Re: [MEEF] Paralisação das atividades acadêmicas da UFAL/Arapiraca por falta de segurança

Nota da ExNEEF sobre o Cerceamento do Campus da UFAL

Vivemos na sociedade mais desigual de toda a história da humanidade, a sociedade capitalista. Esta sociedade, baseada na propriedade privada dos meios de produção e na exploração do homem pelo homem que é capaz de produzir alimento para o dobro da população mundial, mas convive pacificamente com a fome e que possui mesmo na época da informatização 1/3 da força de trabalho economicamente ativa desempregada, cria muros entre a humanidade.
Estes muros têm a clara intenção de manter a riqueza, a qual é produzida socialmente mas apropriada de forma privada, nas mãos daqueles que hoje exploram o trabalho alheio em busca do lucro, a classe burguesa. Esta classe é a responsável pelas grandes mazelas que afligem a humanidade como a fome, o desemprego, o analfabetismo e o aumento da violência em escala mundial, pois mantém esta situação através da força do aparato legislativo, militar e policial e da criação de consensos pela educação e pela mídia.
Dentro disso, os fatos que tem ocorrido na UFAL em relação a construção de muros e cercas devido ao aumento de roubos e da violência no campus, são importantes para que possamos analisar e compreender a realidade na perspectiva de transforma-lá. Afirmamos isso, pois em primeiro momento demonstra que a universidade é uma instituição social que vivencia em seu cerne as mesmas contradições que o conjunto de
toda a sociedade enfrente e que por conseqüência depende da transformação radical do capitalismo para também ser modificada de forma radical. Em segundo momento, mas ainda assim de forma articulada com o primeiro, demonstra que o discurso de ampliação e democratização do acesso à universidade pública que advém da implementação do REUNI em nada se demonstra na prática. Isso se comprova tanto na histórica
greve que varreu as universidades federais no ano de 2012 quanto também pela crescente política de militarização e cerceamento das universidades, como nos demonstra o caso da UFAL e da USP.
Dessa forma, é imprescindível colocar que não negamos políticas de segurança pública para o ambiente das universidades como iluminação e guardas universitárias desmilitarizadas e contratadas via concurso público, desde que estas não firam a relação que a universidade deve ter com o conjunto da
sociedade através do tripé ensino-pesquisa-extensão e da autonomia intelectual da instituição. Porém, compreendemos que o fim da violência não se dará com o cerceamento da universidade e sua elitização, mas sim com a superação da sociedade capitalista.
Esta superação, também será a responsável pela democratização da educação e do trabalho e pelo fim da exploração e de toda a forma de opressão. Como acreditamos que esta será feita por homens e mulheres, chamamos assim, todos e todas as estudantes da UFAL a se somarem nesta luta, que está relacionada com a luta em defesa da educação, da saúde e da segurança pública, gratuita e de qualidade a serviço da classe trabalhadora.

"Por um mundo em que sejamos socialmente iguais,
humanamente diferentes e totalmente livres."
Rosa Luxemburgo

Executiva Nacional de Estudantes de Educação Física – Gestão 2012/2013