[Profs Mat:6579] Respostas à mensagem: O Incomensurável

Em 29 de dezembro de 2012 17:41, João Batista Nascimento <joaobatistanascimento@yahoo.com.br> escreveu: 

http://www.observatoriodauniversidade.blog.br/Blog/blog/2012/12/03/740a1ca2-9916-4a23-9455-6ec0d0ba4dd7.aspx 
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Olá João! Realmente a situação está crítica em nosso país. A começar
pelo sistema educacional no qual estamos sujeitos. Já não existe mais a
preocupação com a capacidade de nossos alunos, a única preocupação do
sistema educacional no Brasil são os números. Os números mostrados do
IDEB, ENEM, ENAD entre outros. Trabalhei, como secretária, num colégio
particular de ensino à distância, onde o aluno concluía o Ensino Médio
em três meses. Que base tem esse aluno para encarar um ENEM, um
vestibular? Mas não tá muito diferente do Ensino Público de nosso país.
Mas como disse Renato, não é a nota dele que vai dizer se ele será um
aluno aplicado ou não na faculdade. Infelizmente, e isso não é de hoje,
quem fez ou faz uma faculdade qualquer, seja ela pública ou particular
sabe que quem vai dizer a qualidade do curso não são os professores e
sim os alunos. Eu fiz vestibular pra UFF em 2000, passei em oitavo
lugar, mas porque eu corri atrás fiz um cursinho preparatório e estudei
bastante. E e ainda assim quando cheguei na faculdade eu tive que
correr atrás de muita coisa, pois os professores colocavam no quadro o
que era pra estudar e a gente é que tinha que correr atrás pra
aprender. É claro que tem gente ingressando em faculdades, particulares
principalmente, que nem sabe se expressar, mas estão lá. Alguns correm
atrás e se formam ótimos profissionais outros não. Assim como conheço
pessoas que tiveram uma ótima esucação mas que são péssimos
profissionais. E aí,onde está o erro?
Cintia Gabri
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Bom dia! 

Verdadeiramente nossa EDUCAÇÃO está indo de mal a pior. 
Leciono em uma Universidade em que o nível de educação de nossos 
alunos é baixo, quero dizer, um aluno de 1º ano de Engenharia possui 
demasiada dificuldades em Inequações, Teorema de Pitágoras, Equação de 
Bháskara, .... 

Em contrapartida, estes mesmos alunos são brilhantes no 
desenvolvimento de projetos, na resolução de estudo de casos, ... 
Alunos estes que dão tudo de sí para conseguir seu diploma com um 
excelente rendimento. 

O que podemos fazer: Continuar dando aos alunos de Ensino Médio as 
rimas, musiquinhas, versos para passarem no vestibular ou deixar todos 
entrarem e analisar pelas "matérias técnicas" quem conseguirá concluir 
o curso?? 

Prof. Eliel. 
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Colegas,Não ia entrar na discussão do "incomensurável", mas resolvi fazê-lo.Concordo com o professor Rivero que já comentou sobre as notas nos vestibulares,mas sem dúvida, de acordo com a área/carreira escolhida; vemos uma melhor ou piormédia dos candidatos para os tais. A questão é que essas baixas notas são, na verdade,um triste "raio x" da educação brasileira e aponta infelizmente para um próximo fundo do poço.Ha pouco soubemos que o Brasil novamente ficou na penúltima posição em um ranking sobreeducação. Aqui mesmo no Estado do Rio de Janeiro enfrentamos o baixo valor do IDEB e ficamoscom as piores notas na região Sudeste e Sul. Antes o RJ só ficava a frente do Piauí, agora em 2012tivemos um pequeno salto nesse ranking, mas ainda não é o bastante. Os dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2011 divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) revelam que 13 redes estaduais não bateram todas as metas, estabelecidas em 2005, para que o ensino atinja em 2021 uma qualidade compatível com a dos países desenvolvidos. Nos anos iniciais do ensino fundamental, Alagoas, Paraná e Rio de Janeiro estão abaixo da meta. Doze Estados não conseguiram alcançar a meta nos anos finais desta etapa: Alagoas, Amapá, Bahia, Espírito Santo, Pará, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima e Sergipe. No ensino médio, Alagoas, Distrito Federal, Espírito Santo, Pará, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Sergipe não atingiram as metas.Então, continuaremos com esse baixo padrão, digamos de pré-requisitos, para adentrar nas faculdades se não houver um verdadeiropacto moral na educação. Digo pacto moral, pois é imoral o não investimento devido em educação. Lemos e ouvimos em todas as formas de mídia os gastos exorbitantes com a copa do mundo. Estamos falando no mínimo de 50 a 80 bilhões de reais só na copa. Imaginem a olimpíada. É impossível termos educação de qualidade quando um professor que enfrentou uma faculdade, prestou concurso e ganha pouco mais de R$1.100,00 no estado do Rio. Gente, os caras colocam meta na educação para 2021 mas em 4 anos investem tubos de dinheiro em estádios para uma Copa do Mundo? Até 2021 continuarão os professores sendo mal pagos, mal preparados, os estados e municípios não batendo as metas da educação e está tudo bem? Espero que os governos, sejam eles de qualquer esfera, pensem realmente na educação que precisamos ter para sairmos dessa mediocridade de não termos mão de obra técnica e científica bem formada no país. Alguém que se disponha a estudar o episódio da descoberta dos incomensuráveis na Grécia Antiga encontrará em livros de história da matemática e de matemática uma visão sobre o assunto. Uma visão, é a mais disseminada,afirma que tal descoberta foi seguida por uma crise no pensamento pitagórico. Nessa versão, a existência da incomensurabilidade seria conflituosa com um princípio pitagórico de que tudo poderia ser explicado ou representado por meio de números. Eu entrei na crise pitagórica e, realmente não tenho conseguido mais medir o que se passa na cabeça dos políticos desse país ha tempos. Está mais fácil entender os números irracionais que se originaram no incomensurável grego e na crise instaurada na Matemática da época do que entender a irracionalidade existente na não valorização da educação nesse país. No mais, um Feliz 2013 aos colegas. Esperamos que no ano vindouro tenhamos melhores notícias sobre a educação em um todo. Abração.Professor Fabiano. 

 
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