Travesti apanha até esquecer seu nome
Já estava acostumada a ser chamada pelo codinome
Mais uma Mulher agredida e morta pelo homem
Enquanto lia, outra mulher morreu pelas mãos do cônjuge
Se for estuprada segura que o filho é teu
Homens dizem: você terá o filho mas o problema não é meu
Nem assistência o governo prometeu
Mais uma mulher estuprada neste novo apogeu
Se apanhou do marido, cala a boca e faz comida
Limpa a casa, essa mulher é uma doida varrida
O ciúme demais é prova do amor pra além da vida
Dizia ele pra essa maria demasiadamente amada.
Olhos grandes e fundos marcados pela fome
Criança desmaia na escola por que não come
Faltou comida em casa, mas a culpa é de quem lhe deu o sobrenome
Não se esforçou o suficiente pra sustentar a casa e matar a fome
Dinheiro do pobre é nicho de mercado pro rico enriquecer
Mas quem trabalha muito na vida pode até vencer
Enquanto isso trabalhe um pouco mais pra economia abastecer
Seu filho ta na faculdade, vai reclamar pra quê?
Trabalhe muito agora, você vai poder descansar quando morrer
Enquanto isso na universidade pública e na particular,
Houve uma inversão de valores, mas dizem:
"A culpa da sua pobreza não é minha, só lamento!"
O mauricinho e a patricinha vão pra pública,
Enquanto o pobre paga caro para estudar, é um tormento.
A Maria demasiadamente amada apanha tanto
Mas com medo do que pode acontecer nunca diz nada
Quem sabe, cair "acidentalmente" de uma escada?
Esses acidentes domésticos acontecem de forma escancarada,
o parceiro sempre está presente, mas para todos
Pobre inocente, Não é culpado de nada.
A criança que desmaiou na escola
Hoje talvez já esteja esquecida,
Mas já parou pra pensar que ela não é a única
Que passa por todo esse perrengue na vida?
Então está posto em suas mãos o grande dilema,
A favor da vida abortar não pode,
Mas e a fome, e falta de estrutura, não é nosso problema?!
Os LGBT's já fizeram de tudo para serem aceitos
Mas a tradicional família diz todo dia:
"Que seja LGBT, mas se esconda,
Não me deixa perceber"
fingem não ter preconceito, tapam os olhos.
Não julgue, são religiosos, nem vem,
Pois toda noite antes de dormir
Para todo santo dizem amém!
Deus me livre um filho gay e sapatão
Na igreja o que dirá o irmão?
Todos esses assuntos talvez estejam saturados
E o machismo, racismo, todo preconceito
Seja tratado como um simples "mimimi",
Mas durante todos os séculos, foram estes povos
Que tanto sofreram por aqui.
Com todo respeito agora aqui em meu leito
Continuo estes versos começados por uma camarada
Que fala dos opressores, dos oprimidos,
E joga toda a verdade na sua cara!
Pra ver se um pouco à frente
Você acorde de repente, pare, pense e diga
" chega de tanta injustiça nessa vida!"
Chega de se matar pra produzir capital,
O capitalismo é um sistema banal.
Neste dia as ruas estarão cheias e nervosas
E o povo que tudo sempre construiu,
E com muito esforço apenas o resto de tudo adquiriu.
Toda essa meritocracia não mais nos interessa,
Burguês, nem tente mudar o rumo dessa conversa!
Pois agora, unidos, o derrubaremos aí de cima
E enfim ver o horizonte todos poderão nesta hora,
É chegada a hora, a hora que o gigante acorda!
Autoras
-Sarah de Souza
-Beatriz Francisca da Silva Matos
Enviado: quinta-feira, 3 de maio de 2018 03:54:10
Para: ExNEEF/MEEF
Assunto: [MEEF] Caderno de Debates - Poesias
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