Re: [MEEF] Luta contra a privatização da educação em Goiás

Só pra complementar companheiros, a maioria das escolas ocupadas foram desocupadas, em grande parte à força. O movimento está concentrado em uma Escola que não estava Funcionando, o José Carlos de Almeida (JCA), ou Zezão, como os secundaristas costumam chama-lo. 

A dura repressão se mostra quando o corpo de bombeiro foi chamado para conter a manifestação. Como? jogando nos manifestantes água de esgoto. Ou quando policiais entraram numa escola no meio da noite e expulsaram os estudantes na base da "bicuda", rendendo até fratura exposta em um deles. Além disso a polícia quebrou toda a escola e criminalizou estudantes por isso. 

Vale dizer que, ao contrário do que parece, pelo fato grandemídia ignorar o que está acontecendo em Goiás, o movimento não está acabando. Professores universitários da UFG, professores da rede estadual e municipal e estudantes secundaristas e universitários estão reunindo forças e pensando novas estratégias para promover a visibilidade da importância do ensino público de gestão pública por parte da população.

Pensando nisso, os alunos de licenciatura articularam um movimento para dar visibilidade a o que está acontecendo. Um dos resultados é a criação de um projeto de extensão que tem o objetivo de levar a discussão sobre as OS's para as escolas públicas, levando em consideração que a maioria da comunidade escolar (professores e alunos) não enxergam os desdobramentos da implantação das OS's.

A importância do movimento se prova nos avanços que temos. Além da dura repressão que os secundaristas estão passando, eles se mostram cada vez mais conscientes do mundo que vivem, se reconhecendo enquanto classe e enxergando a contradição desse sistema. Isso é avanço. 

No início, a proposta do Coronel Marconi era de 300 escolas privatizadas, hoje esse número caiu (não sei pra quantos), mostrando que o governo recuou .Mas a luta continua..

Como dito pelo Rodrigo, depois da ocupação da Secretaria de Educação e Esporte ser ocupada, vários militantes foram presos, a maioria ja foram soltos. Porém acabo de receber a notícia de que ainda permanecem presos três pessoas, entre elas um de menor. Acusação de lesão corporal grave contra os PM's. 

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Junta-se à isso a luta contra o aumento da passagem do transporte coletivo de Goiânia. Um dos piores transportes do Brasil. A RMTC anunciou o aumento de R$ 3,30 para R$ 3,70. Isso fez com que parte da população se organizassem para voltar o valor anterior. Grande parte dessas pessoas são militantes daqui da UFG e secundaristas que estão também na luta contra as OS's. Tivemos algumas reuniões e duas manifestações, sendo que a ultima, que aconteceu ontem foi duramente reprimida pela polícia e todo o movimento criminalizado pela mídia.

Isso tudo só prova aquilo que sempre dizemos: SÓ A LUTA MUDA A VIDA ! 

Queria pedir que curtam e compartilhem a página dos"Secundaristas em Luta - GO."

CONTRA A PRIVATIZAÇÃO E MILITARIZAÇÃO DAS ESCOLAS PÚBLICAS DE GOIÁS!

POR UMA EDUCAÇÃO PÚBLICA, DE GESTÃO PÚBLICA, GRATUITA E DE QUALIDADE !

CONTRA O AUMENTO DA PASSAGEM DO TRANSPORTE COLETIVO!

HÁ-BRAÇOS FORTES !!!

Raphael de Lima Moura

Faculdade de Educação Física e Dança - FEFD/UFG

Coordenador da ExNEEF - Regional V

Centro Acadêmico Constru - Ír à luta

Instrui-vos porque teremos necessidade de toda vossa inteligência.
Agitai-vos porque teremos necessidade de todo vosso entusiasmo.
Organizai-vos porque teremos necessidade de toda vossa força.

     Antônio Gramsci 

Em 17 de fevereiro de 2016 20:24, Rodrigo RA <rezende_jti@hotmail.com> escreveu:

Compas, ótimas notícias!

Os compas que estavam presos após a ocupação da Secretaria de Educação de Goiás (SEDUCE), em Goiânia, foram soltos!

Não tem arrego! A luta continua!

Saudações!

Att. Rodrigo.

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From: rezende_jti@hotmail.com
To: meef-nacional@googlegroups.com
Subject: [MEEF] Luta contra a privatização da educação em Goiás
Date: Tue, 16 Feb 2016 18:09:51 -0200

Compas, boa tarde.

Não sei se todas/os estão sabendo, mas o estado de Goiás está sendo o laboratório brasileiro de testes na intensificação de políticas educacionais calcadas na cartilha neoliberal. No momento o ataque mais intenso que a educação goiana está sofrendo é a privatização dos colégios públicos estaduais de educação básica. A privatização está acontecendo de duas formas: através da militarização das escolas, que é a transferência da gestão de alguns colégios para a PM; e por meio da transferência da gestão das escolas para Organizações Sociais (OS's), que nada mais é que um nome "mais bonito" para empresa privada. Atualmente Goiás é o estado com o maior número de colégios militares, e o governo Marconi/PSDB já começou o processo de transferência das escolas para as OS's, sendo que a tendência é que toda a rede de educação básica de Goiás seja gerida por essas empresas.

Essas políticas intensificaram ainda mais as contradições em Goiás, o que gerou revolta em parte da população, principalmente entre os estudantes secundaristas e professores. Na região metropolitana de Goiás, principalmente em Goiânia, foi iniciada uma mobilização contrária à essas medidas, contando com a participação de professores e estudantes da educação básica e do ensino superior. Foi formada uma frente de luta contra as militarizações e OS's, que ficou responsável por tocar diversos espaços de debate e atos de rua.

Após o estouro das ocupações em São Paulo, contra a reorganização escolar, estudantes secundaristas goianos iniciaram um processo de ocupações de escolas no estado. Foram mais de 25 escolas ocupadas, um movimento intenso que durou aproximadamente dois meses. Durante as ocupações os estudantes foram duramente reprimidos e de diversas formas: diretores de colégios e burocratas da secretaria da educação a todo momento ameaçavam os estudantes dizendo que nenhum deles seriam aceitos novamente em colégios de Goiás; a água e a luz foram cortadas em várias escolas; a polícia agiu com violência durante todo o período das ocupações, invadindo e agredindo estudantes dentro dos colégios, perseguindo e agredindo estudantes fora das escolas; ações de sabotagem rolaram nos colégios, em um deles o encanamento de gás foi cortado, colocando os ocupantes em sério risco. Por conta da forte repressão o movimento de ocupações teve que repensar suas táticas, mas sempre colocando a combatividade de suas ações como princípio inegociável.

Foi marcada para ontem uma sessão pública para apresentação das propostas de OS's, onde seriam apresentados diversos documentos sobre a transferência de gestão da educação goiana para as OS's. O local da sessão foi alterado de última hora e um forte aparato policial foi solicitado pelo governo do estado para impedir qualquer tipo de manifestação no local. Indignados com as manobras e autoritarismo do governo do estado, manifestantes decidiram ocupar a Secretaria de Educação de Goiás (SEDUCE). Já em seus momentos iniciais a ocupação sofreu com a forte repressão da polícia, e no mesmo dia 31 manifestantes foram presos. Esse é o cenário atual em Goiás, 31 lutadores presos por reivindicar uma educação gratuita, de qualidade e a serviço do povo goiano. Está marcada uma audiência para avaliar o caso amanhã, enquanto isso os manifestantes continuam detidos.

As/os compas de Goiânia devem ter informações mais precisas. Por favor, complementem o informe.

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Liberdade aos presos políticos em Goiás! Lutar não é crime!

Fora OS's da educação goiana! Por uma educação a serviço do povo!

Estamos na luta!

Saudações!

Att. Rodrigo.

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