Para conhecimento.. Carta sobre demissão de três professores da UNIVALI- Biguaçu, ex-militantes do MEEF. Carta Aberta a Comunidade do Curso de Educação Física da UNIVALI-Biguaçu É com pesar, mas firmes e em luta, bem como, respaldados no direito à liberdade de expressão, que viemos através desta carta manifestar e socializar, a todos, estudantes, professor@s e funcionári@s, nosso sentimento de indignação e insatisfação frente aos últimos acontecimentos que provocaram a saída de três professores do Curso de Educação Física da UNIVALI, dentre eles, Ecléa Vanessa e Marcos Canguru. Desde Março de 2011, quando de nossa entrada no corpo de professores, muitas foram as falsas promessas, de que o curso se propunha a construir uma proposta crítica para a formação em Educação Física, a qual "incluía" professores partidários da proposta crítico-superadora. No ano de 2012, a professora Ecléa Vanessa, por possuir uma carga horária relativamente baixa, passou a ser pressionada para que ampliasse sua jornada de trabalho, sob pena de perder seu emprego. Durante todo o ano, não houve aberturas de disciplinas de forma democrática, respeitando-se a normativa de Processo Seletivo, porém outros professores tiveram sua carga horária ampliada sob opção da direção do curso, desrespeitando o ambiente democrático e crítico que tanto é reforçado no respectivo PPP do Curso. Após vários avisos, o anúncio foi concretizado no fim do ano de 2012 com a divulgação, para os professores, dos horários do próximo semestre, os quais não continham mais o nome da professora em suas respectivas disciplinas, mas sim de outros professores, ainda que o 2° semestre de 2012 sequer tivesse sido encerrado para realização de Processo Seletivo. Prontamente e em sentido de auto-crítica, o professor Marcos Canguru manifestou na forma de um e-mail, sua defesa e indignação, bem como a falta de organização autônoma dos demais professores frente a saída injusta da referida professora. O mesmo foi imediatamente repreendido pela coordenação do curso que documentou sua resposta em outro email, utilizando-se do álibi de "reestruturação e adequação" da UNIVALI a sua nova forma de ser fiscalizada pela UNIÃO, a qual delimitou exigências de corte de funcionários com pouca carga horária. Não vamos nem entrar no mérito de que outros docentes estavam com carga horária igual ou próxima da professora, e, no entanto, não foram demitidos, provavelmente porque não possuem posturas teórico-políticas que colocam em cheque o ambiente anti-democrático presente e já avançado no curso. Após o e-mail, o professor Marcos Canguru foi ameaçado ser mandado embora, caso não reconhecesse que agiu de maneira incorreta através da publicação do referido e-mail, além de que a coordenação do curso estaria "agindo de forma transparente" e todos estariam sabendo. Em resposta, afirmamos que nossa prática condiz com nosso discurso em sala de aula, ou seja, que a criticidade e a defesa da classe trabalhadora é a base de desenvolvimento para uma sociedade que preze colocar-se para além do capital. Vale o destaque que em episódio anterior, no meio do segundo semestre de 2012, quando o curso passava pelo seu período de reconhecimento, fomos solicitados pela coordenação do curso a não manifestarmos durante nossas aulas, nem publicamente, nossa defesa de um currículo ampliado para a Educação Física, coisa que também caracteriza, tanto o assédio moral, como ferimento a nossa liberdade de expressão. Naquele momento acreditávamos que tudo não passava de um período de turbulências, o qual logo passaria, ao ser comprovado a competência e qualidade de nosso curso, coisa que agora se desfaz em cinzas discursivas e práticas autoritárias, como pré-antecipadas nesse período. O resultado foi que, no apagar das luzes do segundo semestre de 2012, logo após as férias de janeiro de 2013, o referido professor também foi demitido de maneira imotivada, com a mesma justificativa inescrupulosa de "reestruturação e adequação" da UNIVALI. Ressaltamos que vários professores obtinham, até o presente momento, carga horária inferior ao professor demitido, o que torna incoerente a referida justificativa e comprova ainda mais o autoritarismo presente no curso. Sobre a referida reestruturação, em nenhum momento os professores foram advertidos de ampliarem suas produções acadêmicas, sob pena de perderem o emprego, o que também desmente essa justificativa atual e remediada dada para os estudantes sobre a saída dos respectivos professores. De fato, o que estamos assistindo é a operacionalização de interesses corporativos sobre os direitos trabalhistas e a organização dos professores, o que culmina em práticas fascistas, um tanto quanto típicas em instituições públicas e privadas de Ensino Superior. O que questionamos enfaticamente a partir desse momento é como um curso pode se dizer diferenciado, se não respeita as próprias diferenças teórico-políticas do seu corpo de professores? Quais são os limites de criticidade de uma universidade que se diz Comunitária, mas que não consulta a comunidade em suas decisões político-administrativas? Chegamos ao cúmulo de ouvir por parte de colegas de trabalho que nós forçamos nossa saída, mantendo e defendendo nossas opiniões. Mas toda nossa recente história no curso demonstra que sempre expusemos abertamente nossas concepções e mais, que um professor que se diga crítico, não deve aceitar viver de joelhos frente a ilusão de um controle autoritário. Jamais nos calaremos, pois entendemos que todo espaço que se encontra a classe trabalhadora deve ser um espaço de disputa em prol de uma sociedade justa e igualitária, principalmente quando se trata de um espaço privilegiado de formação de educadores e educadoras. Por fim, destacamos a solidariedade do companheiro Bruno, professor que teve sua saída também imotivada por parte da UNIVALI, mas justificada pelo clima anti-democrático presente no corpo docente e agravada por problemas familiares. Tod@s perdemos: Os professores que saíram e os que ficaram nesse clima submisso, mas principalmente os estudantes, que tem o direito de se esclarecer e lutar pela qualidade de ensino correspondente ao proposto em seu currículo, o que também motiva a socialização desta carta. Este ocorrido não é um caso isolado, não foi o primeiro, e possivelmente, não será o último, mas deve servir de lição para que estudantes e professor@s de todo o curso se levantem, que não aceitem essa submissão opressora, mas que se organizem, que lutem e acima de tudo, não permitam que casos de perseguição política sirvam de pretextos autoritários para calar a classe trabalhadora, mas sim para que incendeiem os corações daqueles que acreditam que uma formação em Educação Física de maneira crítica e comprometida com uma sociedade para além do capital não só é possível, como está em construção permanente. Deixamos aqui nosso manifesto, na certeza de que nada foi e nem será em vão. Seguindo na Luta, Ecléa Vanessa Marcos Canguru Carol Coordenação Geral - DACEFD/UFSM Gestão 2011/2012 - "Lutar quando é fácil ceder" Coordenação de Ensino, Pesquisa e Extensão - ExNEEF R6 |
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