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Date: Sun, 13 Jan 2013 12:34:47 -0200
Subject: [O Capital] Texto do Pedro Jorge: a mercantilização da imbecilidade
From: jefersondiogogarcia@gmail.com
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Rogério Paes de OliveiraEducação Física - Universidade Estadual de Maringá
Bolsista Programa Institucional de Bolsa a Iniciação a Docência - PIBID
Bolsista Programa Institucional de Bolsa a Iniciação a Docência - PIBID
Coletivo da Educação Física "Da Luta Não Me Retiro" DEF/UEM
O Capital - Projeto de Leitura do Livro O Capital
EDUFESC/ESTE - Educação, Educação Física Escolar e Marxismo
Maringá - Paraná
Maringá - Paraná
(44) 9886-1020
(44) 8441-2563
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"As ideias dominantes nada mais são que expressão ideal das relações
materiais dominantes, as relações materiais dominantes concebidas como
ideias; portanto, a expressão das relações que tornam uma classe a classe
dominante, as ideias de sua dominação" (Karl Marx)
Date: Sun, 13 Jan 2013 12:34:47 -0200
Subject: [O Capital] Texto do Pedro Jorge: a mercantilização da imbecilidade
From: jefersondiogogarcia@gmail.com
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Comentário do Pedro Jorge de Freitas na publicação do Luiz Mott:
"A MERCANTILIZAÇÃO DA IMBECILIDADE:
O bom e velho camarada Marx já nos dizia que toda mercadoria é boa se pode ser vendida. Ou seja, uma mercadoria, para seu proprietário que deseja vendê-la, não se avalia por sua moralidade, por sua origem, ou por quaisquer critérios que a vinculem à dignidade humana, mas apenas pelo fato de se ela pode ser vendida, trocada por outra mercadoria.
O Sr. Danilo Gentili, cuja mediocridade só se compara em tamanho ao seu ego, encontrou um bom filão para se manter em evidência em uma mídia cada vez mais pauperizada de qualquer conteúdo: a imbecilidade com roupagem preconceituosa. Outros exploram caminhos semelhantes: Jabor e a imbecilidade com cores ideológicas, malafaias e a imbecilidade com cara de salvação eterna, Huck e a imbecilidade que posa de menino bonzinho, Datena e a imbecilidade com sede de justiça e quantos outros exemplos que cada um quiser dar.
O que os une, no entanto, a despeito das suas sutilezas mercadológicas, é que cada um faz da sua imbecilidade uma mercadoria que lhes assegura a sobrevivência. Cada um deles faz disso o seu meio de vida, como qualquer um de nós, compradores e vendedores de mercadorias, e continuará fazendo enquanto os resultados lhes forem satisfatórios.
Danilo Gentili e mais meia dúzia de seguidores do gênero perceberam que o suposto humor que fazem, tendo como base qualquer forma de preconceito, sempre lhes assegura um lugar de destaque nas redes sociais, tanto por parte dos que veem nisso apenas uma piada inocente, irreverência, crítica social, como daqueles que identificam em suas manifestações apenas a cretinice que as caracteriza. De um lado ou de outro, todos nós contribuímos para mantê-lo em evidência e, para ele, bom mercador, a exposição do seu produto, por qualquer meio, é o que importa.
A discussão sobre se isso que fazem é humor, ou não, é completamente falsa, carente de qualquer objetividade: há quem ria de um tropeção que alguém dê ao caminhar por uma calçada esburacada e não veja qualquer graça na figura do inspetor Clouseau interpretado por Peter Sellers em A Pantera Cor de Rosa. Corre na rede um vídeo de um jovem humorista que mal consegue conter o próprio riso ao explicar, achando isso muito engraçado, que em seu show utiliza um capuz semelhante aos utilizados pelos membros da Ku Klux Kan, cujas iniciais, KKK, dão o nome ao seu espetáculo. Pois é, ele se acha engraçado e provavelmente há quem diga o mesmo.
Esta é outra lição que Marx nos coloca já no primeiro paragrafinho d´ O Capital: uma mercadoria deve satisfazer necessidades humanas, do estômago ou da fantasia. Deve ser um valor de uso para quem a compre. Gentili e todos os outros mercadores da imbecilidade, insisto, como bom mercadores, percebem isso. Necessidades humanas não são sempre necessidades humanizantes, mas podem também ser necessidades alienadas e alienantes, portanto, desumanizantes. Do ponto de vista de quem vende isto é um detalhe sem qualquer importância.
Aí está a chave do sucesso. Costumo dizer que em uma sociedade capitalista enriquecer é muito mais uma questão de estômago do que cérebro. Há uma vasta gama de necessidades humanas postas pelo longo processo de auto-alienação do homem. A imbecilidade, diante da reprodução da alienação posta pela produção capitalista, torna-se uma mercadoria como outra qualquer, com a vantagem que, em uma sociedade pautada pela violência da exploração do homem pelo homem em escala agigantada, a necessidade de seu consumo cresce na mesma proporção em que cresce esta violência. A imbecilidade torna-se para nós um valor de uso tão importante quanto o arroz com feijão ou o pão nosso de cada dia. Não apenas porque nos faz ter a tragédia do outro como o bálsamo das nossas próprias tragédias, o que nos impede de ver a tragédia humana como uma só, mas reforça em cada um o sentimento do super-homem, daquele que luta contra tudo e contra todos, portanto imune às fragilidades que atingem seus semelhantes. O gay, o negro, a mulher, o portador de deficiência, o latino, o velho, o limítrofe, o mendigo, a prostituta, o meu vizinho, todos são risíveis nas suas tragédias porque estou acima delas. Ou, se eu mudar de canal, todos são passíveis de punição porque são imorais, ou vagabundos, peso morto, avessos à natureza humana... Do ser genérico que sou, torno-me uma mônada em oposição – e superior - às mazelas do meu gênero.
A prateleira das imbecilidades é de imensa variedade e não faltam compradores. Um comércio em franca expansão e parece nunca se defrontar com outro probleminha apontado por Marx, o da superprodução. Para que isso aconteça, é necessário diminuir o número de consumidores, algo impossível sem a superação da sociedade capitalista, tarefa que se torna mais árdua quando insistimos em voltar nossas baterias somente contra o mercador, isoladamente, e não contra a forma de sociabilidade que permite a proliferação deste comércio."
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"A MERCANTILIZAÇÃO DA IMBECILIDADE:
O bom e velho camarada Marx já nos dizia que toda mercadoria é boa se pode ser vendida. Ou seja, uma mercadoria, para seu proprietário que deseja vendê-la, não se avalia por sua moralidade, por sua origem, ou por quaisquer critérios que a vinculem à dignidade humana, mas apenas pelo fato de se ela pode ser vendida, trocada por outra mercadoria.
O Sr. Danilo Gentili, cuja mediocridade só se compara em tamanho ao seu ego, encontrou um bom filão para se manter em evidência em uma mídia cada vez mais pauperizada de qualquer conteúdo: a imbecilidade com roupagem preconceituosa. Outros exploram caminhos semelhantes: Jabor e a imbecilidade com cores ideológicas, malafaias e a imbecilidade com cara de salvação eterna, Huck e a imbecilidade que posa de menino bonzinho, Datena e a imbecilidade com sede de justiça e quantos outros exemplos que cada um quiser dar.
O que os une, no entanto, a despeito das suas sutilezas mercadológicas, é que cada um faz da sua imbecilidade uma mercadoria que lhes assegura a sobrevivência. Cada um deles faz disso o seu meio de vida, como qualquer um de nós, compradores e vendedores de mercadorias, e continuará fazendo enquanto os resultados lhes forem satisfatórios.
Danilo Gentili e mais meia dúzia de seguidores do gênero perceberam que o suposto humor que fazem, tendo como base qualquer forma de preconceito, sempre lhes assegura um lugar de destaque nas redes sociais, tanto por parte dos que veem nisso apenas uma piada inocente, irreverência, crítica social, como daqueles que identificam em suas manifestações apenas a cretinice que as caracteriza. De um lado ou de outro, todos nós contribuímos para mantê-lo em evidência e, para ele, bom mercador, a exposição do seu produto, por qualquer meio, é o que importa.
A discussão sobre se isso que fazem é humor, ou não, é completamente falsa, carente de qualquer objetividade: há quem ria de um tropeção que alguém dê ao caminhar por uma calçada esburacada e não veja qualquer graça na figura do inspetor Clouseau interpretado por Peter Sellers em A Pantera Cor de Rosa. Corre na rede um vídeo de um jovem humorista que mal consegue conter o próprio riso ao explicar, achando isso muito engraçado, que em seu show utiliza um capuz semelhante aos utilizados pelos membros da Ku Klux Kan, cujas iniciais, KKK, dão o nome ao seu espetáculo. Pois é, ele se acha engraçado e provavelmente há quem diga o mesmo.
Esta é outra lição que Marx nos coloca já no primeiro paragrafinho d´ O Capital: uma mercadoria deve satisfazer necessidades humanas, do estômago ou da fantasia. Deve ser um valor de uso para quem a compre. Gentili e todos os outros mercadores da imbecilidade, insisto, como bom mercadores, percebem isso. Necessidades humanas não são sempre necessidades humanizantes, mas podem também ser necessidades alienadas e alienantes, portanto, desumanizantes. Do ponto de vista de quem vende isto é um detalhe sem qualquer importância.
Aí está a chave do sucesso. Costumo dizer que em uma sociedade capitalista enriquecer é muito mais uma questão de estômago do que cérebro. Há uma vasta gama de necessidades humanas postas pelo longo processo de auto-alienação do homem. A imbecilidade, diante da reprodução da alienação posta pela produção capitalista, torna-se uma mercadoria como outra qualquer, com a vantagem que, em uma sociedade pautada pela violência da exploração do homem pelo homem em escala agigantada, a necessidade de seu consumo cresce na mesma proporção em que cresce esta violência. A imbecilidade torna-se para nós um valor de uso tão importante quanto o arroz com feijão ou o pão nosso de cada dia. Não apenas porque nos faz ter a tragédia do outro como o bálsamo das nossas próprias tragédias, o que nos impede de ver a tragédia humana como uma só, mas reforça em cada um o sentimento do super-homem, daquele que luta contra tudo e contra todos, portanto imune às fragilidades que atingem seus semelhantes. O gay, o negro, a mulher, o portador de deficiência, o latino, o velho, o limítrofe, o mendigo, a prostituta, o meu vizinho, todos são risíveis nas suas tragédias porque estou acima delas. Ou, se eu mudar de canal, todos são passíveis de punição porque são imorais, ou vagabundos, peso morto, avessos à natureza humana... Do ser genérico que sou, torno-me uma mônada em oposição – e superior - às mazelas do meu gênero.
A prateleira das imbecilidades é de imensa variedade e não faltam compradores. Um comércio em franca expansão e parece nunca se defrontar com outro probleminha apontado por Marx, o da superprodução. Para que isso aconteça, é necessário diminuir o número de consumidores, algo impossível sem a superação da sociedade capitalista, tarefa que se torna mais árdua quando insistimos em voltar nossas baterias somente contra o mercador, isoladamente, e não contra a forma de sociabilidade que permite a proliferação deste comércio."
"Nunca se esqueçam que é preciso escolher os inimigos com mais cuidado do que escolhemos os amigos. Superdimensionar nossos inimigos muitas vezes nos torna tão pequeno quanto eles."
JEFERSON GARCIA
Participante do Grupo de Estudos em Educação Física, Educação e Marxismo (EDUFESC)
Vinculado ao Programa de Estudos do Trabalho e Educação (ESTE/UEM)
Tel: (44) 9899-4751
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