De: henrique kramer <kramer.henrique@gmail.com>
Data: 28 de julho de 2013 16:29
Assunto: [FENEX] Relatoria FENEX Curitiba 2013
Para: fenex@googlegroups.com
Compas, seguem em anexo e no corpo do email as relatorias do FENEX Curitiba 2013 e uma pequena sistematização dos encaminhamentos do organizativo do fórum. Desculpa pelo atraso no envio das relatorias!
SISTEMATIZAÇÃO DOS ENCAMINHAMENTOS
I. Periocidade dos fóruns: fica deliberado de 4 em 4 meses, com flexibilidade.
II. Lista de e-mails: a lista de e-mails do FENEX será aberta a quem quiser participar;
III. Conteúdo das postagens do blog do FENEX: encaminhamentos, materiais produzidos pelo fórum e material que as executivas queiram postar. Gustavo tentará a senha com Israel em prazo de duas semanas. FEAB-Pelotas responsável pelas postagens no blog.
IV. Sede e data do próximo fórum: RIO DE JANEIRO; FINAL DE AGOSTO. Proposta de ExNEEF de ser no Rio de Janeiro, com executivas mostrando possibilidade (por conta de ainda não terem discutido internamente) apoio: ENEFAR, DENEM.
V. Encontro Nacional de Educação: a) Panfleto: Lado A: apresentação do FENEX (GDT opressões, campanha megaeventos – se aprovada, caderno da contrarreforma, construção do encontro nacional do ANDES, encontros regionais, blog) e mostrar a ligação entre FENEX e ANDES. Lado B: centralidade do debate da educação, ressaltando a importância e descrição do encontro, além de como o FENEX vem se inserindo nos debates de educação. Prazo para entrega: proposta de ser feito virtualmente até dia 9 e aprovação até dia 11, 23h59min, por conta do encontro da ENESSO, e garantir a impressão pelo ANDES até encontro da DENEM.
VI. GT-Opressões: GT de opressões: DENEM, FENED, ExNEEF (que acompanhará). Agosto para reunião virtual do GT de opressões (FENED responsável). Construção da cartilha até final de agosto e início de setembro (1 mês após a reunião).
ENEEnf também construirá o I CFP LGBT, caso seja deliberado.VII. Caderno de Contrarreforma:
Textos: PROUNI (ENESSO), SINAES (DENEM), modelos privatizantes da saúde (FENEX Saúde). Foi sugerido adicionar a síntese do caderno 2 do ANDES (FENED). 5 páginas, Times N., espaçamento 1,5 e fonte 12.
Prazo para formulação: 15 de agosto. 22 de agosto para contribuições.
Diagramação: 30 de agosto (FENED) – lembrar-se de adicionar os textos da ExNEEF deliberados.
PAINEIS:
Sexta-feira (28/06)
-Análise de conjuntura
-Megaeventos
-Saúde
-ME, trabalho de base e processo de consciência.
-GT Opressões
-Educação
-Organizativo
Informes das Executivas:
- FEAB: nossa situação é bem delicada, hegemonia da Consulta Popular com alternância com PT, nossa federação tem deixado de participar do FENEX faz um tempo, as pessoas que estão aqui compõe a oposição da FEAB, que agora é uma frente, a Mais Vale o Que Será (MVQS). Queremos reerguer o FENEX dentro da FEAB. Não estivemos enquanto FEAB no FENEX PoA, mas queremos contribuir com o debate aqui e levar isso pra FEAB.
- FENED: nossas últimas atividades desde o último FENEX: aconteceu o 2º Encontro de Mulheres Estudantes no Piauí, foi um bom espaço, é o segundo que acontece, é importante fortalecer esses espaços, inclusive ele é aberto a outras mulheres de outros cursos. Em relação a atividades futuras, estamos à véspera do ENED, que vai acontecer em Pelotas, no final de julho e começo de agosto. Fica o convite pra outras executivas participarem. O tema desse ENED será "Universidade e Mundo do Trabalho". Para o segundo semestre, temos o SDH (Seminário de Direitos Humanos que será sediado na Cidade de Goiás) e o CFP (Curso de Formação Política) da FENED (Salvador) e o CFP LGBT (Curitiba). Gostaríamos de fazer uma autocrítica do encaminhamento do último FENEX, pois ficamos responsáveis de puxar as reuniões do GT opressões e não tivemos pernas de tocar isso nesse momento, mas deixar claro que não é por uma desvalorização da pauta.
- Militantes do curso de História da UFF (CAHIS): não estão falando como FEMEH; o Encontra Nacional de História acontecerá no Rio de Janeiro com o tema de "Universidade Necessária: reforma curricular e utilidade da História", questão da diferenciação do bacharelado e licenciatura.
- ExNEEF: Organizada em Coordenação Nacional e Coordenações Regionais (6 Coordenações Regionais) e algumas bandeiras como regulamentação da profissão, defesa da universidade pública e socialismo. Lançou campanha da formação e da "Da Copa eu abro mão". Do último FENEX pra cá, aconteceram os encontros regionais e agora acontecerá o encontro nacional, no Espirito Santos. Algo que vem preocupando é o fortalecimento dos setores governistas pra dentro do MEEF.
- Enfermagem: teve um espaço na Páscoa, que foi o conselho dos CAs, debatemos educação no país, sobre reforma universitária, encaminhamento: preparar o CFP para a executiva, temos vários CAs novos. Hoje estamos preparando o Encontro Nacional, que acontecerá no RJ. A UFRJ, a reitoria, começou a atravancar a construção do encontro, por conta das próprias mobilizações. Estamos confiantes que o encontro nacional será muito bom.
- DENEM: em relação a EBSER, a DENEM organizou um plebiscito nacional, organizamos a frente nacional de luta contra a privatização da saúde, em Florianópolis, também lançou apoio as mobilizações do transporte, mas também levando a pauta da saúde. Nesse primeiro semestre, teve apenas um encontro regional, que aconteceu em Botucatu. Priorizar a articulação das escolas pagas. Chamar para a executiva das escolas pagas. Agora terá o encontro nacional em Belém do Pará.
Com relação as mobilizações, fomos muito cobrados como área da saúde, diante disso foi marcado uma mobilização dos médicos. Estamos orientando o pessoal a defender as pautas que sempre articulamos, principalmente na questão do subfinanciamento do SUS. Sobre o outro ponto, sobre as particulares, pautamos uma campanha contra o aumento das mensalidades. Vamos tentar ter mais encontros durante o ano, priorizando encontro de executivas. Todas as executivas estão convidadas para participar de nosso encontro nacional.
- Engenharia Ambiental: dentro do curso ainda não temos executiva, mas estamos pautando um encontro nacional exatamente para a criação de uma.
ANÁLISE DE CONJUNTURA
Facilitação: ExNEEF e FENED
Relatoria: FENED
ExNEEF (Karen): É preciso trazer alguns pontos para analisar a conjuntura que estamos vivendo. Partimos do pressuposto que vivemos em uma sociedade capitalista e a partir desse sistema existem limites estruturais da vida humana. Parte de uma crise, do petróleo, para manter a taxa de lucro, existe uma reorganização do trabalho. Então, presenciamos uma passagem do modelo fordista para o modelo toyotista – o qual é caracterizado pelo trabalho em células, polivalente, flexível. Partimos da compreensão de que é uma crise extensa, que se expande em várias escalas, como o movimento árabe, a greve do Jirau e outras manifestações. O sistema capitalista então, estão em crise, de dá a partir da lógica destrutiva, explora cada vez mais outras regiões. A economia em crise tem desdobramento na política, que é a neoliberal e tem retirado cada vez mais os direitos trabalhistas. Vemos cada vez mais o dinheiro dos governos para manter a taxa de lucro, para salvar bancos. Reforma do Estado, FHC, possibilitou várias formas de gerir o Estado, e aí temos a entrada das parcerias público-privadas e a mercantilização dos direitos sociais. Privatização instituição pública para o setor privado, maior gerenciamento pelo setor privado de funções que são do Estado. Reforma da previdência, da educação.
ExNEEF (Carol): Entrando no ciclo no PT, ele fim do ciclo democrático nacional. É necessária uma nova forma, que seria o democrático popular. Que, em verdade, são muito mais antidemocráticas. Com a ascensão do lula ao poder, isso se aprofunda, com o corte de verbas, privatização dos HUS, inúmeras contradições que colocam em xeque o caráter popular desse governo. Um governo que expressa a cooPTação, a entrega de cargos burocráticos a instituições que antes eram combativas, além disso, o financiamento da UNE, por exemplo. Uma esquerda que tenta se desvencilhar desse projeto, que é insuficiente. É preciso superar a ideia de que o socialismo se dará em etapas. A partir disso, precisamos romper com essas concepções. Para entrar um pouco nas mobilizações que estamos vivendo, são movimentos que expressam as contradições que foram colocadas nesses dez anos e que agora tem colocado as massas nas ruas. Contradições advindas dos próprios Megaeventos, do remodelamento das cidades, a própria flexibilização do trabalho. São movimentações que expressam uma caracterização que é a crise das direções, da mesma forma que nascem sem rumo, permanecem assim. Isso mostra o período histórico que a esquerda vem passando, de não conseguir dar uma resposta pra própria classe.
FENED (Acássio): vamos tentar aprofundar nos elementos mais conjunturais. A necessidade da percepção de que é uma crise estrutural, que se inicia nos anos 70, a partir do esgotamento de um modelo de acumulação. Além de produzir efeitos na vida da classe trabalhadora, produz efeitos na subjetividade da classe. Essa crise coincide também com o período de esgotamento dos projetos de transformação social que a esquerda construiu no último período. Vivenciamos uma crise de projeto, de revolução pra o Brasil. Essa crise pela qual passa a esquerda tem conexão com o neoliberalismo, que fragmenta a classe, que destrói a subjetividade da classe. Pra chegar no Brasil, muito se agitou que a crise era uma "marolinha", mas foi desmentida pelos últimos acontecimentos. Retomando um período posterior a crise de 2008, reparamos um crescimento quase zero do PIB. O remédio que o governo se utiliza são remédios que tem efeitos destrutivos para a classe: i) a escolha de um modelo agroexportador, expansão da última fronteira do capital, ii) ampliação da política de crédito, endividando a família Brasileira. Essas escolhas acirram as contradições, dá substância pra esse caldo de mobilizações que vivemos hoje. É importante colocar também que hoje temos um modelo de desenvolvimento, que o estado assume um papel diferenciado, que é um papel de indução via BNDS – favorecimento do crescimento do capital. Pra chegar nas mobilizações, a caracterização das mesmas não está fechada. As leituras ainda não conseguem tomar apontamentos muito claros. Na minha avaliação específica é de que são mobilizações progressivas, que dialoga com setores populares mais favorecidos. Como todo processo de crise, temos acirramento de polos, vemos a polarização de setores, como os progressistas e neonazistas. Como foi colocado, precisamos pensar enquanto saldos desse processo - crise de representatividade, p.ex.
FENED (Larissa): qual é o desenvolvimento que temos hoje no país. Crescimento do agronegócio, guarani-kaiowá, extermínio das populações tradicionais. O Brasil hoje é o maior consumidor de agrotóxicos no mundo, megaeventos, privatização dos aeroportos, superfaturamento do dinheiro público, criminalização da pobreza, extermínio da juventude negra, belo monte, restrição da meia entrada, higienização social, lógica proibicionista. Tudo isso representa uma ação do grande capital nacional e internacional e não está deslocado de algo que é estrutural. Vivemos uma grande onda reacionária hoje no Brasil, com discurso de ódio às diversidades. Sofremos uma grande opressão, nós, enquanto mulheres. Vemos também grandes aberrações, como Marcos Feliciano na comissão de DH, o Estatuto do Nascituro. Sobre as grandes manifestações, víamos as grandes mobilizações da Europa, no Chile, e não esperávamos quando isso aconteceria no Brasil e vemos isso acontecer agora, com uma grande quantidade de pessoas na rua. Tudo isso é fruto de uma grande indignação. Os setores são muito heterogêneos, as pessoas vão as ruas por pautas diferentes, são pautas progressivas, pedem mais investimento de saúde, de educação. São pautas que representam um enfrentamento ao governo que está colocado. Mas não é um movimento da esquerda, ele está em disputa e a esquerda deve disputa-lo. A gente poderia colocar, diante dessa conjuntura, que muito se fala em um golpe da direita. Mas não existe essa possibilidade. O atual governa atende os interesses do capital. Vemos uma grande crise da representatividade, qualquer bandeira que seja hasteada é vista com maus olhos.
Debate:
Fábio: partindo de 2008, a gente se sabe que o capitalismo tem seu processo de readaPTação, que consegue se reciclar em seus processos de crise. A crise é uma necessidade para o sistema capitalista se renovar. É uma consequência inerente do processo do sistema capitalista. Na união europeia, como exemplo a Grécia, observamos uma guerra civil como fruto de uma necessidade da união europeia pra que não afetasse os setores dominantes, foi ponto de escape para tirar a UE da crise. Na América Latina, vemos um avanço do imperialismo. No Uruguai tivemos uma tentativa de golpe, igualmente na Venezuela. É importante colocar a grande expansão do agronegócio, como um dos principais pilares do capitalismo aqui, assim como as mineradoras. É importante trabalhar a transformação desse modelo de produção. Vemos o avanço das privatizações, que vem na intenção de inserir uma cultura na classe trabalhadora. Situação da CT: retirada de direitos e criação de privilégios: tudo que é direito é transformado em serviço/privilégio. Discorda: a lei da Copa pauta a questão do terrorismo, um resquício da ditadura pra barrar manifestações. Várias manobras tão sendo feitas pela direita pra descaracterizar o PT. O papel da esquerda é garantir um trabalho de base e agir diferente do mpl que saiu das ruas. Devemos nos manter nas ruas e manter na luta.
Vinícius: fazemos análises semelhantes ao do colega. Não podemos ignorar o momento histórico com ganhos como ir pra rua adianta dá vitórias. As manifestações ainda são despolitizadas. Há elemento de um nacionalismo exacerbado nas manifestações. Foi um mobilização em massa. E pautamos que CAs e das tem papel de fomentar debate nas universidades. O facebook é insuficiente pro debate. A conjuntura da saúde: houve um movimento progressista como surgimento do SUS mas ele está capengando, não há avanços e há possibilidade de abrangência dos planos de saúde, EBSERH, associadas a educação que não ajuda a resolver esses problemas.
Mari: o que a gente vivenciou foi um passagem da negação ao consentimento. O PT surge como negação da ordem do capital e que se propõe socialista classista. Mas o PT se amolda a ordem capitalista. Com lula no poder a classe trabalhadora sofre um processo mais acelerado de apassivamento. Há tempo não vivenciamos mobilizações de massa e isso é característica da nossa juventude. Temos que pensar que a fragmentação da classe é sentida no me. As mobilizações são reflexos de uma insatisfação com o projeto do PT.
Giovana: sobre o nacionalismo e o antipartidarismo é reflexo da falta de diálogo nosso com as massas, temos que aproximar elas e desmistificar o discurso da mídia. As pessoas vão pela movimentação que está acontecendo sem algum projeto.
Acássio: 1) o surgimento de polos e acirramento de contradições: no período de maior acirramento na Grécia deu surgimento a um polo fascista lá. Mas o SYRIZA também conseguiu muita expressão. Essas crises geram esses extremos com setores progressistas e conservadores ao mesmo tempo. Sobre a eminencia de golpe: em analogia a 64, havia um governo progressista com conjuntura internacional diferente e dizer que é golpe é não reconhecer o papel que o PT tem em relação a burguesia. O povo que tá na rua é fruto de um período anterior de neoliberalismo de ataque a classe e fruto de 10 anos de governo de conciliação que não cumpriu as tarefas históricas e cooptar setores da classe.
Alan: últimas manifestações: o povo sai às ruas com indignação e isso leva a extremismo. A alienação do povo o leva a ser levado pra onde a maioria quer. Há crise de direções com a esquerda fragmentada e vemos isso dentro da superestrutura como no CONUNE onde não há unidade da esquerda. Falta direção e unidade da esquerda pra atuar como frente unificada da esquerda pra intervir. A conjuntura vai ser levada por quem se insere dentro dela. Temos que politizar o debate e não regredir nele com coerência com a linha de esquerda. Ao mesmo tem que nos reorganizamos temos que nos unificar.
Maicon: hoje também há despolitização das pessoas. Também acha que o antipartidarismo e o nacionalismo e há algo meio mapeado da mídia pra criminalizar a esquerda os chamando de vândalos o que manipula as pessoas. A esquerda não consegue hoje sentar e afinar a intervenção. Falta a referência da esquerda nesses atos. Há pessoas a disputar nesses atos. Há que se enfrentar também a direita nesses atos. As pautas também devem ser mais politizadas. Houve mistura de pautas e inviabilização de uma denuncia de que o atual governo se tornou inimigo da classe.
Hugo: concorda com as análises de que as manifestações são reflexo da insatisfação com o governo até contra a política e que isso é fruto de desmobilização levada a cabo pelo PT que verificamos nos últimos 10 anos com o retrocesso de consciência de classe. Os trabalhadores também estão nos atos, mas não enquanto classe. A classe hoje tem como característica uma subjetividade inautêntica. Vamos às mobilizações apenas como indivíduos. O SYRIZA, por exemplo, é de extrema esquerda, mas não propõe romper com o EURO. Vemos isso aqui também. Há uma crise de projeto e de subjetividade. Os trabalhadores nunca dormiram, estão nas ruas e talvez meio acomodados na democracia e devemos avançar na reorganização da classe trabalhadora e dos estudantes ligada aquela.
Hércules: sobre a necessidade de como ME combativo e inserir-se nessas frentes. É necessária a unidade da esquerda pra ter diálogo com a massa. Mas há dificuldade de unidade. Há necessidade de estarmos nesses espaços de frente pra não recuarmos nas pautas. Em Pelotas tentamos articular a esquerda lá, mas houve reunião entre os setores governistas e com os setores antigovernistas em separado. O "Fora Feliciano" ainda pauta uma reivindicação que ainda está na superestrutura como solução pro machismo e pra homofobia. Temos que intervir como esquerda combativa e classista no processo.
Clarissa: sobre a importância de entender a conjuntura internacionalmente. A tendência é de expansão do capital. Temos uma derrota eleitoral da esquerda após a redemocratização que abriu espaço pra um projeto burguês de capitalismo financeirizado. Hoje é bastante emblemático que essas manifestações são as maiores desde o "Fora Collor". Ainda que as questões internacionais estejam ligadas não podemos fazer agitação barata de que no Brasil é como no oriente médio ou na Turquia. Há uma crise de representatividade em todos os lugares no mundo. Há uma falência do projeto do PT e a insatisfação com esse projeto e com partidos é uma insatisfação com esse projeto. Os protestos estão em disputa mas não podemos fazer uma analogia simples. Cantar o hino nacional não é símbolo de direita, um fascismo. A direita não dará golpe ela está satisfeita com o governo.
Reinaldo: a análise é interessante. Há debates no sentido de que é necessário fazer um paralelo entre quem tá excluído do capital e pobreza disseminada e as visões dos administradores do mundo (FMI, Banco Mundial). Se chegarmos no meio de um ato e chamarmos manifestantes de classe media ou trabalhadores que eles são coxinhas ou que são conservadores não vale nada. Eles foram levados a pensar isso. Precisamos enquanto esquerda nos inserir no proletariado e na pobreza pra compreender isso.
Lilian: é importante fazer um resgate de qual cenário nós somos fruto, inclusive pra entendermos o caráter das mobilizações. Temos uma perda de um referencial político na esquerda imensa. As organizações de esquerda sofreram um forte amoldamento à ordem. Em relação à classe trabalhadora e o processo de reorganização, vemos na década de 90 a fragmentação, que se expressa a partir da reestruturação do trabalho e fragmentação em termos de organização do movimento. Vimos uma greve que não conseguimos ter uma articulação das categorias atuando com unidade. Vemos uma deficiência em tocar pautas concretas. Temos que entender qual é o senso comum colocado nessas mobilizações. Quando falamos no consenso do governo petista, é importante lembrar o papel da repressão, é comumente vivenciado na periferia, nas favelas, e que temos vivenciado nas mobilizações. Temos que pensar como combater isso, enquanto esquerda.
Juan: Sobre as mobilizações, os ataques físicos, temos vivenciado isso fortemente no RJ. Não é golpe militar, é ilusão pensar que as primeiras grandes mobilizações depois da trajetória do PT, fosse se dar nos marcos da esquerda revolucionária. Uma das grandes causas dessas mobilizações é a inflação, existe um custo de vida disparando, principalmente nas grandes cidades que vão sediar a Copa. Tem uma armadilha no movimento, que é importante a gente se desvencilhar, que é a história do golpe. Isso não existe, porque esse governo que está colocado serve a lógica do capital, tudo vai muito bem e não é bom que haja mobilizações. Temos que construir espaços de unidade, levar as pautas tradicionais, temos que investir na construção da unidade, tanto do movimento estudantil quanto na classe trabalhadora.
- É um processo que antecede o próprio ciclo PT, na descrença do socialismo, expressam-se no momento da juventude, com falta de referência política. Mas também não dá pra desresponsabilizar que é pra além de uma crise de direção. Hoje tem muitas organizações que acreditam que a estratégia ainda é democrático popular. Não temos hoje um consenso na esquerda, temos que tentar superar isso, pois isso vai além da crise de direção. O senso comum é um terreno muito fértil e a esquerda não dá conta de trabalhar com ele, o que a direita faz muito bem. Tenho acordo que existe uma impossibilidade de um golpe hoje no Brasil. Devemos pensar em uma revolução permanente. Vemos uma esquerda despreparada pra essas mobilizações, colocam os partidos acima do movimento.
- Cassin: as mobilizações nos mostram que o povo está descontente com muita coisa. Em SP quando houve manifestação da polícia a população se revoltou em nome do direito pela luta e isso gerou uma onde de manifestações e assim surgiram mil pautas. O antipartidarismo é normal porque pelo próprio fim do ciclo do PT. As pessoas vêm que não funcionou desse jeito, mas querem outro jeito e a luta pela corrupção foi colocada como uma pauta de consenso pra população. A direita também está se inserindo nos atos. A própria indignação das pessoas mostra que elas querem mudar o país, mas pela despolitização não consegue dar um rumo pro movimento. Devemos aproveitar pra fazer trabalho de base.
Carol: é importante atentar que se a esquerda não tem linha, a direita e o governismo tem. Em Santa Maria a gente viu isso que é no sentido de levar pra institucionalidade pra sufocar o movimento. Como exemplo temos a ocupação da câmara que tá matando a ocupação. No RS temos essa linha de ocupar prédios públicos e tirar das ruas dos movimentos de massas. Temos que estar atentos a essas linhas. Há uma intencionalidade quando em PoA não direcionam o ato pro prédio do governo, mas pro do jornal Zero Hora. Aqui afloram os vícios de esquerda que impedem o movimento de avançar e que derivam do ciclo PT. O primeiro passo está dado: as pessoas vão pra rua pra questionar os limites dessa democracia. As pessoas vão pra rua carentes de análise e de perspectiva. Há necessidade de agitação colada a propaganda.
Lawrence: importante é retomar porque análise de conjuntura nesse momento. Fazemos análise de conjuntura pra pensar o terreno e a correlação de forças pra gente atuar e modificar. Ficamos por muito tempo repetindo nossa analise de conjuntura. Quando as mobilizações acontecem começamos a ter a dimensão da responsabilidade da nossa militância de quere tirar a ordem que tá posta aí. Os indicativos de que estamos num outro período de conjuntura no Brasil, que temos vitórias nas ruas, nos demonstra que a esquerda tem mais reponsabilidade com a fragmentação. Não pode aceitar que é o PT nos diga que é com 5 pactos e com reforma política que jogam o movimento pra institucionalidade. Da experiência governo PT aprendemos que devemos romper com a ordem. As mobilizações de massa nos retomam a nossa capacidade de perigo com essa ordem ser mais responsável com o modo como nos organizamos na educação, nos direitos sexuais e LGBT, não na perspectiva reformista, mas recuperar o projeto de ruptura.
Erika: vandalismo: tem Ascenso, as pessoas tão indo pra rua. Quando estabelecemos a frente e dar eixo pras lutas os atos diminuíram mas lá estavam os setores mais pobres cheios de indignação com o aumento do custo de vida. Os ataques a classe trabalhadora estão sendo insuportáveis. Precisamos distinguir as ações políticas. Como vamos intervir junto com esse pessoal. Cuidado com o governo: investir em saúde mas querem esvaziar as ruas. A saúde financiada com a verba publica é a EBSERH. A privatização não é a clássica do FHC, há diferenciação. Se for pra reafirmar uma política do governo, que o pessoal permaneça na rua. Temos que aproveitar essa abertura de diálogo.
Fábio: comtemplado pela fala do Law. Trabalhar uma perspectiva diferente no momento diferente. O gigante acordou, mas o gigante que é a periferia nunca dormiu. Só acordou quando os jornalistas também foram reprimidos. Os militares estão inseridos no congresso Brasileiro. A possibilidade é de um golpe através do congresso. Colocar o PT no poder foi uma jogada da direita pra renovar o setor do FHC que já estava desgastado. Nós como esquerda organizada devemos colocar que as politicas sociais são insuficientes, mas elas fazem colocar o povo na rua, por isso a direita também é contra elas. Há uma dicotomia entre os vândalos e os pacifistas, a própria esquerda faz essa caracterização. Agora temos as condições pra organizar uma frente de luta estudantil combativa.
Maicon: os governistas estão se aproveitando das massas pra implementar suas políticas. Prometeram royalties do Pré-sal pra educação tentando calar a boca da população, mas têm, em verdade, implantado políticas neoliberais. A internacionalização da esquerda é importante pra ter uma dimensão de como atuar melhor. O capital está em tal ponto de exploração que o código florestal foi modificado mas querem modificar o resto da legislação ambiental pra explorar ainda mais. A direita se aproveita das massas pra bater de frente com a esquerda e a questão do golpe pensa que a direita de aproveita das massas pra crescer e pra bater na esquerda. Devemos ficar pra apontar quem é a esquerda.
MEGAEVENTOS
Facilitação: EXNEEF
Relatoria: FEAB
ExNEEF: Momento de megaeventos no Brasil iniciando em 2007 com o Pan até 2019. Necessário olhar mais a fundo o papel que vem cumprindo o esporte na sociedade atualmente, expressada nos megaeventos cumprindo um papel econômico, politico e ideológico. Em tempos de crise, esse esporte transforma-se em escoamento de uma crise e aceleração do capital estagnado, principalmente através da exportação destes grandes megaeventos que eram concentrados na Europa, hoje se dilui nos países periféricos. O Brasil se insere neste meio se submetendo as leis da FIFA, como a lei geral da Copa. A mídia expressou a lei geral da Copa apenas em relação a permitir o uso ou não de bebidas, porem desde 2009 já estava decidido com a AmBev estas resoluções. Muitos movimentos socais, pautam esta lei geral da Copa como novo AI5, prevendo 8 novos tipos de crime, como o crime por se manifestar. Três meses antes dos megaeventos também não poderá haver paralizações de setores fundamentais na economia, restringindo o direito a greve. A lógica da obsolescência programada é imposta mais fortemente como as mega estruturas dos estados que não se financiarão futuramente. O esporte vem cumprindo o papel de disseminar e universalizar a paz e a tolerância. Em visita da seleção Brasileira no Haiti, a seleção apareceu em cima de tanques. A seleção foi embora os tanques ficaram. Falsa proposta de paz, apenas um véu de elemento pacificador e de tolerância. Com isso se justifica e naturaliza ataques a comunidades, desapropriações e restrição de direitos civis. O argumento para os megaeventos são relação de aumento de empregos, o Brasil frente a opinião mundial de desenvolvimento e incentivo e pulverização da prática do esporte em todo país. Porem é visível que não contempla a realidade da população Brasileira.
O acesso a estes esportes e produtos de consumo são pautados não pela concepção de integrar e incentivar, mas de gerar lucros. A retirada de direitos frentes estes megaeventos vem sendo um estopim para a população. Grandes investimentos públicos vêm gerando grande revolta por parte da população. Remoções e expulsões vêm sendo realizadas constantemente. É uma realidade antiga, porém que vem se intensificando com estes megaeventos. Desde 1910 com as formações de favelas e marginalização vem ocorrendo a exclusão desta parcela da sociedade para as periferias com uma logica de higienização social. As politicas assistencialistas não vêm dando resposta aos problemas aos quais estas politicas estão visando sanar como projeto fome zero ou erradicação da pobreza. Populações saem de suas casas sem nenhuma garantia ficando a mercê da solidariedade de conhecidos ou a própria sorte. A forte militarização das favelas, como as UPPs, também são motivo de preocupação. O índice de assassinatos de pessoas marginalizadas pelo estado, nas periferias, vem sendo massacradas com grande intensidade. A situação dos quilombolas e terras indígenas também não é diferente. Cada vez mais, ataques são destinados aos índios para construção de hidrelétricas ou megaeventos e expansão da fronteira agrícola. Este processo de higienização das ruas também esta sendo aprimorada com a nova politica de internação compulsória, removendo pessoas dependes químicas das ruas por período de até 2 meses, contra a vontade dele ou familiar, caracterizando forte retirada dos direitos civis. Quando realmente vemos a realidade da lógica dos megaeventos, a serviço de quem estão estes megaeventos, não há como não se colocar contra. Manifestações como as de agora tem invertido estes sentimento, e até da Copa o povo esta abrindo mão. Toda esta logica de acontecimentos permite que reflitamos sobre as medidas que devemos tomar pra avançar na consciência da população.
Debate:
Mariana (Direito): é bom usar Curitiba, dita como cidade modelo, pensada e estruturada para exclusão social. Hoje tem se um grande embelezamento permitindo uma higienização e escondendo as desigualdades. A própria cidade acaba por se tornar uma mercadoria. Os que não tiverem poder aquisitivo para ali viver, serão excluídos. Quanto a Copa, quem se dará mal, serão de fato os trabalhadores. O trabalho voluntário também contribui para esta lógica de prejudicar a classe trabalhadora. Outro ponto é um projeto de lei (PL Gabriela Leite), vem pra regulamentar a prostituição na intenção de garantir os cafetões grandes lucros através da materialização do corpo da mulher.
Wander (Serviço Social): Quanto as UPPs, existe um interesse além de reprimir, investir na politica de segurança através da repressão. Em um estado neoliberal é comum intensificar as politicas de segurança na motivação de defender a propriedade privada. Quanto a internação compulsória, o interesse esta voltado para os donos de empresas e clinicas privadas, que lucraram internando pessoas como números, visando apenas aumentar sua renda sem nenhum compromisso social com o cidadão.
Ana: Trabalha no centro de apoio psiquiátrico, e em um evento semana passada com o prefeito de Curitiba e secretario nacional da politica de drogas, e este secretario se demonstrou extremamente neutro expondo apenas vantagens e desvantagens sem tomar um posicionamento. Esta higienização de tirar o morador pra ser desintoxicado na verdade se torna inviável quando se vê que não há estrutura alguma seja de falta de médicos ou falta de equipamentos e experiência pra lidar com este tipo de cidadão. A CAPS AD3 também elimina a autonomia dos médicos submetendo outras áreas da saúde a médicos e interesses.
Rodrigo: Sinto-me bem contemplado pela companheira. Pegando um gancho, temos uma politica de pacificação, interiorização de médicos, visando ampliar o atendimento ao necessitado. Desta forma se marcara como mediador de conflitos, controlando a massa de trabalhadores quanto a suas revoltas. É necessário que analisemos o movimento que o estado vem fazendo em relação a sua política. Legitima-se cada dia mais a ideia de proteger os usuários de erros. Vemos hoje cidades sendo reorganizadas para facilitar a mobilidade em cidades, mas não é uma politica para a classe se organizar.
Vinicius: Trazendo uma situação de BH, a policia é impedida de entrar na universidade, mas por ordem do ministério da educação o reitor foi obrigada a abrir as portas para a PM e lá se mantem acampada. O local onde ocorrem as manifestações vem sendo constantemente monitorado pelos PMs. Durante a ditatura a UFMG se fechou protegendo refugiados da ditadura e os portões não se abriram, hoje temos a esta abertura por parte de pressão da FIFA. Em relação a isso, os estudantes vem debatendo a respeito da situação da policia, megaeventos e fim de direitos universitários. O que vem implicando os megaeventos. Afastamento da classe trabalhadora, internação compulsória, higienização, sem falar na grande quantidade de dinheiro publico que vem sendo gasto nos investimentos da Copa.
Giovana (Lazer e Turismo): em São vem tendo bastante discussão sobre a fala da Dilma, o Brasil nunca tratou mal os turistas, vamos ficar quietos agora, parar com isso por enquanto e depois vemos o que faz, viu neste sentido a fala dela. Saiu uma cartilha justificando o porquê aprovar esta proposta que é para lucro de cafetão e mercantilizar a mulher, enfim é o um debate para aprofundar. Saiu no Le Monde que não se tem um projeto de mobilidade e transporte sobre como vai ficar a superlotação de transporte. São milhares de vagas para carros, por exemplo, e nenhum de bicicleta, não tem uma mobilidade para chegar aos estádios, teria para ir de bike pegar até um metro para chegar.
Allan (FENED): Neste momento de megaeventos e outras situações criticas agente ve como o direito esta afetado diante disso. Foi uma conquista da juventude conseguir a meia entrada nos eventos culturas e a lei da FIFA corta estes direitos como por exemplo. O projeto de código penal prevê de criminalizar o protesto e seja enquadrado como terrorista. Os MS ficam meio ineficazes para uma politica transformadora
Reinaldo: para além de disso tem a questão de que eu lembro o que teve na África que foi um grande aumento de violência, no Brasil a violência é um problema de saúde publica, neste sentido o Brasil não tem suporte para o acolhimento para receber pessoas criminosas, a repressão traz vários problemas gravíssimos.
Henrique: mas uma questão que temos que debater neste momento de mobilizações e ligar este projeto de megaeventos ao de transporte, o maior número de remoções irregulares é pra viabilizar projetos de mobilidade urbana, aqui em Curitiba algumas comunidades estão sendo removidas para alargar a pista do aeroporto. O que as classes dominantes trazem como projeto de transporte não serve para a classe trabalhadora, que não é o transporte individual e também a criação de ciclovias é necessário que se tenha um transporte publico e de qualidade.
Fabio: o que mais preocupa na relação ao que a classe trabalhadora vai sofrer, um compa do Ceara tá proibido vender acarajé numa media de 2km do estádios, mais uma vez é ferido o direito ir e vir da população. Queria saber do monopólio das carteirinhas. Temos que tomar um cuidado com os gastos da Copa, pois também tá saindo nas ruas como uma pauta subjetiva, o mesmo que se luta contra corrupção seria o mesmo que lutas contra os gastos excessivos a Copa, temos que pegar a galera que não tem uma visão mais de esquerda de forma de despertar consciência e incisiva. Temos uma politica que recrimina a população ao terrorismo e momento de conter a manifestação e o que pode ocorrer com isso?
Karen: acho que é importante vermos que não é apenas nos megaeventos esportivos. Vemos que o papa esta vindo para cá e mesmo no show do Roberto Carlos. Vemos que nos eventos há essa retirada de direitos da população. Vemos essa lógica destrutiva na opressão a quem é da periferia, vemos dados da violência no Brasil que são dados de guerra. E temos de tratar como genocídio porque é algo pensado é algo planejado. Vemos genocídio de populações inteiras, se pegarmos os dados vemos que somo a quarta economia e estamos lá atrás em educação e índices de saneamento básico. Com a Copa e as eleições em 2014 podermos ver o próprio descontrole do estado.
Maicon: durante os megaeventos vemos as UPP que nos permite esses lucros e uma maior exploração dos trabalhadores. Hoje não vamos ter os investimentos sendo usados em beneficio para a população, e acho que o problema é a falta de empreiteira estatal. Que poderia deixar o governo com mais controle. Hoje não temos o investimento do esporte voltados ao lazer, mas sim aos megaeventos mercantis, para apenas sermos contempladores dos esportes, pegando o exemplos das lutas.
Lawrence: dentre as leis que o Allan colocou é importante conseguirmos ver a quantidades incríveis de consequências geradas por essas leis e por esses megaeventos. Seja pela repressão, até porque vejo o que ocorre hoje como um preludio do que vai ocorrer durante a Copa. Exemplo é o RDC que agora já esta sendo feito até na educação. Porque se abre toda uma forma de fazer as coisas de maneira mais escrachada e até de desvio de dinheiro claro. E temos de ver o que será 2014 já vendo o que esta sendo 2013. Vemos que na conjuntura estão ocorrendo coisas novas e temos de avaliar em médio prazo que o que vem ocorrendo agora vai piorar durante Copa. Essa crise na China agora e na Europa vão bater mais forte ano que vem, vindo a Copa em um panorama de repressão que ficara bem grave para a esquerda.
Giovana: meio um dano ao que o andrew falou vemos que a maioria dos trabalhadores realmente não vão, mas não vão porque não se tem acesso com ciclovias e transporte, a ciclo faixas mas só na paulista nos fins de semana. E ai já discordando do que o Maicon falou temos vários tipos de esportes de lazer e futebol de rua, ate as ciclo-faixas... Mas de resto estou bastante comtemplada, mas fazendo outro adendo sobre o fora Copa, precisamos ter uma opinião e uma postura com a Copa e com as olimpíadas que já estão bem afrente, temos de estar organizados e preparados para os megaeventos.
Wander: minha fala parte de um acumulo da ENESSO e de um acumulo pessoal meu, que já trabalhei como metalúrgico. Quando digo que a classe trabalhadora não vai a Copa temos de pensar quem é a classe trabalhadora. A classe trabalhadora se endivida para ter bens, ela tem carro! Agente vive em uma sociedade de classes, e temos de relacionar o conflito capital trabalho, agente não aprende no serviço social a acabar com a miséria ou a fome porque sabemos que isso é da estrutura da sociedade, temos de ver onde estão os movimentos sociais e temos de aprofundar essas analises para entender o que estamos vendo. Temos de colocar as pautas de forma que elas não sejam o fim nelas mesmo,
Vinicios: pegando o gancho do que você falou. Hoje temos um debate sobre álcool e drogas. No Brasil temos poucos lugares que não ofereçam álcool, e se aliciarmos a isso o fato da falta de mobilidade urbana, e sem esquecer a mídia que incentiva cada vez mais o consumo de bebidas. E no Brasil cultura são os shows caros que não é acessível ao povo, a cultura popular é subvalorizada e vemos que a falta de cultura e a falta de lazer que criminaliza quem consome álcool.
Carol: primeiro quanto ao caráter dos megaeventos: tava rolando um debate se o financiamento fosse 100% privados a gente seria a favor deles. E é logico que não. Vemos que o caráter dos estádios foram mudados, foram transformados toda a logica do próprio esporte. Por isso levantamos o questionamento de como o levantamento de 13 arenas elava o desempenho desportivo de um país com mais de 5000 municípios. Temos de fazer o link entre as pautas e mostrar as contradições de que os megaeventos mostram negando o esporte a população.
Allan: A gente vê que a elevação do padrão social para chegar ao estádio vem junto ao trabalho tem o caráter de quem tem acesso, quem tem dinheiro vai ao estádio e usufruiu do estádio e quem não tem assiste pela TV. A gente vê também uma discrepância dentro do futebol, altos salários para os jogadores porem que temos 4 ligas no esporte e tem algumas ligas sofrem faltas de árbitros e o salários dos jogadores é muito baixo. A uma mercantilização do esporte Brasileiro inclusive.
Giovana: com relação a lazer e a questão da bebida, nos tentamos em são Paulo uma mobilização para ter metro 24 horas que não deu em nada. E com relação aos megaeventos se tem debate com a população onde tem um pessoal principalmente de Itaquera bem mobilizado. E se tem de ter alternativas de lazer dentro do estádio. Como museu e espaços de convivência. Se tem alternativas, como praças e cinemas ao ar livre para as pessoas terem mais lazer e isso mostra que se tem como achar alternativas para o lazer.
Lilian: os megaeventos vêm com uma justificativa ideológica para intensificação de medidas que o estado já vem tomando. Vemos no ME falta de acumulo sobre isso e sobre a Copa vemos que ela é utilizada com raiva pela população. E temos de usar essa insatisfação do "fora Copa" para se inserir nesse campos de atuação e nesse sentido queria saber como esta a campanha da ExNEEF.
Hercules: O debate de megaeventos é bem superficial na FEAB, que vem acumulando e no ultimo congresso teve o debate sobre o genocídio que se esta tendo. E é algo que mesmo a esquerda não utiliza esse termo, e acho que temos de fazer a critica a FEAB que em espaços como esse se tem esse acúmulo e vemos que aqui se tem militância qualificada para se tocar uma campanha nacional para fortalecer as bandeiras das executivas.
Karen: sobre a questão das disputas para o debate da Copa, e vemos que há a falsa impressão da inserção da população pela própria politica de cooptação e repressão do Estado. Colocando a questão do Pan todas as obras ou serviram a iniciativa privada ou se coloca igual na África do Sul onde os estádios estão jogados. E por mais que a população esteja se inserindo para modificar esses espaços, vemos que temos dificuldades de pautar um projeto de aproveitamento de todas essas heranças da Copa. E sobre a campanha algo que vimos fazendo é mapear como eles estão se expressando em cada escola. Existe a questão do voluntariado da Copa que está sendo cooptada pelos megaeventos e mesmo para agente é muito difícil se colocar contrário contra esses megaeventos.
Vinicios: para ser bem encaminhativo com relação a campanha poderíamos ampliar e dividir os pontos entre as executivas. Pois um dos grandes questionamentos e como conseguir convencer os estudantes sobre os problemas da Copa. Com relação a lei gral da Copa e com o comitê popular dos atingidos pela Copa. Que fazem diversas manifestações sobre o mapeamento e se chegarmos com eles que são quem esta tocando as manifestações poderíamos ter uma repercussão bem maior para tocar essa campanha.
Maicon: teve uma vez o debate na UFPel sobre os jogos olímpicos na Inglaterra e a diferença com os do Brasil. E que deve se garantir que os benefícios de todos os espaços tem de ir para a população. Na Inglaterra havia representantes da sociedade civil nos eventos e temos de garantir a participação da população nesses megaeventos. Como fazer o ingresso da população no planejamento e utilização desses eventos. E aqui as questões ambientais foram cortadas e os megaeventos passaram por cima deles.
Anna: não tenho conhecimento se a galera da nossa região participa das mobilizações para a Copa e vendo que as executivas estão se posicionado sobre a Copa vou falar da ENESSO: a ENESSO coloca sempre fazendo o recorte de classe e não podemos fazer esses debates descolados do estado burguês e a ENESSO tem um caderno de deliberações e que nesse caderno nos colocamos contra os megaeventos porque ele só vem para mercantilizar e gerar lucro e vemos a conivência do estado pelo sentido de cooptação pelo sistema econômico.
Rodrigo: vendo o que os camaradas colocaram temos de fazer deliberações sempre fazendo recorte classistas, e esses megaeventos tendem a reproduzir ideologias e um megaevento com a Copa que são eventos que estimulam o nacionalismo. Temos de parar para pensar que a classe trabalhadora com condições um pouco melhores conseguem fazer a separação dessa classe e ai quando penso em intervenções eu penso que temos de problematizar a questão, e lembrar que existe classe trabalhadora e classe burguesa e lançar trabalhos com identidades de classe para inclusive fortalecer a militância.
SAÚDE
Facilitação: FENEX-Saúde
Relatoria: ENEEnf
Bernardo Pilotto: ate a década de 1980 o acesso a saúde era restrito a somente os trabalhadores com carteira assinada, e a população que não se integrava a este grupo era atendido nas santas casas de misericórdias. A 8º conferencia de saúde, que ocorreu em 1986, e foi um marco importante para a mudança das politicas publicas em saúde no país. Naquela época, foi colocado que a qualidade de atendimento a saúde no pais, deve estar atrelado a mudanças estruturais no Brasil. Neste período o movimento de saúde brasileiro, conseguiu uma importante vitória, que coloca a saúde como um direito de todos e dever do estado. A criação das leis orgânicas do SUS, inseriu a divisão em 3 níveis de atenção a saúde no pais, primaria, secundaria e terciaria. No inicio da década de 90, ocorreram eleições presidenciais no Brasil e o SUS acaba sendo implantado no país por um governo que se colocava contrario a sua implantação. Como uma das propostas desse governo foi a formação de profissionais voltado a um atendimento centrado no biológico, centrado no profissional médico. Atualmente está presente no SUS uma grande e importante parcela de setores terceirizados, que repassa verbas que deveriam ser investidas no SUS e são utilizados para o pagamento de dividas. Alguns dos contratos que foram firmados junto ao SUS é a parceria com ONGs que recebem isenções fiscais e fornecem atendimento a população em geral, ao invés disto ser realizado pelo Estado. O grande problema dessa ação é que as empresas privadas ganham duas vezes. Na primeira com a isenção fiscal e na segunda por fornecer serviços de baixa qualidade e atendimento precarizado. As mobilizações que acontecem hoje mostra que a população esta extremamente descontente com a saúde colocada hoje. grande parte da população obteve uma ascensão social e pode ter acesso aos convênios de saúde, mas observa-se que eles acabam não fornecendo o atendimento que esta população estava esperando.
Mariana Figueiredo: a internação compulsória é uma ação que esta sendo proposta pelo governo federal e esta dentro do Plano Crack. A internação compulsória é entendida como internação sem o consentimento dos usuários de drogas. Observa-se que estas duas ações são desumanas e promove o não atendimento necessário para a desintoxicação desses usuários. O movimento de defesa dos usuários da saúde mental, defendem que o atendimento e tratamento aos usuários devem presar pela autonomia desses indivíduos e atendimento em sua totalidade. A internação compulsória tem impulsionado a abertura indiscriminada de comunidades terapêuticas, que na acabam realizando um atendimento muito inferior aos preconizados pelo SUS. Essas comunidades terapêuticas são geridas por setores religiosos, que em seu discurso colocam a cura e a salvação dos usuários através da abstinência completa. A justificativa da implantação da internação compulsória é a disseminação exacerbada do crack, mas esta é uma grande mentira. A anos o crack já é caracterizado pelos movimentos sociais como um problema de saúde publica, que atinge em sua grande maioria a população mais pobre, que são asilares. A utilização desta ação coloca como plano de fundo a higienização das cidades, para os grandes eventos como a Copa do mundo e Olimpíadas. É importante ressaltar que o modo que o governo coloca esta politica publica, é a isolação social e marginalização da população mais pobre do país.
Vinicius Chefe: devo começar minha fala que hoje não o crack a droga que mais mata e atinge a população. Atualmente o álcool e o cigarro matam mais que todas as outras drogas juntas. É importante colocar que a indústria farmacêutica também esta por trás dessa politica de limpeza das grandes cidades. Um fato que é agravante colocado e pautado pela indústria farmacêutica é a DCM V que duplica o numero de doenças mentais existentes nos DCM IV. A indústria farmacêutica tem como objetivo o aumento no numero de vendas de medicamentos, que possibilita a patologização de tudo. Um fato importante a ser colocado é que no Brasil os medicamentos não tem uma regulação tao clara quanto aos seus efeitos colaterais, como em outros países. A politica de drogas colocada pelo governo federal, vai em sentido contrário aos preceitos do SUS, de atendimento e promoção a qualidade de vida dos usuários. A maioria dos usuários de crack são crianças que moram nas ruas e não tem amparo legal pelo estado. Um dado importante a se colocar é que devido ao isolamento do usuário e não reinserir ele na sociedade civil, promove a reincidência da utilização do crack. No plano de enfrentamento ao crack, os movimentos de saúde esperam um aumento no atendimento e expansão dos CAPS, que estes possam reinserir e atender os usuários da saúde mental em sua totalidade. Na educação medica, colocamos que é importante o debate sobre a prescrição indiscriminada de medicamentos.
Reinaldo: é importante colocar que esse debate sobre o uso de drogas é um debate importante a ser colocado em nossa sociedade. Vale colocar que a logica do sistema capitalista coloca que expressar nossas emoções muitas vezes deve ser dependente das drogas.
Thiago: devemos colocar que devemos presar sobre a autonomia do sujeito.
Maicon: na parte de saneamento é colocado que o investimento de 1 real em saneamento básico previne 4 reais gastos com saúde publica. Eu acho que o tratamento colocado pelo plano crack deve perpassar as outras áreas para que as outras áreas possam ajudar esse usuário na reinserção social e que ele aprenda novas atividades, como a agroecologia.
Lilian: é necessário frisar a importância que a EBSERH tem dentro da nossa sociedade, pois ele é um debate importante e as vezes é muito difícil de ser colocado aos outros estudantes.
Carol: nos da educação física entendemos que esse debate da saúde é muito importante, por isso devemos ter uma ótica multicausal. Acho que os debates que foram colocados ontem sobre megaeventos estão extremamente ligados a politica higienizadora. Acho importante que nos continuemos com este debate para realizar síntese dos debates.
Vinicius: com relação a EBSERH é observado que ela não é a saída para a melhoria no financiamento e atendimento dos hospitais universitários. No PI, que foi implantado a EBSERH, já fazem 4 meses e o HU continua com o mesmo atendimento antes de sua implementação. Não realiza nenhum atendimento de media ou alta complexidade. O rebaixamento dos protocolos coloca em voga, como será o atendimento aos usuários.
Bernardo: o atendimento em saúde hoje ainda esta muito ligado ao modelo idealista e positivista, que o homem é perfeito, quando esta ausente de doenças. Um exemplo dessa logica é que o serviço social no HC UFPR tem CID e cria esse debate de que tudo é patológico. Esse modelo coloca que se você foge desse molde, esta doente.
Vinicius: nosso papel quanto executivas e centro acadêmicos, é disputar a consciência dos estudantes para que possamos mudar esse modelo positivista. Devemos utilizar filmes que possam exemplificar isso e que possa ser mais fácil para que o entendimento de todos. Outro exemplo de vídeos são os produzidos pelo conselho federal de psicologia sobre internação compulsória.
Bernardo: Adin EBSERH; Algumas entidades entraram com um apoio a ação, outra Adin contra MP520 , perdeu foco quando a MP virou EBSERH. Saneamento e esporte, nos historicamente argumentamos que tem que ter uma melhoria da saúde e financiamento, dai os governos colocam quadras de futebol, parques, saneamento e propaganda no orçamento da saúde, tomarmos esse cuidado com essas coisas, para não acabar com o orçamento da saúde. Acha que está num bom momento para debater esporte pelo momento dos eventos de esportes, acha que só há esporte no intuito das olimpíadas e copa. Temos um esporte muito elitista.
Mari F: Achou interessante outros cursos trazerem esse debate, para debatermos o conceito de loucura, na época do iluminismo quando se tinha um culto a razão, as pessoas desprovida de razão não conseguia se adequar ao modelo de produção. Novos transtornos mentais foram criados com a DCMV. Qualquer coisa que tire ela da sua produtividade.
ME, TRABALHO DE BASE E PROCESSO DE CONSCIÊNCIA.
Facilitação: Mariana Tabuchi (FENED); Mariana e Lires (ENESSO)
Relatoria: FENED
ENESSO (Mariana e Lires): Não podemos descolar a análise do ME da sociedade em que vivemos, a sociedade capitalista. O rumo dos trabalhadores se deu a partir do PT que e que sofre transformações. Hoje a esquerda também no ME encontra-se fragmentada. Como reorganizar o ME hoje. Hoje há duas entidades representativas UNE e ANEL. Traz a posição da ENESSO: as executivas devem ser autônomas com relação a entidades e do governo federal. O momento coloca que devemos retornar as bases. As executivas levam os debates da base. O FENEX entra com espaço de contato entra as executivas pra uma abrangência maior dos estudantes. Surge com a necessidade de reorganizar o ME. Nesse processo de reorganizar devemos fazer a autocrítica do que foi colocado como luta. O ME nesse momento precisa estar na base e surgem instrumento pra tal como DCE, CEB, instrumentos que sem a base se tornam vazios. Esses instrumentos devem servir pra organizar a luta na base.
FENED (Mariana Tabuchi): (Passagem de Trotski). Retomar um conceito importante: conceito de ideologia: Marx, na "Ideologia Alemã" coloca que a classe dominante controla os meios de produção e também as formas de disseminação do conhecimento. A primeira consciência social é a consciência social burguesa. A partir desse conceito de ideologia pensamos quais são as nossas relações sociais dominantes. Vivemos um período de refluxo de lutas que apassivou a classe trabalhadora, somos filhos desse período. Como superamos essa primeira consciência social? Com contradições. Geralmente colocamos como coisa ruim, mas elas geram crises e fazem a superação. Não é porque existem contradições que há sujeito revolucionário. Precisamos lidar com as contradições de modo a gerar processos de consciência. A contradição é elemento importante pra fazer processo de consciência. Fazemos trabalho de base no ME não com a classe trabalhadora. O ME não é o sujeito revolucionário por excelência. Não é, p. ex., só porque a juventude está na rua que ela vai fazer a revolução. Existe uma falsa polarização entre "peleguismo" e "sectarismo". Estamos aqui debatendo com as esquerdas. Temos que estar nos locais de estudo pra trabalhar com as contradições do ME. As pessoas não se convencem com a leitura de um documento mas sobretudo com o trabalho se base e com o convencimento. Hoje estamos nos debatendo entre a esquerda. A radicalidade não está no discurso, mas na responsabilidade com o movimento. Temos que lembrar que queremos romper com a ordem.
DEBATE:
Fábio: nosso maior problema é exatamente esse. Temos só 12% da juventude na universidade. E desse percentual 80% nas particulares. Temos 2,5% da juventude nas universidades públicas e mais ou menos 0,4% no ME. No contexto de hoje, de descontentamento as vanguardas trabalham com a possibilidade de se aproximar da base mas a realidade é de autopromoção. E isso não é ruim mas tem que ter o seus limites. A inserção dos partidos no me é importante mas tem que trabalhar o meio termo levantar a bandeira e dizer que tal organização é melhor ou pior. Nas bases o que é realizado de política. Em termos de trabalho de base não há segredo. É uma simples questão de vivência. Falta sentir a contradição na pele.
Karen: O senso comum da juventude que se manifesta hoje e as posiçoes das organizações de esquerda. Os vícios das juventudes das organizações estão mais latentes. A autoconstrução não é ruim mas não pode ser finalidade das organizações. As organizações estão acima da construção do movimento, e isso é inconsequente com o movimento. A autoconstrução não pode ser finalidade mas deve ser consequência da política acertada pro movimento. Ela é uma resposta, um reflexo do período de fragmentação.
Marina: Parabenizar a organização do FENEX tendo em vista que. Em poucos dias vivemos um período de lutas faz avançar nossa consciência também expressa a nossa falta de referência das organizações. Não podemos aqui ficar jogando pedra sobre quem faz autoconstrução. Nos todos somos processo do PT, processo da institucionalização.
Rodrigo: é complicado que a gente coloca que o ME é policlassista pois extingue a contradição de classe. É importante o ME beber do movimento dos trabalhadores. Como por exemplo com a greve que era instrumento da classe trabalhadora e os estudantes usam. Não importa de onde nós viemos todos nós vamos ter que vender nossa força de trabalho, é destino certo de todos nós. Vamos necessariamente fazer parte do proletariado. É importante visualizar que fazemos parte de uma classe e que estamos em construção como classe.
Marina: As coisas acontecem quando se tem vontade política de fazer. Não dispende muito tempo quando se tem vontade política e conseguimos dialogar. Esse processo político tem que ter um saldo à direita ou à esquerda. Podemos acabar dando força pra direita, ou o PT querendo colocar a eminência de um golpe que não vai acontecer, o PT está tirando a militância dos atos. Podemos ter um saldo qualitativo enquanto esquerda. Conseguimos neste momento não debater bandeiras mas sim política e pela primeira vez unidade. O processo ainda está em aberto. Há vários cenários não temos respostas ainda. Seria bom debater o que vamos enfrentar junto com a classe trabalhadora no próximo período.
Reinaldo: lançar uma provocação. Que projeto o me organizado vai propor pra sociedade? A análise tem que gerar uma conclusão propositiva. O que vamos apresentar como projeto ao trabalhador?
Lilian: o debate que fizemos ontem já traz a complexidade do processo. A reorganização da classe é processo do qual fazemos parte como ME. Elementos que a gente destaca como chave é a fragmentação subjetiva, das suas formas de luta e mobilização. Dimensionar o tamanho da esquerda no movimento mostra que a tarefa nossa não é pequena. O ME tem suas peculiaridades, é policlassista e ainda não tem identidade de classe e podemos atuar com recorte de classe. O papel do me de área é importante nesse sentido pois leva o debate do mundo do trabalho e da nossa formação, como vamos desenvolver o debate da tecnicização dos cursos, o me de área tem esse potencial a ser trabalhado. Temos um espaço importante de reflexão no FENEX mas ainda não tiramos política pro movimento, temos que enraizar esses debates nos cursos, nas executivas, aproveitando as potencialidades do me. Um espaço importante pro próximo período é o Encontra Nacional da Educação, que pode resolver o problema da unidade pra articulação e enfrentamento.
Jean: ME de área, reorganização e autoconstrução. Parabenizar a fala da Mari que ilustrou bem o processo de consciência. O retrocesso que a classe teve com o Ascenso do PT ao poder. A classe não se enxerga como classe, não vê a necessidade de se organizar e nem de estar aqui. Estamos em uma contradição, nossa dificuldade de levar lutas. Temos que explorar as contradições do estudante trabalhador. Enquanto não tivermos unidade não conseguiremos dar seguimento aos processos de consciência.
Rodrigo: Vivemos uma contradição do ME entre expandir as entidades e as políticas. Cuidado ao falar de unidade. Ela acontece por alguns motivos, se temos políticas diferentes não há unidade, há unidade em pautas. No nosso cenário de ME, coletivos ou partidos que as estruturas do estado burocráticas são necessárias pras lutas e outras que dizem que essas estruturas até atrasam o movimento. Coloca sobre a unidade que vamos pautá-la a que custo, o que vai mover a unificação das forças de esquerda?
Fábio: sobre a reorganização e o FENEX: o ME é influenciado diretamente pelo movimento da classe. Com a ascensão das classes trabalhadoras o me pode também começar a ter ascenso. Temos que parar de falar que estamos num momento de fragmentação, em declínio. Temos uma conjuntura favorável ao ascenso da esquerda. As organizações trabalham hoje pra garantir a sua ascensão. Cabe ao me e de juventude trazer esse processo de reorganização. O FENEX já tocou muitas lutas mas não temos avançado como fórum. Temos hoje nas nossas coordenações e nas federações um crescimento do governismo do LPJ. Eles não fazem o discurso classista e tem uma boa inserção nas privadas onde está a classe trabalhadora.
Wander: sobre o PDP: falamos em reorganizar porque? De certa forma negamos a organização anterior com PT, CUT e UNE que escolheram a via institucional. Não podemos ter um discurso de bem ou mal. Mas somos resultado desse período. Estamos ainda nesse período de fim do ciclo talvez entrando em outro. Tentamos as vezes nos reorganizar nos mesmos marcos do que o eles fizeram, via institucionalidade. O apartidarismo é resultado do ciclo PT. Temos que saber dialogar com as pautas das manifestações e lançar a consciência de classe. Eles são fruto da pos modernidade e desse período.
Carol: esse momentos de agitação dão elementos pra analisar a conjuntura. A unidade é unidade enquanto convém. As mobilizações tem mostrado que pode ser um primeiro questionamento sobre o projeto do PT e da presença da UNE diante das manifestações. Onde está a UNE? Não interessa pra UNE estar nas manifestações. O estudante consegue ver que essa entidade não mais o representa. Vemos agora de que lado estão esses instrumento. Os partidos atuais são insuficientes, eles se inserem pra tentar dirigir, pra tomar a frente. Pra nós os movimentos de base tem muita importância. Os CAS DASC tem ajudado a classe formando quadros pra responder as demandas da classes. É importante no debate de reorganização situar que é colocada a superação do PT não apenas como instrumento mas sim de um projeto que pode ser reproduzido em outras organizações.
Hugo: foi colocada a questão da unidade e unidade a custo de que. A esquerda tem que perder a sua arrogância. Temos que ter noção de que não há partido revolucionário no Brasil. Temos que ir pra assembleias populares e dar continuidade a processos de consciência deles. Temos que ter unidade. Se colocarmos unidade a custo de que, e ficar reafirmando nosso programa não estaremos indo a lugar nenhum. É triste a fragmentação do ME, parece mais uma briga de torcida, dos egos e não a disputa de um programa. Temos que quebrar a nossa arrogância pra construir a unidade.
Lawrence: nessa questão da unidade, eu vou tentar avançar nesse debate. Se dizemos que vivemos um novo momento não podemos afirmar que as organizações vão seguir pensando na auto construção. Temos que pensar na nossa autoconstrução porque estamos todos muito pequenos, para não cair em uma burocratização em pequenos núcleos. No momento em que vivemos em um outro momento histórico, a gente se propor a se escutar de novo enquanto esquerda é muito importante, da mesma forma é importante ir para CONUNE e CONANEL para conseguir se olhar enquanto companheiros. É difícil, a unidade é muito mais difícil que a fragmentação, mas nós temos que fazer o mais difícil para não ficar na fragmentação.
Taíse: Enquanto estudante de cada curso, está trabalhando com estudantes de outros cursos. Não vejo problema em construir coisas com outros partidos ou entidade, mas algumas coisas tem que ser colocadas não da pra cair em um rebanhismo. É fazer uma conscientização.
Rodrigo: PSTU e PSOL são partidos que se caracterizam de esquerda, mas há divergência entre eles, do contrário eles atuariam juntos. Então em algum momento eles irão discordar. Temos que ter clareza que existem propostas diferentes. A questão que coloco é qual será o preço dessa unidade, não discordo que temos que fazer isso, mas temos que ter cautela. A militância não é para esse momento é para toda vida. Nesse sentido o ME pode ser importante no processo de conscientização.
Juan: O que falamos muito em questão de autoconstrução das organizações, tem algo que perdemos que é a concepção de frente única da classe, isto é, entender as entidades, sindicatos, dce's, etc, como frente da classe. Temos a tendência de compreender que precisamos de uma entidade única. Isto dificulta muito, realmente unidade é algo que eu nem sei se da pra fazer com todo mundo. Unidade não é não haver conflito ou disputa. Na conjuntura em que estamos faz muita falta não termos uma central sindical atuando nesse processo. As vezes a disputa entre as organizações excede a disputa política. A unidade não vai se construir no acordo entre as organizações ela tem que se construir no nosso trabalho de base.
Mariana: Qual é o nível de consciência da base com a qual a gente trabalha. Existe um problema que é a distância entre o nível no processo de consciência dos militantes e da base, o que faz com que as vezes a gente tenha pontos em que a esquerda combativa poderia entrar em acordo mas que é muito distante da base. Então temos que nos colocar a questão de qual é o nível da consciência que vai pautar as nossas discussões sobre unidade da esquerda. Vamos conseguir fazer um programa unitário a partir do momento em que partirmos de um nível de consciência comum.
Karen: Não acredito que flexibilização da tática seja o problema da esquerda hoje, os problemas são as diferenças estratégicas. A análise de conjuntura hoje pegou toda a esquerda de surpresa. A institucionalização é um risco que a esquerda sobre o que ainda é um resquício do PT. Nem o que é estar na base é consenso na esquerda. E são questões que a esquerda tem que enfrentar hoje.
Lawrence: Precisamos saber que além da unidade de ação, outro elemento da unidade é a frente única. Precisamos entender que nos nossos locais de militância a gente precisa ter vitórias porque sem elas a gente não consegue avançar no processo de consciência. Prova disso é que pesquisa aponta que depois dos protestos a popularidade do governo Dilma caiu. Eu espero que a conjuntura vai mostrar em algum momento a partir as próprias contradições materiais da sociedade aponte para superação deste modelo. Temos que militar em outros espaços mesmo que se coloquem como mais reformistas, assim como militamos no movimento de educação, nas questões agrárias temos também que militar no combate as opressões.
Luander: não podemos moralizar este debate, pois este momento é um momento de bastante cuidado, não achar que este é um super movimento da esquerda, que a esquerda vai dirigir estes movimentos. Temos que ver como está a consciência destas pessoas, pra não achar que só porque o PT tá tendo menor aceitação que logo a esquerda vá ganhar maior aceitação.
Isis: o PT foi um partido que emergiu da base e é o mais desenvolvido no democrático popular. Mas isso é reproduzido pelo resto da esquerda, e temos que superar estas contradições. E temos que trabalhar elas, por isso que estamos aqui. Lá no CA o nosso eixo central foi o combate às opressões e nem por isso que precisamos rebaixar o debate. Porque não é participando do beijaço que eu avançar no processo de consciência. Mas é mostrando as contradições.
Fábio: Eu quero começar falando da práxis, que o exemplo pedagógico no cotidiano é importante. Mesmo dentro do FENEX temos muitos companheiros que falam em construir a unidade e quando chega na base agem de forma completamente diferente. Eu vejo isso em espaços como o CONUNE, em disputas baseadas na picuínha. Sobre as manifestações eu acredito que a esquerda tem muito potencial para organizar essas mobilizações. Outra coisa que a gente faz dentro da FEAB justamente pra diferenciar da consulta é trabalhar o combate as opressões a partir de um recorte classista. Isso aproxima as pessoas que tem afinidade com esse debate e que talvez não fossem outro espaço da esquerda.
Isis: Como vivemos em um Estado democrático popular é muito difícil achar que a esquerda combativa vai ser maioria. E chamar massas para esse processo pode rebaixar o debate. Tem partido que tá fazendo o que o PT demorou anos pra fazer em menos tempo. Sobre o FENEX encaminhar coisas, se a gente conseguir tocar algum estudante vai ser a partir da sua realidade concreta.(leitura de poema)
Maicon: Vou me ater a surpresa que foi ver as massas saírem as ruas. Este número não sei se foi previsto, e é resultado das críticas a copa que já existiam, e também as críticas ao governo e foram aumentando. Acho que o FENEX é um espaço para se debater, diferente do conune, onde o debate não é bem feito. A esquerda vai ficar parada enquanto o governo implementa uma empresa estatal que controlo o transporte do RS?
Mariana: vou retomar o que eu falei no início da falsa polarização entre peleguismo e sectarismo. Fazer unidade não é pelegar. Temos que entender que o movimento está em disputa e que temos que fazer a unidade para fortalecer a pauta. Nós não militamos para o nosso coletivo, nós militamos pela pauta. Temos que relembra porque militamos, porque estamos na rua, é pra disputar consciência, e a gente só faz isso na rua e construindo a unidade.
Marina: Eu fico pensando, esse período demonstra que as pessoas estão insatisfeitas e reconhecem em um método de atuação na rua como adequado. Em toda a minha militância eu nunca imaginei que ia ter 50 mil pessoas abaixo de chuva em Porto Alegre. Sobre a consciência lá do Mauro Iasi, a consciência em si, é aquela em que eu reconheço no outro as pautas que eu defendo, é diferente da consciência para si, que é quando independente de ser classe trabalhadora ou não, de ser oprimido ou não eu defendo as pautas destes grupos, desta segunda estamos muito longe. Sobre o trabalho de base e FENEX, o FENEX não é um espaço de base, é um espaço de vanguarda, sempre foi, podemos rediscutir isso, sempre foi assim. A massa deu um tapa na cara da esquerda, é só analisar o posicionamento do PSTU(copa com investimento privado), PSOL(copa incluindo a população pobre), e o das massas que vão as ruas dizendo "1, 2, 3, 4, 5 mil eu quero que a copa vá pra puta que pariu".
Mariana: Teve uma frase que me agradou muito sobre como a gente encara essas mobilizações. Obviamente existe uma negação da política que tá colocada. Ano passado eu vi muitas análises dizendo que a esquerda ia crescer por causa do processo de greve que geraria um processo de negação do PT. Então não tá dada uma crise do PT, e mesmo que tivesse a esquerda não tem um programa. A gente sabe que a nossa possibilidade de intervir é com os movimentos sociais, e nisso eu não acho que o debate seja de rebaixar a pauta, o que precisamos é se dispor a ir pra disputa de consciência. Precisamos ser a esquerda que não teme a discutir com as massas, e disputar consciência.
Lawrence: Tenho pleno acordo com o que a Mari faleu, que precisamos mais do que falar em rebaixar ou não o programa estar na rua. Nisso eu vou me contrapor a Lisi quando ela diz que a gente não tem que estar nos beijaços. Tem que estar nos beijaços mas não só pra estar ali, temos que estar ali para conversar com os estudantes que foram movidos por aquelas contradições a não estarem só ali. Temos que conseguir ver quais são as contradições que acontecem que agir em relação a elas, temos que debater cotas, mesmo sendo uma pauta reformista. Não é querer discutir só pautas reformistas, nos temos que estar com os trabalhadores e trabalhadoras, oprimidos e oprimidas que estão gritando fora feliciano. Não são só os reformistas que disputam as contradições, os revolucionários precisam disputar as contradições também.
Fábio: quando falamos em rebaixar programa não é essa ideia. É questão de tática e estratégia. Por termos conquistado um acumulo teórico, as lutas das massas não nos contemplam. Hoje a gente vai lutar pelo transporte, pelas coisas cotidianas. Cria um sentimento de a gente conseguir vitórias, de estar nas ruas e ter vitórias. Proposta: é fundamental a OE pautar um fórum de esquerda com os militantes da ANEL. Não são partidos que vão fazer as revoluções, não temos sovietes nem o partido bolchevique. Temos que pegar o possível e trabalhar com ele. Não é no viés político partidário que vai fazer a revolução. Hoje no Brasil os partidos tem a função de aglutinar as massas e não se somente dirigir as massas. Só quando pensarmos assim conseguiremos unidade.
Wander: Importância de estar aberto a reflexões mesmo que já temos a nossas concepções. Temos debatidos as mobilizações. E debatemos a questão da pauta, fazer uma análise dialética das pautas, debatemos a questão da violência e que não podemos reprimir. Colocamos, por exemplo a pauta da corrupção que é ruim colocar ela mas e no socialismo? Não haveria corrupção no socialismo. O LPJ faz um debate descolado: colocam o debate das mulheres no campo na PUC. Não colocam debates a partir da materialidade. Não podemos construir todas as manifestações e temos que planejá-las, selecioná-las e fazer uma intervenção com qualidade.
Fábio: sobre corrupção: nós não somos contra o movimento contra a corrupção, mas compreendemos que ela é inerente ao sistema capitalista. O grande problema é que a luta contra a corrupção é subjetivo. Não conseguimos vitórias nessa luta. Fazer as pessoas que são contra a corrupção materializarem algo.
Lires: Temos que disputar a superestrutura mas que acaba perdendo a qualidade pra com relação a disputa de entidades. Há setores que colocam espaços como prioritários e muitos coletivos colocam sem o recorte de classe porque isso não é estratégico pra esse coletivo. Como estudantes temos que nos enxergar enquanto classe e estar com a classe trabalhadora, potencializando e radicalizando a luta dos trabalhadores.
Fábio: independente de vai ser uma faxineira ou um médico será classe trabalhadora e que não vai ser um burguês porque não vai ter os meios de produção. O faxineiro ainda que tenha valores burgueses, ele não tem os privilégios burgueses. O médico pode não ser o trabalhador porque desfruta de privilégios burgueses. É um diálogo diferenciado que temos que levar. Os estudantes de medicina estão inseridos no movimento mas os médicos como classe não estão mais. Temos que começar a nos aprofundar nisso.
Wander: o trabalhador mais pauperizado sofre mais com a exploração mas o ser humano que vende a sua força de trabalho já se torna alienado. Nessa questão dos profissionais liberais, o profissional liberal pode ser burgues que tem os meios de produção e pode haver um médico trabalhador. Como organizar outros segmentos. Quando nos formarmos nos organizaremos a partir da materialidade do local onde estaremos. Temos que pensar onde vamos nos inserir. É mais difícil organizar trabalhadores. No me aprendemos a nos organizar pra organizar quando formos trabalhadores.
Vinícius: é difícil debater com médicos já formados. Não é todo médico que vai ser burgues mas há um afastamento a identidade com a classe trabalhadora. Nos cursos de medicina temos uma abertura mas as associações são muitos corporativistas e tentam implantar debates entre os estudantes. Temos que colocar força excessiva no debate cara a cara e os CAS e DAS são o espaço pra debate com a vanguarda. Debatemos as coisas via pautas, através das pautas defendemos pautas anticapitalistas que a esquerda em geral defende.
Marina: temos clareza que não vamos dar conta de organizar a classe nesse espaço, é um espaço para debatermos nossa intervenção e nosso papel nesse momento histórico. Acredito que as executivas tem que sair daqui com tarefas políticas. Têm a tarefa fundamental de debater o processo de lutas que ocorrem atualmente. É importante porque a juventude está vendo expressamente um Estado de classe, vemos a luta de classes nos atos (ex. Defesa do prédio da globo em PoA). Juventude é reprimida pela polícia por simplesmente querer se manifestar. Temos que levar esses debates para os cursos e levar esse debate a nível nacional em nossas executivas. O PT conjuntamente ao LPJ está tentando desgastar as nossas direções políticas, é um giro explicito desse campo. Se acharmos que a revolução tá aí ou que tá dada a queda do programa do PT podemos errar na nossa análise. Saímos com a tarefa de construir no movimento estudantil (que é a nossa base) debates sobre o que é esse processo, o que são as contradições expostas na mídia, o que é o "vandalismo" (temos que nos colocar fora do moralismo). O movimento estudantil que está aqui organizado deve construir uma resposta à conjuntura.
Lawrence: tem muito acordo com a fala que o antecedeu. Ficamos no último período pensando as contradições como pequenas explosões que identificávamos na conjuntura. Nos aproveitávamos da conjuntura nacional que criava contradições no nosso espaço de atuação para forjar uma unidade. A conjuntura de agora nos dá outra abertura, a contradição contamina todos os nossos colegas, as pessoas estão interessadas em debater, nunca antes abriu a possibilidade de fazer um trabalho de base amplo como agora. Temos que saber aproveitar esse caldo para fazer um trabalho de base eficiente, um trabalho de base unitário é necessário no próximo periodo. Precisamos debater com os estudantes as manifestações e suas contradições expostas (como nacionalismo, anti-organização etc), é o momento de debatermos isso nos nossos cursos. Acha que as executivas tem que aproveitar o caldo disso na sua militância. É o momento de retormarmos as executivas, pois é nelas que existe um trabalho de base mais efetivo, linkado ao mundo do trabalho.
Karen: governismo tentando diminuir as manifestações e uma esquerda com dificuldade, mas que ainda mantém as pessoas na rua. Necessidade de politizar o movimento, construção de um trabalho de base nas manifestações. Vemos a repressão imensa na conjuntura, temos que nos manter vivos, a violência policial tem aumentado. Temos que ser muito consequentes com a base que levamos para o movimento, necessidade de politizar esse movimento para termos saltos qualitativos. Dificuldade de existência de um trabalho de base na periferia sem rebaixar as pautas. Seria ótimo termos o pessoal da periferia conjuntamente conosco nos atos que ocorrem pelo Brasil. O governismo consegue se inserir nas periferias com um programa rebaixado. É necessário afinarmos nossa militância a fim de politizar o movimento.
GT OPRESSÕES
Facilitação FENED (Henrique Kramer e Juliana Horst)
Mesa: FENED (Camila)
Relatoria: DENEM (Jean)
Juliana: vai trazer um painel de opressões aproximando o debate de estatuto do nascituro e a cura gay, começará falando do estatuto do nascituro. É necessário entender o contexto do estatuto, nos ultimos anos o movimento feminista estava enfraquecido. O projeto foi criado em 2007 por dois deputados homens e foi modificado pela comunicação de seguridade e família (?), a mudança mais importante que houve é que não era possível o aborto no caso de estupro, mas a comissão voltou atrás dizendo poderia haver a possibilidade das mulheres vítimas de estupro poderem abortar. Porém a crítica ao projeto por parte das feministas não mudou, pois ela é muito mais abrangente que este ponto. O projeto faz uma análise que o embrião é uma pessoa plena com direito a saúde, porém em muitas vezes mais que a própria mulher. Em casos de necessidade de quimioterapia, que seria necessária para a vida da mãe, é vetada por oferecer risco ao feto. O projeto vetaria o aborto no caso de risco a vida da mãe. Outro caso é o dos fetos anencefálicos, pois o estatuto vetaria o aborto nesse caso com argumento que o feto não pode ser discriminado por ter alguma deficiência congênita. Porém o estatuto não prevê todas alterações fisiológicas e até mesmo psicológicas que uma gestação de um feto anencefálico poderia trazer para a mãe. O estatuto também prevê a não apologia ao estupro, restringindo o debate sobre o tema.
A criminalização ao aborto é uma criminalização a pobreza, pois mesmo criminalizado ele continuaria ocorrendo em clínicas preparadas para mulheres em melhores condições financeiras e na própria casa, com péssimas condições de saúde, para as mulheres de condição econômica mais baixa. O aborto continuaria ocorrendo cotidianamente criminalizado ou não.
É importante desvincular a imagem da mulher como instrumento reprodutivo que só deposita amor no filho negligenciando o próprio corpo.
A mulher hoje não possui um respaldo social para alternativas se não o aborto e hoje ele deve ser tratado como um problema de saúde pública. O estado deveria intervir apenas em métodos contraceptivos, porém nem isto é totalmente garantido na sociedade. Também por falta de condições de cuidados dos próprios filhos por falta de creches, por exemplo, as mulheres são levadas a abortar.
Em vários locais as mulheres vem conquistando direitos, porém no Brasil esta luta vem acontecendo lentamente.
Henrique: pra falar sobre a cura gay, é necessário analisar o que é a homossexualidade e a identidade gay. A homossexualidade existe desde a idade média, porém os atos homossexuais são diferentes da idade gay, que é formada pós rev. Industrial. Nessa época que é identificado o coletivo gay, o que não existia na Grécia por exemplo.
A família com processo hegemônico e reprodutor da vida perde papel na revolução industrial quando o contato com o chão da fábrica descaracteriza esse tipo de dependência. A autonomia financeira também influencia nesse processo quando há a possibilidade de local para exercer as práticas homossexuais.
As revoltas de Stone Wall em 1969, um bar, que são duramente reprimidas pela polícia, colocam como necessária uma articulação dos gays para mostrar à sociedade a repressão que ocorria. É importante ter este episódio como contestatório porque a partir desse período o movimento gay passa por algumas transformações. No Brasil estas movimentações lgbt começam a aparecer em 1970 principalmente por intermédio de atores. Também há aparecimento das primeiras organizações lgbt no país para discutir toda opressão familiar, mas ainda sem dar um recorte político para a pauta.
Com a epidemia do HIV em 1980 estes grupos lgbt desparecem e passam a atuar dentro do Estado, ele passa a reconhecer o Estado como um campo de luta para garantir políticas de saúde para freiar a epidemia. Este é um marco para as organizações lgbt que passam a ter um viés mais político superestrutural. Porém é notório que o movimento lgbt atua muito ainda em ong's para garantir direitos humanos. No governo tentou garantir seus direitos pelo programa "escola sem homofobia", mas foi barrado pela bancada evangélica.
A cura gay é um projeto que procura revogar a impossibilidade dos psicólogos de tratar a homossexualidade com o argumento de dar a "liberdade" de diagnóstico. Ele na verdade é usado como desculpa para patologização da homossexualidade permeando seu tratamento. Este projeto visa legitimar o que ocorre dentro das igrejas pentecostais por meio de exorcismo como cura gay.
Debate:
Reinaldo: a codificação pela ciência para organizar trás avanços para ciência, porém ela tenta codificar pontos que não possuem parâmetro de codificação, como é o caso do DSM. Ele está em sua quinta edição e trás doenças como homossexualidade. Abre portas para o uso indevido de medicações pelo esteriótipo da pessoa.
Karen: a pauta feminista foi pouco centralizada e dificilmente tocada dentro do Estado, ele se desresponsabiliza do fato e joga com as ong's os direitos das mulheres. As mulheres precisam sempre estar tensionando o debate também dando um recorte de classe. É uma dificuldade de aglutinar as pautas feministas para espaços amplos do movimento estudantil e isto dificulta a tirada de políticas para o movimento feminista.
Camila: Acha o debate importante para fazer um link com o curso, ele também serve como ponto de exploração das contradições colocadas pelo capital. O estatuto do nascituro envolve pautas de saúde pública, pois é inegável que o abortos feitos em casa trazem grande índice de mortalidade para as mulheres. E isto é ainda mais visível na mulher pobre. O estatuto representa um avanço à criminalização ao aborto, que vai afetar e corroborar no sofrimento físico e psicológico da mulher.
Mariana: as questões que trazem respeito às opressões são linkadas com projetos maiores, por exemplo o choque entre classes. Há um avanço do conservadorismo espelhado pelo estatuto, porém hoje o movimento feminista tem um avanço por conseguir ser um polo de enfrentamento a estes ataques do Estado. O ataque se dá por retirada de direitos que são apoiados pelas bancadas ruralista e evangélica, que tenta impor uma moralidade e tirar direitos. Estes pontos não podem ser debatidos de forma isolada, pois fazem parte de um projeto maior. O movimento prioriza a autonomia e autorganização, pois ele é um anuncio a uma sociedade que virá, e espelhará este tipo de organização.
Marina: o crescimento do partido social cristão mostra essa valorização da família e imposição de valores morais. O Fora Feliciano não representará o fim desta política, há um retrocesso político acompanhado de criminalização do movimento, que atualmente responde na rua. É um problema de ordem de sistema que em vários pontos contribui para este retrocesso de consciência, principalmente no meio acadêmico com o pós modernismo. Nós enquanto militantes temos que politizar os espaços para avançar no debate, por exemplo a marcha das vadias.
Reynaldo: A marcha das vadias de ctba vai ser uma ruptura com a visão do ânus como uma parte não sexual. Há uma visão atual do ânus como uma região suja e que não faz parte de locais sexuais. Há na marcha uma emancipação do ânus como região sexual
Henrique: O discurso pós-moderno coloca que não é mais possível uma coletividade que forje um projeto de totalidade. Há uma falsa dicotomia, portanto, entre queer e classismo. Há que se ter um molde classista pela teoria Queer. Eles colocam uma dicotomia entre gênero e classe. Na sociedade há oprimidos que exploram e que são explorados. A militância LGBT do PT, que é Queer, coloca os militantes LGBT na rua apenas para pautar o sexo seguro, não lutando por direitos.
Mike: sentiu contemplado pela fala do Rodrigo. Retomou a fala que fez pela manhã sobre saúde, quanto a racionalidade da modernidade. Coloca que quem não se enquadra, como louco. A estrutura de classe traz como um problema o sujeito que não se enquadra. Falou da caricatura do pos-modernismo, pensar num modelo que supere a racionalidade nos padroes iluministas e não somente ir rotulando.
Karen: ideologia da burguesia dá umas vaciladas. Alguns lugares do mundo é legal o aborto ou o casamento gay, e aqui no Brasil a ideologia burguesia oscila a Medieval, uma elite que se forjou oligárquica, cafeeira, machista, racista, monogâmica e como ela vai se apropriando das bandeiras da classe. Estado e PT conseguiram se apropriar das bandeiras dos movimentos, e dão jeito de os problemas não serem resolvidos pela raiz. Falou de cotas, legalização de abortos, etc, e como não será concretizada frente a precarização do SUS. Mesmo dentro das especificidades desses movimentos, precisamos de um projeto que rompa com essa sociedade. Quando sofremos opressão, é o que motiva para a militancia e pode cair no pautismo, não conseguindo fazer analise de conjuntura, não conseguindo colocar numa totalidade. Acaba te engolindo, pois somente que sofre da opressão vê a necessidade de lutar contra ela. Trouxe questão quanto ao ENUDS, é um Encontro Nacional por fora da UNE, que debate a pauta LGBT. Dizem que está bem pós-moderno, despolitizado, pediu maiores esclarecimentos sobre esse espaço.
Mariana T: primeiro ponto mais específico, colocado pela mesa, estamos vivendo derrotas históricas, enquanto mulheres, negrxs e LGBT, sofrendo esses ataques. Não representa em nada o movimento feminista termos uma presidenta. O contato forçado da mulher com o seu agressor é um ponto que incomoda bastante. Se o agressor, que será pai, poderá passear com o filho se quiser. É uma violencia institucionalizada. Outro ponto, existe um repudio ao debate de opressões como se só fosse pos-modernidade. É preciso que haja descriminação de setores, pra que haja força de trabalho mais barata. Além da negligência da pauta, vemos militantes brancos, heteros, homens, que não veem a necessidade de debater opressões. Fica num respeitosismo, num apoio superficial da pauta. Mas queremos que todos pautem e debatam opressões. Precisamos combater dentro da própria esquerda também.
Law: vivemos num país que tem resquícios medievais. Quando colocaram PCB sem debate de opressões, ao mesmo tempo em que ele fazia um programa de superação do feudalismo, ele não tinha definição de Estado Laico. Agora vemos o esquecimento de tudo isso, centralizando apenas no Estado Laico. Sempre que falamos de opressões, precisamos fazer recorte de totalidade. Não se faz revolução com o debate de opressões. É importante, sim, colabora com o trabalho de base, improvável que esses setores façam a revolução. Reconhecer enquanto lutadores camaradas. O que vemos é pautarem sexualidade esquecendo a exploração da classe. Quero falar dos dois. Temos que enxergar o LGBT pobre, direitos básicos que são colocados como classe dominada (transporte, moradia ao se assumir, educação básica com restrições, principalmente a pública, etc). Temos que enxergar essas pautas, se ficamos só no extasie individual. Temos que pensar combate de opressões junto com o de luta de classe. Temos que ter clareza, que há pouca formulação que não seja pos-moderna quanto a pauta. Não adianta reproduzir o que os pos-modernos formularem e negarem a centralidade do debate.
Reinaldo: elogiou contribuições. A lésbica pobre não coleta papanicolau como outras, o profissional da saúde olhará e falará "você não tem vida sexual ativa, e está possuída por demônio" (se for evangélica). Ela não terá acesso a esse exame, que é básico. Uma das maiores causas de morte das mulheres é o câncer do colo do útero, que também tem exame de mamas, disputando as principais causas de morte. A rica conta pra família, que pode considera-la como artigo de luxo ao fazer mudança de sexo. Transgenero rica com seu direito de moradia e transgenereidade. A pobre, que é triste, tá comprando silicone de injeção de caminhão para colocar no corpo com muitos efeitos colaterais. Testosterona não se compra sem receita médica. Fica fácil ver no colega da Universidade a sua opressão.
Juliana: como ele trata de diversos assuntos, difícil tratar de tudo. Importante o pessoal da saúde ter acesso pra ver quanto ao teste com embriões, fertilização in vitro. O estupro é uma prática tão recorrente na sociedade, que se legisla sobre isso. Agora quem estupra será encontrado pelo Estado e o filho terá prioridade na adoção. Que contradição, ao invés de alargar o direito de mulheres, evitar essa violência, mesmo que não acabemos com todo o estupro nessa sociedade, se vê esse desrespeito com as mulheres, impedindo que elas abortem este fruto.
Hugo: queria apontar que essa discussão não ocorre no dia a dia. Difícil fazer o recorte classista. Na FENED construímos por anos, com caráter anticapitalista e antigovernista, pra além do ENUDS, o CFP LGBT, onde procuramos fazer o debate. Sem data definida, mas será no segundo semestre. Estão vendo a programação, como emancipação do trabalhador enquanto classe.
Law: relatou de um espaço da UNE que participou, com dificuldades deliberativas, acabou que não saiu um encontro LGBT da UNE. Setores independentes e da OE constroem o ENUDS, ele é um encontro realmente pos-moderno, mas não significa que não passaria por politização. Há setores que tentam politizar, se configura como bom espaço, com bastante estudante. O grande problema que se visualiza nos setores que constroem, como também constroem espaços de agroecologia, limitados a extensão, que tem pira muito teórica. Muita gente que não fala de classe trabalhadora, que acha ultrapassada a luta de classes. É bem dominado por esse tipo de discurso, não significa que não seja interessante espaço de politização e que precisamos estar lá para o debate.
Camila: queria retomar a necessidade de vincular esse debate mais especifico, a opressão com a exploração. Como não cair no discurso pós-moderno. Recordou a importância de alguns dados sobre a saúde da mulher lésbica. Mulheres lésbicas tem menos acesso ao serviço de saúde, pois não gira pro papel reprodutivo. O que aumenta o índice de câncer de colo do útero em mulheres lésbicas, comparadas com as heteros. Não podemos deixar de fazer recorte de quem são as mulheres que realmente não tem acesso ao serviço de saúde. Temos que olhar essas especificidades e buscar o recorte de classe. Precisamos cuidar pra não entrar no somatório de opressões, pra não cair num discurso de quem sofre mais ou é mais oprimido. Temos que ver o papel que essa discriminação tem na manutenção do sistema. Da mesma forma que a sexualidade feminina é tratada apenas para a reprodução, isso mostra a importância da família na sociedade burguesa. Um ponto muito evidente é o trabalho domestico naturalizado, que serve ao capital, mas restrito ao papel feminino. Não é remunerado, não contabilizado na jornada de trabalho. Questionar uma mulher que não quer constituir família, coloca em cheque essa mulher que não quer alimentar essa estrutura do capital. A opressão que sofre a mulher e a mulher lésbica que sofre estupro corretivo, não é só no aspecto religioso, mas estrutural da sociedade.
Liris: ENESSO tirou uma programação de recepção dxs calourxs com debate LGBT, negrxs e outro sobre opressão de classe. Foi interessante, vemos como está a consciência de quem entra na Universidade. Lá na PUC-RS a Reitoria é muito conservadora, se tem homossexuais se beijando é reprimido, não podem nem colocar a perna em cima do outro. É um pedacinho feudal, as configurações que ela tem. Por isso a importância de fazer esse debate lá dentro. Temos uma colega de curso que é homo e algumas colegas ficam incomodadas dela utilizar banheiro feminino. Também tem a ver com o PROUNI, não estou criminalizando, mas lá abrem mais vagas nesse programa que por vestibular. Tem um perfil, um carater de estudante, bem peculiar e a abordagem é dentro deste caráter.
Hugo: sobre o ENUDS, só reafirmando o discurso pós-moderno. Vivemos num momento histórico subjetivista, que podemos construir nossa individualidade dentro do mercado. No debate LGBT vemos sobre o pink money, constituir sua identifidade LGBT por meio de produtos de consumo, perfumes, por exemplo. O mercado conduz o que é a identidade gay. Debatemos dos locais de trabalho também, falamos do romantismo e do Mc Donalds. Locais precarizados e como o sistema se utiliza dessa opressão pra precarizar mais ainda os locais de trabalho, assedio moral, sexual, que podemos orientar dentro do curso, mostrar o quanto é importante essa questão. O mercado utiliza isso pra precarizar as condições e fragmentar a classe. Citou caso de operario gay, mais afeminado, que violentaram no local de trabalho e teve que ser internado. Infelizmente está dentro da nossa organização, refletindo toda uma sociedade violenta e opressora que vivemos.
Allan: é importante termos esse espaço. Quando colocamos direita e esquerda, a primeira dicotômica e a segunda mais clara entre nós. Em composição a esse sujeito na concepção conservadora, como no Democratas do EUA, que coloca isso como pauta prioritária. Importante a esquerda também colocar essa pauta como unitária, pra não permitir a apropriação da pauta pela direita e consequentemente do capital. É possível conseguir casamento civil em países mais desenvolvidos, tudo isso está orquestrado em uma relação produtiva mais ampla. É importante coloca-la como pauta estrategica, que as Executivas consigam colocar como questões prioritárias, pra tomar o espaço e fazer disputa de consciência e militância.
Law: pensou em propor algo quando ao que foi deliberado no ultimo FENEX. GT formado pela ENECOS e FENED poderia ser reconstítuido neste FENEX, pra que possamos ampliar e debater com mais profundidade e de forma conjunta sobre essa pauta. Temos 3 setoriais minimamente estabelecidos. Construiremos o I Denegrindo, primeiro encontro de negrxs da Executiva e todo mundo está convidado. Ainda vai debater isso na FENED, mas coloca um pre-convite pra que participam do II CFP LGBT. Como temos muitas executivas aqui e com tempo de construção, se quiserem contribuir com a construção são bem vindos. Precisamos estar coletivamente debatendo opressoes. Sabemos que as vezes LGBT, mais que outros setores, tem muita dificuldade pra debater. Raramente tem 3 LGBTs numa turma. Há o debate de invisibilidade. Reitera o convite pra executivas construírem o CFP.
Encaminhamento:
GT: em aberto para a participação (FENED e ENECOS)
EDUCAÇÃO
Facilitação: João Negrão (ANDES-SN)
Debate sobre Encontro Nacional de Educação
João Negrão: De começo, quero mostrar pra vocês o Caderno 2. O que nós temos feito na verdade em relação ao Encontro Nacional da Educação começa com a aprovação da reativação da campanha de 10% do PIB pra Educação Pública Já! Esse foi o nosso ponto de partida. Porque houve todo o plebiscito, seu resultado, a campanha etc., mas quando o PNE foi à Câmara dos Deputados, aprovado com a palavra "educação pública", fica clara a disputa de projeto de educação. O nosso projeto de Universidade tá posto no Caderno 2. Lá em 2001 surgiu, quando da aprovação do primeiro PNE, o PNE da sociedade brasileira. Nossa luta pela educação não é nova. Estamos rearticulando nossas ações, mas é difícil, principalmente quando pra fazer uma ação concreta por dentro das entidades. Tem sempre acordos, desacordos, vocês conhecem muito bem. Mas como funciona: a reativação dos fóruns estaduais em defesa da escola pública se deu, principalmente, no Rio de Janeiro. Nos outros estados a coisa tá morna, não acontece. Aqui mesmo no Paraná temos o governo do Beto Richa e temos, na universidade, no setor da educação, muitos professores ainda apoiando o PT. E esses professores, sindicalizados, fazem cobranças ao ANDES-SN, no sentido de por que não participamos da CONAE. E a gente tem uma experiência muito ruim de participação nesses fóruns, na área de educação, chamadas pelo governo. Que fazemos lá? Vamos referendar o projeto do governo, se temos um projeto completamente diferente? Mas uma parte significativa aqui dos professores do setor da educação cobram esse tipo de postura do ANDES. Então o que fazer? Estamos tendo cobranças também de seções sindicais, como da ADUSP, por não estarmos lá nas etapas estaduais. Quer dizer, vamos jogar nossa base no colo do governo, em sendo contra? Acho que a situação mudou um pouco. E, no CONADE, qual vai ser o embate: a questão na participação na CONAE ou não. E por outro lado a gente tá fazendo o caminho paralelo, pra fazer a disputa mesmo do projeto de educação. O que vai dar isso vai depender de como nós nos articularmos. A gente começou, teve já três reuniões no Rio de Janeiro, o ANDES-SN que puxou essas reuniões; teve participação de algumas outras entidades e agora tá prevista uma outra reunião em São Paulo, agora pra julho; e outra reunião em agosto. A gente quer na prática articular esses encontros também em etapas regionais, municipais, pra chegar ano que vem e organizar o Encontro Nacional de Educação. Tenho uma avaliação de que o Encontro vai ser muito bom, mas vai ser difícil fazer essa construção. Então estamos chamando as entidades, o movimento estudantil, os movimentos sociais e todos os comprometidos com o nosso projeto e com o que há de "consenso", embora não goste da palavra, entre as entidades, pra podermos construir esse Encontro Nacional. Então a nossa ação tem sido essa e minha vinda aqui na verdade é pra isso: pra chama-los a contribuir e construir esse Encontro Nacional. E construir ele é um trabalho árduo. A gente tem aí seis meses pra terminar o ano e todas as entidades e movimentos tem um monte de coisas pra fazer. Há uma motivação enorme, por parte de algumas lideranças, por conta de todos esses movimentos que estão aí. Só que não dá pra fazer na linha do facebook, né? Tem que ser feito na rua mesmo. Os próprios líderes do movimento popular, que saíram do facebook, nos demonstraram isso, que movimento não se faz no facebook. Ali serve pra divulgar, agitar, marcar, mas não pra fazer o movimento. A gente que tem mais tempo de militância tem aprendido que precisamos aprender muito com a juventude e utilizar essas coisas para comunicação. Se perguntarmos quem não tem facebook hoje vamos encontrar um mundo muito pequeno de pessoas. Embora, claro, devamos ter claro que grande parte da população ainda não tem internet.
A situação da construção tá nesse pé. A gente quer, agora, pra esse segundo semestre, construir encontros regionais, estaduais, enfim, chamemos como quisermos, e isso deve acontecer. Estamos propondo pro CONADE, via GT de Política Educacional, as seguintes resoluções: (1) denúncia do PNE, (2) realização em conjunto com secretarias regionais, seções sindicais, de encontros preparatórios visando ao encontro nacional de 2014. Então vamos fazer nesse segundo semestre essa construção. Isso da parte do ANDES-SN. Se haverá empenho e acordo das outras entidades, vai depender da construção que nós fizermos da campanha, do comitê da campanha dos 10% do PIB. Agora, o que vocês esperam, o que vocês tem de expectativa em relação ao comitê e ao próprio ANDES-SN, essa é uma dúvida e um debate que a gente tem que fazer aqui. Eu não sou muito de falar muito, sou bastante objetivo nas minhas falas. Então eu preferia que a gente conversasse mesmo. É um encontro formal sem dúvida, mas sem formalismos, né? Então a gente pode conversar e na medida do que eu tiver de informação pra vocês eu vou passar. Se vocês puderem colocar dúvidas, como tão se articulando etc., a gente pode seguir no debate.
Escrevemos um texto de apoio pro CONAD, agora, pra embasar as nossas resoluções, que eu li pra vocês aqui. Isso é relativo ao GTPE. E esse texto recupera toda a origem, faz uma contextualização inicial; recupera todo o histórico do PNE, coloca a questão da LDB, o que foi a LDB lá atrás quando foi promulgada em 1996; a desarticulação do fórum em defesa da escola pública que aconteceu posteriormente; quais as entidades que apoiaram a primeira CONAE; e trata também das metas do PNE. O texto traz as metas, no que se refere também à pré-escola, e traz as críticas também. Porque na verdade o primeiro PNE não foi sequer cumprido na sua totalidade, foi cumprido apenas parcialmente. Isso sem contar que estamos falando do PNE do governo, substitutivo, e não o PNE da sociedade brasileira. Então essa disputa de projetos acontece e não é nova. E a gente vem trabalhando nessa perspectiva, de continuar não participando da CONAE, votamos isso no Congresso do Rio; vamos reforçar essa decisão de não participar; é óbvio que a gente não pode obrigar as seções sindicais a não participarem, então vai acontecer provavelmente de alguma diretoria de seção sindical definir que vai participar, mas aí na etapa regional, municipal, estadual, ela vai participar, mas na etapa nacional, oficialmente o ANDES tá fora. Se alguma seção sindical for participar, vai participar pela Universidade, por outra entidade, descaracterizando uma participação oficial do ANDES-SN.
- Marina: primeiro saudar a iniciativa, o ANDES-SN pensar esse encontro. Se faz mais do que necessário todos os níveis de ensino, e todas as categorias, se reunirem aí com os interessados pra pensar educação a nível nacional. A gente vê um ataque em todos os âmbitos à educação, seja no seu financiamento, na parceria público-privada, que toma conta das escolas hoje, direcionando ensino, prática docência, inclusive através de cartilhas, direcionando, então é fundamental superarmos apenas o debate de nível superior e ir pra educação como um todo em nosso país. Muita gente sai das nossas escolas analfabeto funcional, então temos que nos perguntar por que e pra onde estamos formando essa galera; há um projeto em disputa aí. É necessário pensarmos um sistema nacional de educação, pra além da distribuição atual entre municípios, estados e União. A gente tem mania de dividir por saúde, educação etc., mas temos todos que estar à frente dos fóruns contra a privatização da saúde e também em relação à educação. A EXNEEF tirou no seu último conselho nacional construir os espaços regionais; compor e construir esses espaços. Porque são espaços que nos são mais do que necessários. A nossa educação, além de os investimentos serem mínimos, estamos passando por um milhão de coisas: a medicalização dos estudantes, a questão do ensino propriamente dito e, na educação básica, isso tá muito mais latente. E queria saber como vocês tão fazendo a relação com os sindicatos de professores, regionalmente, não sei se vocês já começaram ela, mas seria interessante se tu pudesse falar algo.
- Fábio FEAB: depois, nas próximas falas, poderias explorar um pouco mais o caráter desse encontro que vai ser realizado. Uma grande preocupação que a gente como FEAB tem, desse tipo de movimento na área da educação, acaba pensando no que é mais necessário agora, como investimento e valorização. Mas além de investimento, federalização de particulares, acho que falta muito a gente discutir o caráter da educação: pra que e pra quem é nosso conhecimento. Nosso sistema de ensino é focado hoje no mercado de trabalho, não contempla a expressão do conhecimento na íntegra, essa multi e transdisciplinariedade, queria que tu comentasse um pouquinho sobre isso, de como tá se dando o movimento no ANDES-SN, de como tá se dando essa articulação. Mesmo no ANDES-SN temos um conservadorismo muito grande por professores, no sentido de reivindicar o público, maior investimento etc., mas na verdade reproduzindo as mesmas práticas de saber no nosso ensino. Por isso a gente da FEAB tem feito uma campanha de curricularização da extensão, dada a necessidade de se garantirem as vivências mediante a extensão para garantir esse tripé. Com isso conseguimos focar pra onde está indo nosso investimento, onde vamos intervir, de que maneira vamos atuar. Muito me preocupa isso porque temos professores muito cultos, com acúmulo de militância muito grande, mas que se pega em grande conservadorismo.
- Lawrence FENED: Foi falado um pouco da sociedade brasileira. Seria possível uma retrospectiva deste PNE na década de 90 e sua construção. Nossa geração não tem ainda compreensão deste significado desta construção, temos um vácuo neste meio tempo que deve ser sanado. A falta de atualização, com iniciativas dispersas, não tem sido realizado grandes espaços como este de 2014, por isso é fundamental entender o processo do PNE atual.
- João Negrão: na verdade, as três falas elas se inter-relacionam e a resposta, a gente pode começar, dentro dos limites da minha memória, com a questão do surgimento do Fórum em Defesa da Escola Pública. E aí a gente tem que contextualizar um pouco toda a efervescência das décadas de 80 e 90. A gente tem toda uma situação nova no Brasil, pras gerações que viveram a ditadura, ou como filhos da ditadura ou como adultos na ditadura, reprimidos e afins – eu mesmo sou de uma geração considerada filha da ditadura, porque nasci no início da década de 60, o próprio golpe militar aconteceu quando eu tinha dois anos; peguei a ditadura sem saber, sem ter consciência do que era a ditadura, até função da origem familiar, eis que a minha é burguesa, ainda que decadente –, então acontece que essa geração de filhos da ditadura, quando vem a anistia, depois vem o diretas já, aí eu já tô na universidade, tem uma outra perspectiva, outra postura em relação à política. Essa geração acaba se envolvendo, na década de 80, na rearticulação popular, no meu caso como professor, da educação básica. Aí acontecem os debates, mas a participação não é massificada, como nunca é. E acontecem essas participações. E o surgimento dos fóruns municipais, dos fóruns estaduais, e toda essa articulação acabam se fortalecendo com a Constituição de 88. Na CF-88, você tem a proposta do PNE e passa então a ter uma perspectiva de participação dos movimentos populares. A partir daí surge, então, o PNE da sociedade brasileira. PNE da sociedade brasileira que é o projeto que a gente, que o ANDES-SN participou, que muitos sindicatos da educação básica participaram, porque estavam dentro dos fóruns municipais, estaduais e do próprio FEDEP. Aí cria-se, constrói-se todo o PNE da sociedade brasileira, e esse PNE, reforçado por todo esse grupo, por todo esse movimento e pelo reconhecimento da sociedade a esse fórum em defesa da escola pública, esse reconhecimento dá força pra que a gente apresente o PNE da sociedade brasileira como projeto de lei. Você tem inclusive apoio político pra colocar lá. Só que esse PNE entra em disputa, vai pro Congresso e aparece um substitutivo. E é o substitutivo que ganha. O da sociedade brasileira não foi levado em consideração em ponto algum e aí a gente tem essa situação. Hoje, depois do governo do PT, as coisas ficaram muito mais difíceis. Com a vitória do Lula em 2002, e sua posse em 2003, esse país viveu um momento de euforia sem precedentes. E aí essa euforia acabou se transformando na grande frustração que tá hoje. Só que o que aconteceu: no caso do ANDES-SN, especificamente, o ANDES acabou ficando isolado. Porque, desde o início, fez a denúncia dos acordos da campanha do Lula e todo o mais que não é necessário aprofundar. E aí você tem uma situação de desencanto total e o ANDES-SN fica numa posição isolado porque, no fundo, ele adota uma postura, não diz nada mas diz "eu já sabia", "a gente já tinha falado isso antes", e aí vem todo o debate. O isolamento do ANDES foi uma coisa terrível e continua até hoje. A gente tem a criação do PROIFES. Aí a gente entra na questão do conservadorismo da carreira docente. Nossa categoria é muito conservadora e tá se tornando ainda mais conservadora, com a entrada de professores doutores na universidade que entram sem serem filhos da ditadura, não terem formação política, não terem consciência de classe, pensando só na produtividade da CAPES, tendo que publicar dez papers por ano, o que eu pessoalmente acho um absurdo. Falando o quê, contribuindo o quê, dizendo o que pra ciência e pra tecnologia? Eu entrei na universidade há 20 anos, tinha especialização e, como entrei pra trabalhar com ensino fundamental, médio e técnico, entrei sem pós-graduação (especialização é considerado um complemento apenas). Fui fazer mestrado como professor já, enquanto professor, atuando enquanto professor. Não fiz o doutorado e não vou fazer. Mas o que quero dizer com isso? Quero dizer que fui pra militância há pelo menos 18 anos, no ANDES (há 20 na UFPR). Antes eu militava na APP-Sindicato. É uma outra postura que os docentes das universidades públicas adotaram. E esse conservadorismo é extremamente patente. Além do corporativismo da categoria. É impressionante: se você coloca numa assembleia pra decidir ajuda pra um movimento, pro movimento estudantil, pra outro sindicato, participação em atos como o que foi ontem aqui na Boca Maldita, que foi puxado por CUT, PT e afins; enfim, se você coloca isso pra categoria docente, ela não vai. Ontem a gente tentou reunir e conseguiu contar dez docentes pra participar do ato. E ainda reunimos todos eles pra tirar uma foto. Então essa situação, esse conservadorismo, no fundo só reforça o sistema, toda a situação, e não há avanços significativos na ciência e tecnologia, não existe isso. Porque você vai ver as pesquisas que a Universidade pública faz hoje e ela é financiada principalmente na área de tecnologia por grandes empresas. Não tem comprometimento e investimento do governo, do Estado brasileiro. Meu companheiro faz mestrado na Universidade Federal em ciência dos materiais e ele fala, comenta comigo a quantidade de empresas que querem financiar a pesquisa do programa de pós-graduação em que ele está. Isso na verdade é a prova mais evidente, mais cabal de que a universidade pública é um aparelho do Estado e está a serviço não da população, não do Estado brasileiro; está a serviço de outros interesses da iniciativa privada. Então ela tá lá pra gerar lucro. Por que a retirada e a não existência de financiamento público pras universidades? O descomprometimento do Estado em relação a tudo que é público? Por que as parcerias público-privadas? Pra desobrigar o Estado e entregar à iniciativa privada. O Estado hoje é o quê? Um gestor. A Dilma é a grande gestora do Estado brasileiro.
Sobre a relação com sindicatos, quais as dificuldades que temos na articulação com ensino básico. Em primeiro lugar, o conservadorismo da categoria. Em segundo lugar, as alianças e defesas dos sindicatos. A APP-Sindicato, por exemplo, é dificílimo articular com eles. Fui fazer uma fala uma vez e quase apanhei. Fui fazer uma fala, fiz uma crítica à CUT e quase apanhei. O presidente desceu o pau na minha fala, normal, não tô muito preocupado com isso, mas a crítica que eu fiz foi justamente a vinculação à CUT e, por tabela, ao PT. Aí se pega o SISMAC, que é o municipal de professores, dá pra conversar, mas dá pra conversar agora. É muitos companheiros, aprendi na Faculdade de Letras, que companheiro é aquele que compartilha o pão e camarada é aquele que compartilha o teto ou a cama; se isso é verdade, se é verdadeira a interpretação, embora a palavra tenha ficado desgastada com algumas pessoas, ainda é uma palavra que eu gosto. Essa articulação nacional acontece bem. O ANDES-SN se articula com SINASEFE, com FASUBRA, muito bem. Mas tem dificuldades. A gente tem que ter um malabarismo nessas relações, porque não defendemos necessariamente as mesmas coisas. A FASUBRA saiu da CUT recentemente. Mas ela é uma Federação, então ela tem posições de sindicatos, correntes etc. Relação com SINASEFE é boa: é de técnicos e docentes, educação básica, técnico e tecnológica, com mesmo formato de sindicatos, sindicato nacional, mas nós temos um projeto de carreira, e aí vem o nosso corporativismo, que só dá conta do docente, porque somos uma carreira docente. A proposta de carreira do SINASEFE é diferente da nossa. A gente discute há mais de 10 anos uma tentativa de diálogo sobre carreira.
- Lires ENESSO: não é uma pergunta, é mais compartilhar uma experiência que aconteceu lá na Universidade. Enquanto tavam tendo eleições pro CONUNE na PUC-RS, a gente se reuniu, enfim, com estudantes lá na Universidade e decidimos que íamos fazer uma contracampanha pra denunciar todas as reformas que o governo fez. Usamos o texto do Leher, sobre a Contra-Reforma do Governo Lula, do Banco Mundial, das propostas na América Latina. Foi um texto denso, claro, assim, mas deu pra debater bastante coisa assim e a galera meio que se ligar assim no que tá acontecendo.
- Fábio FEAB: queria trazer três pontos: uma a dos 10% do PIB, depois autonomia universitária e por fim desenvolvimento tecnológico. Quanto aos 10% do PIB, cada vez pauta-se mais o investimento da educação, mas pouco se discute o fim dos investimentos. Hoje temos inseridos no investimento da educação até mesmo asfaltamento de calçadas em frente a escolas, o que seria função da própria Prefeitura e do governo estadual, então temos que avançar também nisso, em onde vai ser investido esse dinheiro. Nisso falo de autonomia universitária, que existe apenas e exclusivamente na obtenção de recursos. A reitoria não tem possibilidade de transformar, mudar o modelo de ensino. Aí a gente entra na discussão do novo PL 2177, de 2011, de Tecnologia. A gente tem a transformação do professor em professor-empreendedor. A necessidade de buscar os investimentos através da iniciativa privada. É uma afronta absurda que a gente tem na Universidade e que reflete tanto nacional quanto internacionalmente, da qualidade das nossas publicações.
- Acássio FENED: necessário o debate estratégico de educação. A partir do Governo Lula o movimento social de educação sofre um grande ataque, dentro disso é necessário articularmos as lutas, com projeto estratégico de Universidade, que dialogue com um projeto de sociedade que defendemos. O ANDES-SN reeditou o caderno 2 e precisamos nos apropriar dessas formulações. Vivemos uma greve ano passado e não conseguimos formular uma ferramenta para articular todas as demandas dos três setores (professores, estudantes e técnicos).
- Karen ExNEEF: período de retirada de direitos, como isso se expressa no ensino superior. Ao mesmo tempo em que temos a Contra Reforma Universitária, que é um desmonte da educação superior como um todo, sobretudo da publica, temos uma vitória do ME e do movimento negro, que são as cotas, isso muda o perfil social dos estudantes do ensino superior, ao mesmo tempo que essa política é articulada ao desmonte do ensino superior, consequentemente pegarão toda a precariedade estrutural e de formação. O ANDES tem um caderno de ações afirmativas de 2010 que trás esse debate, necessário debater isso com a comunidade. A lei de certa forma foi de cima pra baixo, o CONSUN da UFRGS foi mais reacionário que o Governo Federal com essa lei, o ANDES tem esse debate, mas é demanda de fazer essa discussão, e o Encontro Nacional de Educação talvez seja um espaço bom para fazer essa discussão. Sobre o REUNI II, o professor de políticas Públicas da UFRGS, fala que o REUNI II não viria, a diversificação do investimento da gestão através de editais da CAPES, essa poderia ser a nova reforma que já vem sendo implementada em algumas universidades. Queria saber se alguém tem mais informações sobre isso.
- João Negrão: quando falamos de neoliberalismo, na categoria docente não aguentam mais falar sobre isso. Professor é trabalhador, mas não se considera tal, não tem consciência de classe. Há um abismo entre a categoria e as lideranças da entidade. Muitas vezes, essa distancia acontece dentro da própria diretoria das entidades. Caderno 2 tem posição do ANDES-SN sobre a democratização da universidade, mas tem um diretor que se coloca contrário a paridade, então há essas contradições dentro do sindicato. Somos pautados o tempo todo pelo projeto da sociedade burguesa. Muitas vezes as entidades e movimentos sociais se perdem, tem conflitos e não fazemos o projeto estratégico para educação. Não temos condições de falar sobre educação, de dizer que educação queremos, que projeto estratégico idealizamos para o Brasil? Claro que temos.
Sobre autonomia universitária, vivemos 120 dias de greve, uma das maiores mobilizações do país em 2012. Foi uma grande vitória para o movimento. A pesquisa que se faz nos institutos e empresas particulares deveria ser inovação, o papel da pesquisa é da universidade, essa é a compreensão que temos. Extensão, pesquisa financiada pelo Estado, inovação as empresas privadas que banquem – isso é sua posição. É possível fazer inovação na universidade, mas na universidade pública vai servir a quem? Pegar financiamento de empresas que tem interesses. Como fazer o diálogo em relação a contra-reforma com os três setores? Estão tentando, fazendo. Aqui temos dois setores da Universidade. Sobre a retirada dos direitos, vai na linha do apagar incêndio. Os movimentos sociais estão apagando incêndios e não estão articulando um projeto estratégico de educação, de saúde, do que deveria ser papel do Estado brasileiro. A retirada de direitos é total.
- Larissa FENED: a centralidade de termos um espaço para articular um projeto das três categorias, fazer estudo da contra reforma universitária, apontar um projeto do que queremos, o que pautamos. Devemos colocar para além dos problemas que temos na Universidade, de que forma vamos destinar esses 10% do PIB para educação, temos que fazer debate qualificado e não somente agitações. Precisamos articular lutas centrais, unitárias, espaço de debate, para pensarmos coletivamente que projeto queremos para educação, centralidade de qual financiamento queremos.
- Carol ExNEEF: sobre os ataques que vemos a educação sofrendo, desde a educação básica a educação superior. No RS o último concurso do magistério demonstrou o desrespeito a educação básica. O projeto desse Governo para educação está em consonância com os grandes organismos multilaterais, ele não está a favor da população. Esse projeto do governo não nos serve, as CONAES são indisputáveis. Para além de questionar a esquerda, a articulação dos movimentos sociais, esse encontro pode servir para auxiliar na articulação nesse período de fragmentação da esquerda. A greve de 2012 demonstrou a necessidade da unidade a partir das lutas, estamos vivendo um período propício para isso. Momento necessário para superarmos essa cooptação e esse apassivamento. Deixar a pergunta para o professor, como as entidades do Movimento Estudantil estão se colocando a construir esse encontro? Se sabe alguma coisa.
- Reinaldo ENEENF: agradecer a presença do professor João Negrão. Falar sobre a movimentação do 11 de julho. A vertente do sistema nacional de educação, do plano nacional de educação, deixa o convite para um estudo sobre o PNE, deliberação do Congresso de Estudantes da UFPR. Na saúde é preciosíssima o controle e regulação social.
- João Negrão: que posição ter em relação ao investimento dos 10% do PIB para educação. É um valor suficiente e necessário para cobrir investimento na educação. O que entendemos como investimento na educação? É asfaltar o entorno da escola, da universidade? É salário do professor? Temos que debater isso mesmo, para isso teremos um seminário, provavelmente em setembro ou outubro que aconteceu ano passado, Seminário Estado e Educação, debater o que é política de Estado para educação, acredita que será em Goiânia, não tem certeza. O principal debate será financiamento na educação. Senão atribuir o que faz parte do financiamento da educação, o governo faz o que quiser, senão tivermos claro onde gastar e com o que, não adianta, só iremos brigar por causas pontuais e apagando os incêndios, dando espaço para o Governo fazer o que quiser e colocar na rubrica da educação o que quiser.
Esse encontro nacional, e os encontros preparatórios são ações concretas para debater projeto estratégico, a construção para esse encontro por meio das articulações locais, a construção dos encontros regionais, pra chegar ao nacional é extremamente importante, é uma resposta para categoria, para sociedade.
Como enfrentar os ataques? A greve de 2012 foi um prenuncio do que está acontecendo agora, só foi setorizada pela educação. A categoria, mesmo conservadora, os estudantes, mesmo tendo um grande contingente de apáticos a questão social, chegou num ponto de insatisfação, chegou no limite e então a categoria docente conseguiu fazer uma greve inédita. Tivemos o foco da greve, que foram os quatro pontos de pauta, reposição salarial, condições de trabalho, carreira docente, conseguiram mobilizar a categoria por esses pontos. A pauta tem elementos corporativos, mas lutar por carreira docente, faz parte de um projeto de educação, a medida que o docente deve ser valorizado, respeitado e não só docentes das Universidades. As conquistas que temos são pontuais, mas fazem parte de um projeto. O grau de insatisfação dos três segmentos e da sociedade em geral é muito grande e somente com luta e articulação conseguiremos nos manter.
Como está a articulação das entidades do movimento estudantil não saberia dizer. Existe articulação com a ANEL, a oposição de esquerda da UNE.
Sobre a regulação e controle – existe agências reguladoras para educação.
A APUFPR aprovaram a participação dos docentes na paralização nacional do 11 de julho.
Está convencido que a comunicação tem um papel importantíssimo na construção dessas mobilizações, dessas reações da sociedade organizada ou não.
Camila FENED: vê a possibilidade do Encontro Nacional de Educação ser um espaço de articulação dos setores da educação. Essa potencialidade é fruto da greve do ano passado e há uma possibilidade de fortalecermos o movimento de educação pelas mobilizações que estamos vivenciando. Tirar algo do FENEX para que as executivas que discutam o Encontro Nacional de Educação e se insiram nos comitês locais e regionais.
O ensino superior tem mais facilidade de articulação, quando passamos para uma realidade de educação básica há uma grande dificuldade, se pegarmos o ensino médio, que tem responsabilidade dos Estados, se pegarmos o ensino fundamental é municipal e os sindicatos estão girados para realidade da sua localidade e só tocam pautas locais e imediatistas. Como está sendo pensado a inclusão desses outros setores na articulação nacional. Pensa que é importante essa articulação, pois a educação básica atinge maior parte da população, somente 15% dos brasileiros tem acesso ao ensino superior.
Maicon (Engenharia ambiental): o caderno 2 é distribuído nas seções sindicais? Além disso, temos hoje na universidade o conhecimento fragmentado e não há o contato com outros conhecimentos e debates conjuntos. Também é importante debater dentro do debate do PNE debatermos como se da a interdisciplinaridade na formação que hoje não existe.
Hércules (FEAB): estávamos estudando o histórico da FEAB e vimos o quão afastada dos movimentos sindicais por exemplo, que tinha bastante proximidade em 90. Esse encontro da educação proporciona a possibilidade pras executivas de conseguir se organizar a partir de uma identidade de esquerda. Várias executivas romperam com a UNE e não existem muitos espaços de articulação pra além do FENEX, então é importante que as executivas se insiram nos comitês e auxiliem na agitação. Outro debate é a questão da universidade popular, que as vezes parece que é a única proposta da esquerda pra universidade e é importante debatermos isso.
Gi: (Lazer e turismo) um pouco sobre a USP, onde com a greve das federais vimos que há vários problemas que se expressam também lá na USP de infraestrutura, transporte, moradia e assistência estudantil. Então a pauta é semelhante mas a USP não parou em conjunto. Outra coisa é que sobre a educação de base, que lá temos aulas com vários outros cursos que auxilia na multidisciplinaridade. Sobre o PIMESP que tivemos debate no início do ano, nos colocando contrários pois seria dois anos de cursos a distancia e depois presencial.
Vinícius (DENEM): na nossa regional da DENEM debatemos também a questão do PIMESP e vimos que é um retrocesso muito grande dentro do debate de ingresso à universidade, se baseando nos modelos de Colleges dos EUA, então precisamos debater pois está aí pra ser assinada já. Acho que esse debate tem que ser retomado pelas executivas e é algo pra ser encaminhado. O debate da regulamentação do aumento das mensalidades é algo que temos que debater também entre executivas de como atuar conjuntamente em relação a isso pois há vários estudantes que estão tendo dificuldades muito grandes de estudar por não mais conseguirem pagar.
Professor João Negrão: começo com uma afirmação de um antigo professor nosso que dizia que não existe ciência, mas existem problemas e que na prática há a ciência pra resolver isso. Se trazemos isso dizendo que não existe militância mas formas de resolver os problemas que surgem as coisas se dispersam e cai nas individualidades. Trabalho com a disciplina de análise do discurso e é muito útil pra identificarmos as ideologias e posições trazidas num determinado contexto histórico. Muitas vezes, o discurso que fazemos provoca ou uma aceitação ou rejeição do que fazemos na militância. No movimento docente é fundamental saber que discurso você faz e de que forma pra lidar com os setores conservadores. Sobre a questão da articulação com as entidades da educação básica. O que temos no caderno 2, poderia ser aplicado para a ed. Básica. A questão é como fazer a intervenção no movimento docente da educação básica. Uma das questões é a extensão feita na escola que nos coloca a questão de que forma e qual a intenção. Temos grandes dificuldades de relacionamento entre as organizações. É a atuação prática conjunta com os movimentos sociais que nos possibilita ver de que forma fazemos essa articulação, e isso é um trabalho miúdo e cotidiano. Em relação à educação básica, temos o que fazer e vocês terão grande papel também nessa relação ao passo que muitos irão se inserir nesse contexto.
Sobre as universidades particulares, estudei também e sei o que é ter que ao tempo todo estar brigando pela redução de mensalidades e questões básicas. E na publica a realidade era outra, de se ter tudo, mas com que qualidade? Esse conflito expressa a sociedade que vivemos, nós somos pessoas que não acreditamos nessa sociedade e nos situamos à esquerda militando junto à ela. Temos então que construir espaços que consigamos construir algo diferente, e esse encontro vem nesse sentido, entendendo nosso papel chave pra mudança da sociedade. Estou em uma idade já de acreditar que talvez não verei a revolução mas acredito nesse trabalho cotidiano.
Fábio (FEAB): primeiro elencar novamente o PL de ciência e tecnologia, que recomendo que quem não leu ainda se apropriar. Discordo com o Hercules de nossa federação estar perdendo no debate do movimento estudantil. Na questão da universidade popular, teve o CONUP em 2011 e muito se teorizou e pouco se avançou. Em santa catarina houve um racha entre JCA e PSTU pela questão do popular. Algo a questionarmos e ser superado é o modelo cartesiano a partir do qual se organiza nosso ensino. Falamos muito da falta de compromisso social dentro da universidade, exemplo é da agronomia em que tendo um potencial enorme de transformação das bases de produção, por outro lado não temos disciplinas que possibilitem questionamentos e reflexões sobre nosso papel, e Paulo Freire é alguém pra nos basearmos pra pensar nesses rompimentos.
Acássio: acho que o que ta colocado é a necessidade de levarmos esse debate pras executivas, aproveitando os encontros nacionais que terão no meio do ano e polarizando com os setores governistas. Sobre a atualização desse caderno 2 do ANDES, pe importante ver esse período pós greve e após 10 anos de contra reforma do governo dos trabalhadores. Lá no Ceará estamos tentando construir conjuntamente um seminário de formação junto ao ANDES. Sobre a greve de 2012, e não só ela mas o conjunto de greves que caracterizou o ano de mais greves desde a década de 90. Então pedir pro professor comentar sobre essa inserção dos movimentos da educação nessas mobilizações e quais bandeiras são levantadas, afim de que consigamos debater de que forma chamar a juventude pra defesa de tais bandeiras.
Nina: tem um debate que é central de que olhemos e pensado pra além dos grupos que agitam a bandeira da universidade popular. Temos que estudar o que é isso, até no ultimo FENEX houve um debate e fizemos isso no DA. Vemos que nessa proposta, a extensão toma quase papel da militância, de chegar às comunidades e romper com a alienação. Vemos o quão limitado é isso, e como essa proposta se coloca enquanto uma forma de autoconstrução muito mais dos grupos que agitam a pauta, onde vemos que na realidade não expressa um projeto de universidade. Acho que o movimento tem que olhar pra isso, até no início do caderno 2 tem um histórico da construção da proposta da sociedade brasileira, ou seja, é um processo e que se diferencia sim da proposta de universidade popular.
Lawrence: Marina já falou um pouco, acho que hoje somos tomados nas executivas do setor governista e que influencia no próprio esvaziamento do FENEX. Uma das bandeiras de agitação desse setor é a extensão e o projeto popular, que mexe muito com a subjetividade dos sujeitos que passam a fingir que são militantes em setores ligados principalmente à consulta. Temos que tomar cuidado com isso, pois não há como pensar extensão desvinculado do debate de educação e de universidade. Além, quando se agita a pauta da universidade popular, além do debate conceitual, é que alguns setores do ME se desvinculam do movimento da educação pra formular uam proposta, e é claro o porque disso, porque o movimento da educação tem sim um recorte classista e não é interessante a esse setor questionar o governo. Acho que daqui não tem que sentir somente uma orientação das executivas participarem dos espaços, mas também achar formas do FENEX e das executivas criarem um elo mais próximo do ANDES pra uma construção efetiva. Então questiono qual é essa possibilidade de vinculação entre esses dois setores.
Professor João Negrão: Sobre a greve ano passado, e a interpretação que foi um ensaio, coloca que não veio do nada e que teve toda uma história que desembocou nesse movimento. O movimento da educação construiu isso, e em dez anos se manifestou nessa greve. Aponta também como uma grande conquista. Chamou a atenção desse debate do que é extensão, no sentido de que tenha que estar articulado com o tripé, pois do contrário há limites de resposta à sociedade. A extensão ela pode ser militância, mas numa compreensão pessoal, coloca que pode ser militância, pois é algo que está dentro da gente e nossa forma de relacionar com o mundo. Esse senso crítico é produto de uma militância, agora discutir o papel da extensão é extremamente importante. O que é extensão? O que é esse trabalho? Coloca que não tem muito acumulo pra tratar do ponto específico da universidade popular
Sobre a disposição do ANDES e a articulação com FENEX e as Executivas coloca que tem toda a disposição para com isso; o compromisso de construção dos encontros até o Encontro Nacional da Educação. Pra pulverizar essa política tem as sessões do sindicato, que é onde também pode-se recorrer, relevando questões como a autonomia das sessões, mesmo nacionalmente o sindicato tenha um posicionamento.
Agradeceu o convite, aprendeu muito e na prática é a primeira vez que tem uma relação mais direta com o ME, achou uma oportunidade muito rica.
ORGANIZATIVO
Mesa: ExNEEF e FENED
ORGANIZAÇÃO: FENEX passado foi construído de última hora, só em fevereiro deste ano, era pra ter sido antes. Necessidade de debater o caráter do FENEX (participação ou não da base). Debater também data e sede do próximo.
Dúvida: o que é CFP? à CFP: Curso de Formação Política: FENED fez um CFP GLBT e já tem outro programado para este ano, e a ideia é fazer como II CFP GLBT da FENED e I CFP GLBT do FENEX.
Caráter do FENEX:
- Hércules: gosta da forma como o FENEX vem se organizando, mas acha que a periodicidade está sendo curta, com pouca possibilidade de as executivas se reunirem, embora acha que se alongar demais o tempo pode gerar desarticulação entre as executivas. Defende que seja aumentado o espaço entre FENEX em um ou dois meses.
- Fábio: solicita ver os encaminhamentos do último FENEX, para verificarmos se o que fora deliberado foi ou não foi feito. Sugere que seja feito o debate antes de debater o caráter do FENEX.
- Marina: Caderno de contra-reforma, balanço reuni-exneef, prouni-enesso, sinaes-eneco, ebserh-fenex saúde, moção contra planos de saúde (saiu no FENEX passado), construção do encontro nacional, indicativo de assinar cartilha ebserh, adin, texto agitativo do boicote ao ENADE, datas dos encontros nacionais, nota contra a jornada de lutas governista (não saiu porque não foi consenso).
Volta ao debate do FENEX.
Fábio: entende que foram deliberadas muitas atividades e muitas não aconteceram, e deixa a crítica para as executivas que, apesarem do acúmulo, não conseguiram produzir os textos. Acha que não estejamos levando o FENEX tanto a sério quanto promovemos em nosso discurso. Entende que o FENEX é o que nos garante a articulação a nível nacional.
- Karen: entende que as executivas estão atoladas das tarefas, além de nelas haver uma tomada do governismo e dificuldade de consenso entre os grupos que as compõem. Entende, porém, que não seja só isso, e que haja falta de comprometimento com o FENEX.
- Ethiene: na executiva de enfermagem, além da disputa de grupos governistas, há renovação dentro da executiva, e há dificuldade em fazer com que os estudantes entendam a importância do FENEX. Acha importante que as executivas que aqui estão levem o debate para as demais executivas, pois em anos anteriores o espaço era composto por mais executivas, que tem deixado de participar.
- Marina: entende que alguns motivos possam ter esvaziado esse FENEX, como as mobilizações nas ruas, férias, e lembra que o FENEX passado contou com 17 executivas. Entende que houve um salto qualitativo nos debates e lembra que temos comprovado a falência da UNE e a insuficiência da ANEL; lembra que o FENEX não é uma entidade e não há pretensão de que se torne, além do potencial de se tirar pautas de lutas conjuntas. Acha que a periodicidade atual é suficiente, mas que pode ser aumentada (6/6 meses, 4/4 meses). Entende que este seja um movimento de vanguarda, e que não deva ser espaço focado nas bases, mas nas lideranças das executivas. É um espaço de processo de reorganização do movimento e é nesse contexto que o FENEX deve ser pensado. Não é uma entidade, passa por consenso e, de certa forma, tem dado conta de reoxigenar as forças dentro do movimento estudantil.
- Lawrence: dificuldade de continuidade, principalmente quanto às deliberações de FENEX anteriores, mas que temos avançado nos últimos. Entende que não pode ser bimestral, que 4/4 meses é um bom período, desde que as executivas debatam os temas nos entre-períodos. Ressalta a dificuldade de as pessoas mais novas identificarem o FENEX e seu histórico, e acha que isso passa pela falta de organização dos documentos, dos registros. Acha que o FENEX deve se fazer presente: encontros, materiais... se as executivas que aqui estão levarem pros seus encontros, isso já servirá de grande divulgação do FENEX. Entende a necessidade de reorganização.
- concorda com o que já foi dito, mas acrescenta que devemos mesmo repensar a periodicidade, para que possamos ter mais tempo para debates dentro das executivas, além dos gastos com deslocamento: sugere 3 ou 4 meses. Entende que se no próximo FENEX as executivas já se fizerem presentes, significa que estamos caminhando. O FENEX é um espaço de vanguarda. Algumas executivas sendo tomadas pelo governismo de tal maneira que não conseguem participar de forma mais envolvida. Acha que DAs que quisessem se incluir na lista de e-mails, ou pessoas que já acompanham há tempo, e eles tendo mais espaço. Acha que temos que ter materiais para divulgar os posicionamentos tirados no FENEX.
- Fábio: entende que devemos superar o sistema de consenso e que devemos deliberar sob regime de votação.
- Hércules: o que nos fez avançar em vários temas foi a convergência de ideias e, como nesse FENEX estamos bastante em consenso, encaminha de deliberarmos bastante e com estrutura para que consigamos avançar em nossas formulações.
- Vinícius: defende a forma consensual de votação.
- Marina: defende que isso seja debatido dentro das executivas e que seja votado quando mais executivas estiverem presentes. Concorda com o que o Fábio coloca, em termos da limitação que o consenso pressupõe. Encaminha que as executivas deliberem isso cada uma para que no próximo FENEX possamos deliberar sobre.
- Lires: acha que a perda do caráter consensual vai tirar o caráter de Fórum do FENEX, e acha que essa forma flexível é que deverá manter o caráter deliberativo do FENEX.
- Fábio: o FENEX é um fórum deliberativo, e acha que independente da maneira como os posicionamentos sejam tirados, não há o interesse em fazer do FENEX uma nova entidade. Concorda que existe a necessidade de discussão prévia dentro das executivas, colocando na lista de e-mails essa proposta de reformulação das tomadas de decisões, e cada executiva fica com a responsabilidade de fomentar isso internamente. Exemplifica que a FEAB, por exemplo, nunca conseguirá deliberar nada no FENEX, por conta da alternância de gestões governistas dentro da executiva.
- Lawrence: a proposta é polêmica. O grande ponto de dificuldade é que, independente dessa alteração, não resolve os problemas da responsabilidade do FENEX. No entanto, entende que isso traz um debate sobre a organização do FENEX, e defende que isso, no próximo encontro, seja um dos debates centrais. Acha que determinadas executivas, mais governistas, podem travar coisas importantes. acha que há falta de clareza na nossa organização enquanto fórum, e reitera que se coloque em debate mais central no próximo FENEX a organização do FENEX.
- Karen: adendo à proposta do Lawrence: o FENEX reflete o acúmulo do que as executivas debateram e o que vão tocar enquanto trabalho de base pós-FENEX: não há garantia de que as executivas vão levar à frente as deliberações.
- Marina: há 4 encaminhamentos: periodicidade: ser de 4 em 4 meses, com flexibilidade.
- Fábio: defende que seja de 6 em 6 meses.
- Marina: sugere que seja de 4 a 6 meses.
Reabertas inscrições.
- Lawrence: defende um FENEX para abrir o ano, que inclusive por experiência, por conta das renovações das diretorias, dá impressão de que está começando do zero. Defende que haja outro antes dos encontros nacionais, e mais um no segundo semestre. Defende, portanto, de 4 em 4 meses, com flexibilidade.
- Marina: encaminha e, por consenso, fica deliberado de 4 em 4 meses, com flexibilidade.
Próximo ponto.
- Marina: colocar CAs e DAs na lista, para permitir que haja maior participação de outros cursos no FENEX.
- Lawrence: defende que haja flexibilidade de outros CAs e DAs participarem, para haver mais executivas participantes; defende, portanto, que militantes das executivas e cursos sejam incluídos na lista, não só as diretorias, pois há cursos que não têm executivas nem federações, mas militâncias de área.
Algumas opiniões sobre se colocar apenas as direções das executivas ou pessoas deliberadas por elas para participarem da lista, além de representantes de cursos sem executivas ou federações.
- Marina: defende que mesmo pessoas que não representam as executivas nem os cursos participem da lista. Acha coerente que a lista seja aberta.
- Alan: defende abrir a lista para qualquer militante que queira construir o FENEX.
- Lawrence: única estrutura física para além do FENEX é o GDT de opressões, que já foi deliberado. Defende que a lista seja aberta para que qualquer um saiba o que está acontecendo nas articulações e ações das executivas.
Proposta de a lista ser aberta para quem quiser participar é aprovada por consenso.
- Marina: chamado pelas executivas debaterem em encontros a forma organizativa do FENEX e se colocar isso como discussão no próximo FENEX. Além disso, colocar todas as relatorias no blog. Aprovadas por consenso a questão organizativa.
- Fábio: questiona se as relatorias devem ser colocadas no blog.
- Marina: próxima sede e data.
Abertas inscrições: ata; sede e data do próximo FENEX.
- Lawrence: acha que as relatorias não devem ser colocadas, mas que os principais encaminhamentos sejam colocados no blog – os principais encaminhamentos dos últimos FENEX. Do ponto de vista de um fórum que não ter um governismo, entende que isso de colocar as atas por completo pode ser ruim.
- defende que o blog é algo didático, e reitera proposta de relatoria de encaminhamentos.
- Marina: encaminhamentos, materiais produzidos pelo fórum e material que as executivas queiram postar no blog. Aprovado por consenso.
Gustavo tentará a senha com Israel, prazo de duas semanas. UFPel e FEAB por conta do blog.
Sede e data. Proposta de ExNEEF de ser no Rio de Janeiro, com executivas mostrando possibilidade (por conta de ainda não terem discutido internamente) apoio: ENEFAR, DENEM. Marina reitera a centralidade do local e a forma com as contradições são postas no RJ, ressaltando os megaeventos. Proposta de data para final Outubro.
Próximo ponto: Mobilizações 2013:
- Marina: não há encaminhamentos sobre esse tema além de uma nota. Questiona o que vamos fazer quanto a isso.
- Alan: principalmente para mostrar que o FENEX está "vivo", que tiremos um folheto em nome do FENEX, simples, para ser entregue nos encontros nacionais e nas mobilizações, e reitera possibilidade de ajuda do ANDES.
- Fábio: fica receoso de tirarmos uma nota, já que não discutimos com as bases, o que é papel fundamental das Executivas.
- Marina: reitera que as deliberações na Executiva são passadas nos encontros nacionais e os pontos já deliberados já teriam sido debatidos, sendo os coordenadores representantes da defesa desses pontos. Acha que se isso tiver que ser debatido, que ficamos engessados.
- Entende que nesse momento esbarramos na questão do consenso. Concorda com a Marina que, a partir das bandeiras já pré-definidas na executiva, a coordenação poderá agir; as notas, por exemplo, são formuladas pela coordenação, e não pela base. Na FENED é tranquilo que se tire uma nota sobre os megaeventos, pois já foi deliberado na Executiva, mas reitera que se deve analisar a questão por Executiva.
- Fábio: diz que a FEAB não tem problema de afirmar contra os megaeventos, mas que analisar uma conjuntura das mobilizações, com uma análise concreta, é difícil. Acha que as executivas deveriam se posicionar através de suas bases, mas que não poderíamos fazer isso enquanto FENEX.
- Larissa: defende que notas podem ser tiradas dentro das bandeiras que a FENED defende, havendo possibilidade de fazer isso por conta de discussões já tiradas anteriormente, uma vez que a defesa anti-governista e anti-capitalista também é posta nessa atual conjuntura de mobilizações; acha que vai ser muito demorado esperar as executivas consultarem suas bases.
- Karen: a partir dos consensos que tivemos na análise de conjuntura é possível que haja um posicionamento: saudações aos movimentos, as peculiaridades dos movimentos, a participação dos movimentos sociais, mas não caracterizar o processo de consciência, as determinações que os movimentos de esquerda estão pautando, mas os saltos qualitativos das manifestações, as criminalizações e a necessidade de um projeto unitário da esquerda: linhas gerais que não necessitam entrar em pormenores mas que já falam muito.
- Maicon: acha que dentro do que já foi discutido não haveria problemas em tirarmos posicionamentos pelo FENEX.
- Marina: encaminha: fazermos nota: saudação à juventude e setores participantes; contra a criminalização dos movimentos sociais; debate sobre retirada de direitos e necessidade de mais investimentos; necessidade de projeto da esquerda de um modelo de sociedade; pela manutenção das manifestações. Uma folha ofício com essa data. Karen e Liris pra fazer e aprovarmos ao final do FENEX hoje. à nota lida, feitas alterações e aprovada em consenso. (FENED coloca na relatoria e manda separado)
NOTA FÓRUM NACIONAL DE EXECUTIVAS E FEDERAÇÕES DE CURSO – FENEX – SOBRE AS MANIFESTAÇÕES
Depois de um longo período vivemos na história do Brasil um momento novo de manifestações que somam milhares de pessoas, coletivos e organizações da classe às ruas de todo o país. Tendo como estopim a Luta Contra o Aumento da Tarifa de Ônibus as reivindicações acumulam diversas demandas decorrentes da retirada de direitos potencializada pela vinda dos megaeventos esportivos, demonstrando um desgaste do Partido dos Trabalhadores e do programa democrático popular.
Saudamos essas manifestações, pois dão outra qualidade ao período histórico que vivemos. O movimento já teve vitórias que provam que somente a luta nas ruas traz avanços. Contudo o movimento encontra-se em disputa, observamos uma tentativa do governismo em desmobilizar a luta apontando à institucionalidade; o movimento de direita também inserido nas manifestações vem pautando o nacionalismo ufanista, o antipartidarismo e o conservadorismo, dialogando com o senso comum das massas; ao mesmo tempo vários limites na atuação de uma esquerda hoje fragmentada para dar respostas e politizar o processo.
A crescente repressão às manifestações expressa uma política de criminalização da pobreza e dos movimentos sociais que se colocam em luta contra a retirada de direitos e as desigualdades frutos do sistema capitalista que vivemos. Há tentativa por parte da classe dominante de polarizar e dividir os manifestantes entre pacíficos e vândalos. Compreendemos que não há espaço para moralismo nesse período, o vandalismo nada mais é do que uma resposta individual das contradições desse sistema.
A solidariedade expressa nos atos públicos demonstram a indignação das massas que repudiam essa crescente criminalização do movimento operacionalizada principalmente a grande mídia (GLOBO, BAND, RECORD e suas filiais estaduais), o aparato repressivo representado pela polícia militar, sendo tudo mediado pelo Estado burguês.
Diante das tentativas de desmobilização, despolitização das bandeiras, perseguição as lideranças é fundamental manter as manifestações na rua e avançar nas projeções qualificando os debates desse processo. Dada nossa responsabilidade com os interesses da classe trabalhadora é imprescindível a unificação da esquerda, rumo a um projeto que englobe as pautas e supere essa sociedade que explora e nos oprime.
FENEX
Curitiba, junho 2013
Próximo ponto: Encontro Nacional de Educação (ENE): encaminhamentos: FENEX em maior articulação com o ANDES, saindo daí um panfleto; composição de fóruns locais e regionais para participar da construção do ENE, em articulação com o ANDES.
- Marina: incentivo às executivas para articularem com o ANDES, através dos espaços regionais e locais, principalmente, verificando a construção dos encontros locais e regionais. Tirar um prazo para repasses via lista FENEX para que tenhamos isso mapeado. Sugere prazo de 1 mês.
- Lawrence: concorda com a Marina sobre o mapeamento das regionais via Executivas. Acha que devemos ir além, centralizando responsáveis por irem nas reuniões da organização e fazerem repasses na lista; sugere que locais do RJ fiquem com essa responsabilidade, já que o ENE deverá ser lá. Sugere que, após o mapeamento, tenhamos uma reunião virtual para sistematizar como o FENEX poderá ajudar nas intervenções; a importância disso seria ainda em mostrar pro ANDES que estamos interessados na articulação.
- Camila: esclarece o que fora dito pela Marina e Lawrence.
- Hércules: afirma que já foi contemplado, principalmente no que diz respeito ao mapeamento, que segundo ele deve ser bem detalhado e reitera obrigação dos regionais das executivas em tomarem essa atividade.
- Lawrence: acha importante a legitimação da articulação FENEX – ANDES, que viabilizará os contatos mais deliberativos entre Executivas e ANDES. Importância da mobilização de setores não governistas, melhorando nossa correlação de forças internas às Executivas.
- Marina: passa para FEAB (Pelotas) a senha do blog.
- Camila: as Executivas que aqui estão deverão buscar uma articulação com o ANDES: além do contato, mapear localmente quem poderá acompanhar as reuniões do comitê; reunião nacional on-line (18/07, 22h) para sistematizarmos isso para o ANDES; tirarmos responsáveis no RJ para acompanharmos as reuniões nacionais. Ainda nesse ponto: Panfleto: o que terá o material; inscrições abertas:
- Lawrence: acha que deve o mais simples possível, até porque o tempo é curto, os encontros nacionais já estão para ocorrer. Sugere uma folha A5, apresentando deliberações do FENEX (GDT opressões, campanha megaeventos, caderno da contrarreforma, construção do encontro nacional do ANDES, fóruns regionais, blog) e ressalta importância de mostrar a ligação entre FENEX e ANDES.
- Marina: acha importante colocar a centralidade do debate da educação, ressaltando a importância do encontro; acha que deve haver contextualização.
Encaminhamento: Lado A: apresentação do FENEX (GDT opressões, campanha megaeventos – se aprovada, caderno da contrarreforma, construção do encontro nacional do ANDES, encontros regionais, blog) e mostrar a ligação entre FENEX e ANDES. Lado B: centralidade do debate da educação, ressaltando a importância e descrição do encontro, além de como o FENEX vem se inserindo nos debates de educação.
Prazo para entrega: proposta de ser feito virtualmente até dia 9 e aprovação até dia 11, 23h59min, por conta do encontro da ENESSO, e garantir a impressão pelo ANDES até encontro da DENEM.
Próximo ponto:
Campanha de megaeventos
-Marina abre o ponto: ExNEEF tirou no Encontro Nacional o encaminhamento de construção da campanha, fizeram debates e no primeiro Conselho Nacional de Entidades foi deliberada posição contrária aos megaeventos. Estão construindo a cartilha. Falarão como os megaeventos se expressam nas diversas esferas sociais da classe oprimida. Teria uma arte temporária que será votada. Resgatou o debate feito no FENEX e possibilidade de construção pelas Executivas desta campanha e algo maior.
-Camila: ExNEEF verá como se dará a inserção das Executivas e estas também discutirão isso. É importante o material coletivo, enquanto FENEX. Colocou de levarmos esse debate para os cursos, pois a Copa já está aí. No ultimo Encontro da FENED discutiram, mas não encaminharam material, o que podem ver neste Encontro em Pelotas. Há anos trazem debate de megaeventos. Acha que tem que construir coletivamente, mas sem passar por cima da ExNEEF. Se houver possibilidade, construímos uma só.
-Marina: lembra da reunião on-line semana que vem da ExNEEF, lançarão a proposta que se debateu no FENEX, de outras Executivas comporem, dando prazo de acordo com encontros nacionais. Essa inserção pode contribuir positivamente de acordo com o acumulo das Executivas para o material formulado. As Executivas terão tempo para discutir e dar o retorno, sugere em até 2 meses.
-Carol: pede esclarecimento quanto ao prazo das Executivas discutirem sobre a construção da Campanha Contra os Megaeventos. Não tem como a ExNEEF colocar para as Executivas se adicionarem, pois não deliberaram em relação a isso. Foi um primeiro debate por demanda da conjuntura no FENEX. Terão Encontro Nacional da EF, fecharão algumas coisas e um dos encaminhamentos poderia ser a definição de qual melhor forma se construirá esta campanha.
Encaminhamento: Executivas levam para os Encontros Nacionais o debate de megaeventos e a campanha, com elaboração de propostas e se decidirá no próximo FENEX quanto esta campanha nacional.
GT Opressões:
-Camila: resgata a importância deste GT e a cartilha que seria construída. Fez a crítica quanto ao andamento deste GT. Propõe que outras Executivas se coloquem, mais outra reunião para rever, reformular os textos pensados.
-Vinicius: fala da Frente contra as Opressões da DENEM, que pode se inserir.
-Marina: fala do acompanhamento da ExNEEF, na figura do Guime. Propõe um prazo para trabalho virtual.
-Law: sugere fazer depois dos Encontros Nacionais o II CFP LGBT da FENED como o primeiro do FENEX. Agosto para a reunião para ver a cartilha. Grupo de Gênero da UFPR ficou de ver proposta. Pensaram de colocar para o Setorial e outras Executivas se adicionarem, daí fariam uma reunião para fechar o I CFP LGBT do FENEX. Lembra que tem Executivas que não tem setorial contra opressões e que podem se aproximar da pauta neste espaço.
Encaminhamentos:
GT de opressões: DENEM, FENED, ExNEEF (que acompanhará).
Agosto para reunião virtual do GT de opressões (FENED responsável)
Construção da cartilha até final de agosto e início de setembro (1 mês após a reunião).
ENEEnf também construirá o ICFP LGBT, caso seja deliberado.
Caderno de Contrarreforma
-Marina: fala dos textos que foram enviados para o grupo de e-mails pela ExNEEF, questiona se leram e tiveram dúvidas. A ideia seria aprovar ou não os dois textos, quanto aos outros dois repassarão o que falta, se adiciona texto e se modificam responsáveis.
Encaminhamentos:
Textos: PROUNI (ENESSO), SINAES (DENEM), modelos privatizantes da saúde (FENEX Saúde). Foi sugerido adicionar a síntese do caderno 2 do ANDES (FENED). 5 páginas, Times N., espaçamento 1,5 e fonte 12.
Prazo para formulação: 15 de agosto. 22 de agosto para contribuições.
Diagramação: 30 de agosto (FENED) – lembrar de adicionar os textos da ExNEEF deliberados.
PIMESP
-Vinicius: está sendo proposto pelos Estados em algumas Universidades, de forma bem deturpada, pois não foca no acesso das pessoas à Universidade, mas sim na meritocracia. Proposta de se debater com mais profundidade no próximo FENEX e se deliberar algo em torno disso.
-Karen: faz relação do PIMESP com ações afirmativas, que foram apontadas como demanda e que poderiam ser abordadas juntamente no próximo FENEX.
-Gi: esclarece quanto ao PIMESP e EaD.
-Karen: fala de abranger o debate para acesso ao Ensino Superior, entram ações afirmativas, PIMESP, ENEM e vestibular, o que cada um aponta.
FNCPS
-Marina: fala do Fórum em Defesa do SUS em PoA, em que a ExNEEF participa. Fala de incentivar as Executivas e Federações a construir esta Frente.
-Vinicius: no blog tem material, no Seminário foram tirados encaminhamentos bem progressistas. Fala de mapeamento e criação de Fóruns locais.
Encaminhamentos: incentivo a participação das Executivas e Federações, compromisso de levar esta pauta para o debate na base. FEAB Pelotas incluirá no blog os encaminhamentos do último Seminário (Floripa).
Próximo FENEX:
-Mari T: sugere espaço de opressões com recorte racial, criminalização da juventude negra.
-Vinicius (DENEM): debate de educação, colocar as Escolas Particulares (mensalidade, assistência estudantil, PRONATEC, etc)
-Carol: sendo direta, sugere colocar quais pontos se pode fazer luta a partir deles, das demandas colocadas. Outro ponto é mais conjuntural, que dará caldo para a campanha, é o de megaeventos.
-Fábio: propôs que FENEX acumulasse mais sobre a questão agrária. Retoma a transformação social que se pauta e a importância deste debate e acúmulo.
-Camila: é corriqueiro termos muitos encaminhamentos importantes para escolher. Tivemos 6 debates, podemos manter para o próximo o começo do Fórum às 18h00 da sexta-feira. É constante a necessidade de acumularmos sobre negrxs e é secundarizado este debate. Defende que é hora de priorizarmos este ponto, mas precisamos ver as condições materiais para fazer este espaço, seja de companheirxs presentes ou setorial da FENED.
-Marina: defende a centralização do debate. Não vê centralidade quanto ação e ME a questão agrária, pra tocar a luta. Agora em relação a negrxs, defende uma necessidade, sem desvalorizar as outras pautas. Se é para falarmos de acesso, então não é só cotas. Daí temos que dar maior tempo e vincular as cotas e politicas do Estado para esta categoria. Sugere traço histórico da opressão de negrxs e indígenas, o que exige maior tempo, mas que podem ser associados. Retoma a importância do debate de permanência e escolas pagas, mas ainda não traça o que podemos tirar daí.
-Law: retoma que FENEX não é espaço de formação, mas tem papel de compartilhar acúmulos comuns com o fim de articular lutas. Acha que temos que vincular os debates do FENEX com o que vem sendo deliberado pelo movimento dos trabalhadores. Sugere um planejamento de continuidade de debates que temos feito. Reafirma a importância do debate de negrxs para o espaço de opressões. Sugere que questão agrária seja incluída na analise de conjuntura. Não tem discordância em torno dos temas propostos e relação com o capitalismo, mas propõe que tenhamos acumulo de acordo com o ENE.
-Camila: quanto as pagas, FENED avalia há 2 anos importância de se inserir nas privadas. Temos que ter cuidado, pois FENEX não é espaço de formação, mas de formulação e articulação. E vemos como as Executivas levarão este movimento para a base. Não é para excluir todos os debates colocados, mas reafirma de colocar pagas e questão agraria quando houver conjuntura. O debate especifico de negrxs não pode ficar engessado no debate de acesso, no I EME, em que tivemos um painel sobre mulher negra e o painel foi muito grande e aprofundado devido ao conteúdo amplo sobre esta questão.
-Carol: para condensar a pauta, a fim de tirar algo redondo pra atuação. Sugere ponto Universidade, que é loco de atuação e que engloba os debates, tratando das especificidades de SP, das pagas, da Universidade Popular, para não tira-las do FENEX. Além disso, acha que é importante manter ponto de Educação. Estaremos no RJ com representações do ANDES. Seria demais se reproduzíssemos o que aconteceu neste FENEX, essa articulação com ANDES. Neste ponto daria para esmagar uns 7.
-Larissa: propõe espaço de Educação, para aproveitar o Roberto Leher, fala do FEDEP para facilitar o espaço
-Karen: sugere que seja incluído no ponto de reorganização do ME o organizativo do FENEX. Tem acordo de tirar Acesso do ensino superior para debater a Universidade como um todo, mas também para afinar a política. Quanto aos megaeventos, não caracterizamos como evento isolado, esta presente em todos os pontos, em relação a retirada de direitos. Sugere como principal pauta até 2016, pois meche nas remoções, nos currículos, na Lei de Estado de Exceção, na vida de trabalhadores por muito tempo. Precisamos dar resposta e não só acumular, tem que levar para as bases, pois não é pouca coisa que tá acontecendo.
-Fábio: defende a questão agrária, apesar de ver que todos votaram contra. Ficou preocupado com isto, pois para se tocar luta é necessário se ter formação. Não está defendendo a proposta. Mas para tocar luta concreta no Brasil, tem que ter conhecimento. Onde as Executivas terão espaço de formação sobre isso¿ Elas não irão para os espaços da FEAB. Quando se fala de opressões e outras pautas da programação, tem que se relacionar com o êxodo rural. As pessoas precisam acumular sobre isso pois é base do capitalismo e é importante essa unidade de campo e cidade, senão não avançaremos nesse projeto de transformação social.
-Law: fala que é equivocado dizer que não teremos formação sobre questão agraria fora dos espaços da FEAB. Sugeriria que se fosse para acumulo do FENEX, seria para colocar como ponto central na análise de conjuntura, retomando o histórico, mas sem ser um espaço a parte. Ainda não foi levantada no FENEX uma campanha conjunta sobre questão agrária, por isso não seria ponto específico, pois este deveria indicar luta, para o FENEX não ser só troca de experiências. Megaeventos não é algo só da conjuntura, mas nos permite articular diversas campanhas.
-Vinicius: pede que tenha um eixo bem especifico sobre particulares no debate de Universidade, pois na DENEM se tem um Fórum Regional que trata sobre isso (FOREMP) e que engloba o RJ. Este ano é importante somar forças para dar elementos e atuarmos sobre isso. A nossa idéia é puxar dentro do FENEX uma campanha contra o aumento abusivo das mensalidades.
Encaminhamentos:
1-Análise de conjuntura
2-Organizativo
3-Reorganização do ME + organização do FENEX
4-Opressões – questão racial
5-Universidade
6-Educação
7-Megaeventos
Obs: DENEM fica responsável pelo eixo de privadas.
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henrique kramer
Coletivo Maio - Direito/UFPR
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Fórum Nacional de Executivas e Federações de Curso
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