--EXECUTIVA NACIONAL DE ESTUDANTES DE EDUCAÇÃO FÍSICA – ExNEEF1.º DE SETEMBRO – NÃO É NOSSO DIA!
NOSSO DIA É 15 DE OUTUBRO!!
A regulamentação do Profissional de Educação Física é um debate permeado pela disputa de projeto em nossa área. Calcada historicamente em uma concepção de ser humano e de mundo respaldadas pelo capital, a Educação Física até meados dos anos 1980 se encontrava sob domínio de um setor dominante que dava as diretrizes para a formação em nossa área. No entanto, esses setores passaram a ser questionados por diversos professores que estavam dispostos a colocar a Educação Física a serviço dos trabalhadores de fato, retirando a mesma de sua histórica condição de subordinação à ideologia dominante. Tivemos, na década de 1990, elaborações acadêmicas da Educação Física concebidas na perspectiva da formação crítica do ser humano e no processo de ensino-aprendizagem; porém, todos(as) aqueles(as) que se debruçavam por defender uma Educação Física para além dos interesses do capital sofreram um duro golpe com a divisão da formação entre licenciatura e bacharelado, divisão essa que busca atender à demanda do mercado de trabalho, tendo como maiores interessados os grandes empresários, os quais gerenciam principalmente as academias. Essa fragmentação é defendida sobretudo por meio da criação de órgãos como os CREFs (Conselhos Regionais de Educação Física) e CONFEF (Conselho Federal de Educação Física), no dia 1.º de Setembro de 1998.
Em tempos nos quais se questionam toda e qualquer liberdade individual e coletiva, é interessante reforçar que esse questionamento possui sempre traços de certas classes sociais e/ou políticas. Do mesmo modo, esse Conselho almeja muito mais fiscalizar discriminadamente do que propiciar condições para que os sujeitos possam se aperfeiçoar quanto à prestação de seus serviços. Na realidade, não se pode dizer que em cada fiscalização há a comprovação da qualidade dos mesmos, uma vez que o mero pagamento mensal não atribui ou confere competências profissionais a ninguém.
Notamos o quão preocupante é a manipulação ideológica, uma vez que o pagamento do imposto sindical foi tão criticado por aqueles que apontam tais lutas como vãs e com o viés ideológico de esquerda, sendo que, nesse caso, ainda se pautava condições relativas às garantias dos/as trabalhadores/as. Contudo, surge em nossa área um conselho que pretende julgar como diferente os objetos de estudo de dois cursos simplesmente por conta do local onde se lida com a sua prática, porém, atendendo a distintos objetivos. Tampouco a força sindical possuía um caráter fiscalizador e punitivo, sendo que o próprio movimento neoliberal brasileiro compreende o quão abusiva é a cobrança das anuidades, como demonstra uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) colocada em Junho deste ano – 2019 –, a qual tinha por finalidade o fim dessa obrigatoriedade. Devemos, portanto, fortalecer os nossos sindicatos de professores/as para que se reverbere o quão importante é se investir em uma estrutura adequada na formação desses profissionais, propiciar mais cursos de pós-graduação em universidades públicas, além de se assegurar garantias trabalhistas mais consolidadas.
Compreendemos que a Educação Física, historicamente, possui como seu componente caracterizador a Prática Pedagógica e entendemos que seu objeto de estudo é a Cultura Corporal. Ou seja, somos e seremos professoras/es e, desta forma, podemos atuar pedagogicamente em qualquer âmbito de atuação profissional. Colocamo-nos contrários a esse setor corporativista, por entendermos que são os principais exploradores dos trabalhadores da Cultura Corporal. Defendemos como bandeira de luta a Regulamentação do Trabalho, como forma de exigir que o Estado garanta os direitos sociais (Educação, Saúde, Trabalho, 13.º salário, aposentadoria, licença maternidade, etc.) historicamente conquistados pela classe trabalhadora.
Logo, neste dia decidimos por dizer NÃO aos que querem tornar a nossa formação um bem a ser leiloado; decidimos também por não aceitar que nos seja regulamentada nossa conduta e onde podemos ou não trabalhar. Desse Conselho esperávamos o reconhecimento como profissionais e que não fôssemos jamais reduzidos a ordenadores robotizados, pois somos mais: somos professores/as; somos formadores de opinião; somos desmistificadores por profissão e pedagógicos por natureza. Independentemente do ambiente onde nos encontramos, sabemos que lidamos com o ensino e sabemos que esse Conselho não deseja nos reconhecer assim, porque esse reconhecimento não é do interesse daqueles que também não se veem como lutadores e lutadoras sociais, em busca de melhores condições de trabalho, melhores salários e mais acesso à formação continuada, gratuita e de qualidade.
Sendo assim, entendemos que este dia não deve ser comemorado, mas sim deve haver muita luta! Luta realizada por todos/as nós da Educação Física, no sentido de demarcarmos a nossa posição enquanto classe social e demonstrar ao sistema CONFEF/CREF o seu caráter como ilegal e ilegítimo.
#1Snãomereprenseta
#1setembronãomerepresenta
#souprofessorforacrefconfef
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