base nas lutas concretas realizadas pela base como: ocupações de reitorias como na UFPR com duração de três semanas, acampamentos nas universidades como na UFAM que já dura quase três meses e na UFES com 18 dias de duração, ocupação do canecão pela UFRJ, UFSM, ocupações de fundações de apoio como na UFES e ocupação da rádio universitária da UFES. Somado às manifestações locais a realização da marcha nacional em Brasília no dia 18 de julho e do fechamento do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão no dia 19 de julho, foram os fatores que obrigaram o governo ditatorial FHC/Lula/Dilma a reconhecer a legitimidade do CNGE e que a falida e cooptada UNE não fala mais em nome dos estudantes brasileiros, uma conquista que afirma a decisão acertada daqueles estudantes que romperam com a UNE pelo engessamento e governismo da entidade, que almejavam esta vitória desde o rompimento. Essa ofensiva concreta que colocou a UNE em xeque e indefesa pronta para receber o golpe final que apagará as possibilidades de ficarmos reféns desses capachos do governo.


Critica a via pacifica/burocrática

Ao contrário do que dizem os defensores da burocracia infiltrados nos movimentos sociais. Que para o movimento se legitimar, ganhar o apoio da população e só então alcançar vitórias concretas, deve atender de forma incontestável os limites da legislação da democracia burguesa. Essa greve tem exercido o papel fundamental de trazer a memória destes, qual é o método que leva hoje e sempre levou os movimentos sociais à vitória, é claro que os limites das leis burguesas não podem ser de forma alguma os limites do movimento. Assim como a revolução Russa e a revolução Cubana e os movimentos paredistas ao longo da história, a ferramenta que tem possibilitado ao movimento a condição de enfrentar o aparato do Estado é a LUTA, mediante a RADICALIZAÇÃO progressiva das nossas ações.

 

Radicalizar para conquistar!

Não há dúvida sobre os próximos passos do movimento estudantil em relação à greve, como já foi dito a radicalização progressiva tem sido utilizada de forma consciente e eficiente, ao avaliarmos nossas últimas ações no sentido de identificarmos o que seria continuar com progressão proposta. Após ações das mais variadas que já excutamos, como já foram expostas no parágrafo intitulado A derrocada da UNE, devemos avaliar qual ação terá peso inigualável, que nos fornecerá o poder de exigir e não mendigar aquilo que nos é devido por direito, de acordo com a significância do "refém" que tivermos em nossas mãos. Ressaltando que estamos no momento crucial da greve, onde algumas categorias podem deixar a luta, além da "proposta" do governo para ME não atender em nenhum ponto a pauta nacional e da reitoria da UFES ignorar a pauta estudantil local, devemos identificar os pontos vitais da UFES e desferir golpes violentamente letais e em series contra os mesmos, para conquistarmos a vitória tão sonhada.


DE PÉ OU MORTO, DE JOELHOS JAMAIS!




Rafael Carvalho Lages
Diretório Acadêmico "26 de Junho".
Graduando em Educação Física, CEFD/UFES.
Bolsista de Iniciação Científica, LAFIBE/CEFD.
Executiva Nacional de Estudantes de Educação Física, ExNEEF.

"Os trabalhadores não têm nada a perder em uma revolução comunista, a não ser suas correntes."
Karl Marx

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