OCUPAÇÃO DA REITORIA DA UFPE
Desde a última sexta-feira (dia 2 de outubro), estudantes da Universidade Federal de Pernambuco estão ocupando a reitoria. Os motivos foram lançados quando a reitoria no mesmo dia, procurou realizar a reunião do conselho universitário, na qual tinha-se entre os pontos de pauta, a aprovação do novo estatuto da universidade. Este novo estatuto construído democraticamente, daria mais poder de voz e voto dos técnicos e estudantes da universidade em diversos espaços deliberativos da mesma.
Na contramão da democratização, os estudantes, técnicos e professores foram barrados de participarem da reunião, pelo vice-reitor Silvio Romero, cancelando a reunião. Os estudantes, sofreram agressões físicas dos seguranças terceirizados da universidade, da empresa TKS, que alegaram está sob ordem direta da administração para os atos cometidos.
Essa é apenas mais uma expressão da falta de diálogo da reitoria, na gestão de Anísio Brasileira, apregoado desde o início de sua gestão. O mesmo, divulgou diversas farsas sobre a tentativa de diálogo com os estudantes, mas que recorrentemente é desmentido pelos mesmos. A reitoria não diálogo com grupos que não fazem parte do pequeno e seleto grupo de poder da universidade, mostrando descaso e arbitrariedade com os estudantes ao longo dos anos.
Não bastasse tantas truculências advindas da atual gestão, a mando da reitoria foram cortadas a água e a luz do prédio, como forma de coagir os estudantes a desocuparem o prédio, gesto nefasto que tem sido enfrentado com a resistência estudantil que está até a presente data (6 dias de ocupação), ocupando e discutindo sobre os rumos do movimento estudantil e sobre a pauta específica da constituinte.
Estive em uma das assembleias que ocorreu na ocupação, na qual tive, junto com outros que pular as grades da reitoria, uma vez que, 7 ou 8 seguranças fiscalizam e coíbem a entrada e saída dos estudantes, pude acompanhar a forma ordeira da ocupação, preservando o patrimônio público, mantendo limpo os espaços, comissões bem organizadas de segurança, comunicação e alimentação. Uma discussão que pude acompanha, foi o debate do quão negativo é a campanha de grupos não ligados a organizações contra as organizações. Por vezes, os ânimos se animaram e a implosão da ocupação por causa da pureza política apresentada por alguns grupos, conclamando o movimento para si. Ao final, para felicidade do movimento, a unidade na ação vingou e estão até hoje ocupando a reitoria, composta por diferentes forças, desde organizações como UJR à coletivos como a MEPR.
Recife, 07 de outubro de 2015.
Cilos Fortunato (UFRPE)
Coordenador Geral da ExNEEF (R3)
Diretório Acadêmico de Educação Física da UFRPE (Núcleo de Apoio)
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