REPÚDIO AO GOVERNO TEMER, REPÚDIO ÀS AMEAÇAS, A REFORMULAÇÃO DO ENSINO MÉDIO E PRINCIPALMENTE A RETIRADA DA OBRIGATORIEDADE DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR!
O governo ilegítimo de Michel Temer, já deu e continua dando inúmeros sinais de que não tem compromisso algum com a garantia de direitos, muito pelo contrário a passos cada vez mais largos promove mais ataques aos direitos que vão sendo enfiados goela abaixo das trabalhadoras e trabalhadores brasileiros. E no cenário da educação o processo não é diferente. Direitos tão arduamente conquistados durante anos e anos de luta pelas categorias e movimentos sociais envolvidos seriamente com a educação, estão caindo como um castelo de cartas em tempo recorde – talvez seja uma homenagem aos jogos olímpicos. A criação da PEC 241 que prevê o congelamento de gastos públicos por 20 anos, principalmente nas áreas da saúde e educação, que vem para dar o golpe fatal ao projeto de precarização dos setores públicos do Brasil já impulsionados pelo governo petista e agora acirrados pelo governo Temer, e que irá incidir no rápido desmonte das universidades públicas brasileiras, é um exemplo.
Desde os tempos da ditadura militar não se viam retrocessos tão grandes quanto aos que estamos sofrendo nesse momento. E o mais novo ataque que estamos vivenciando é a criação da MP que, de forma totalmente equivocada e dissociada de um projeto de educação de qualidade, vem garantir a reformulação do ensino médio brasileiro, criando uma escola voltada para uma formação meramente técnica e de mercado, deixando de lado os aspectos relativos à formação humana que a classe trabalhadora historicamente lutou para conquistar dentro do currículo educacional brasileiro. Não é por acaso que as principais disciplinas atingidas são aquelas que têm caráter crítico e que possibilitam amplos debates para o avanço da consciência política, cultural e social. Para esse governo, o que importa é a formação de mão de obra barata e a educação técnica para oferecer aos grandes empresários deste país. Na história da educação brasileira vimos isso acontecer por diversas vezes e agora isto se repete mais uma vez. A injusta e ilógica retirada da Educação Física, Filosofia, Sociologia e Artes das turmas de ensino médio representa o que pode ter de mais nefasto para o futuro da juventude que ingressa na educação básica: a falta de conhecimentos reflexivos e questionadores acerca de sua própria história, cultura e linguagem.
A Educação Física cumpriu seu papel histórico nas escolas garantindo a ideologia militarizada de 64, para Vargas e para tantos outros, sempre servindo ao seu propósito nacionalista e na manutenção das relações sociais. Mas isso tem mudado, principalmente a partir dos anos 80 em que a Educação Física se ressignifica e traz debates importantes que apontam que o corpo também é político, e que se comunica através da linguagem corporal nas diferentes culturas e momentos históricos (através de práticas corporais como a Capoeira, As lutas, as danças, a ginástica, os jogos, as brincadeiras, os esportes as atividades circenses etc.), e que nesse sentido, a mesma deve ser crítica e contribuir na formação dos diferentes sujeitos do processo educacional. Também não podemos deixar de lado os avanços que tivemos sobre o caráter da Educação Física escolar. Como já enunciado, a Educação Física na escola cumpre seu papel pedagógico e não deve ser função da escola a formação de atletas como foi prática de outros períodos históricos.
Portanto, não podemos ser ingênuos e legitimar nosso papel nesse sentido, por exemplo, colocando em contradição a retirada da Educação Física do ensino médio e os recentes megaeventos esportivos ocorridos no Brasil, tanto pelo necessário debate crítico aos mesmos, quanto pelo respeito e conhecimento de todo avanço e produção que tivemos na área. A Educação Física escolar deve se preocupar com acrescentar na vida dos estudantes conhecimentos da cultura corporal das mais variadas vertentes, questionando inclusive as condições de saúde pública que nos são oferecidas hoje no país (tanto pela precarização dos hospitais, como a falta de saneamento básico e o descaso com as comunidades e periferias), e que não serão superados nas aulas de Educação Física e não com a produção de atletas em massa que traz um caráter excludente para as aulas, como aponta o fajuto CONFEF/CREF, que lança sua nota de repúdio a MP, evidenciando seu projeto corporativista, sendo que sua preocupação pedagógica nunca existiu, sua relação com a escola se mostra muito mais como um ramo de atuação de mercado e nesta, não se mostra preocupada com a fragilização da Educação como um todo.
Nós estudantes entendemos que a luta deve ser pautada por um projeto maior de formação e não apenas na retirada da Educação Física em si, pois, também consideramos um ataque a retiradas das outras disciplinas.
Há menos de 15 dias encerramos o 37º Encontro Nacional de Estudantes de Educação Física que aconteceu na UFRJ com mais de 800 estudantes do Brasil inteiro e também estudantes do Uruguai. Lá apontamos a necessidade de lutar pelo Fora Temer e construir a greve geral neste país, pois entendemos que é pela mobilização estudantil junto das trabalhadoras e trabalhadores que sofrem na pele com as ações desse governo do PMDB e diretamente da burguesia brasileira que iremos avançar e resistir contra tantos ataques que nem cabem nesta postagem.
FORA TEMER! FORA EDUCAÇÃO CORPORATIVISTA! NÓS, PROFESSORES, PROFESSORAS E ESTUDANTES DE EDUCAÇÃO FÍSICA NÃO IREMOS NOS CALAR! NENHUM DIREITO A MENOS, A EDUCAÇÃO FÍSICA FICA!
Saudações estudantis
Executiva Nacional de estudantes de Educação Física - Gestão 2016/2017
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Bertolt Brecht
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"Quem não registra está a mercê dos ventos do esquecimento"
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